Às 13h19 de hoje as sirenes de alerta de tsunami voltaram a tocar em Lisboa. Tratou-se de um teste ao Sistema Municipal de Aviso e Alerta de Tsunami, com ativação real de uma sirene na frente ribeirinha. As autoridades sublinham que o alerta é emitido 30 minutos antes de o tsunami chegar a terra, para se dar tempo de os habitantes se porem a salvo, afastando-se o mais rapidamente possível da zona ribeirinha e da costa.
O sistema, alicerçado em dispositivos de aviso sonoro, painéis digitais informativos e interativos, sinalética para percursos de evacuação e pontos de encontro e ações de sensibilização, visa o robustecimento do programa nacional de alerta de tsunami e o desenvolvimento de um processo eficiente e moderno de aviso à população, face a um fenómeno de previsibilidade mínima e cujo impacto pode ser catastrófico, sobretudo em zonas urbanas costeiras e em áreas balneares.
Este sistema tem como missão alertar a população para a eventual ocorrência de um tsunami – risco que pende sobre a área estuarina e frente oceânica da área metropolitana de Lisboa -, e, simultaneamente, desenvolver ferramentas que auxiliem a gestão eficiente de uma eventual evacuação.
Os dispositivos de aviso sonoro (sirenes), instalados em Lisboa (Praça do Império em Belém e Ribeira das Naus) serão alargados a outros pontos da cidade, como Alcântara, Santa Maria Maior e Estrela, com vista a robustecer a prevenção das consequências da ocorrência de um cataclismo.
A diretora do Serviço de Proteção Civil de Lisboa, Margarida Castro Martins, explica que, com este simulacro, as autoridades terrestres, marítimas e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) têm vindo a coordenar esforços para que os alertas sonoros emitidos acautelem a segurança das pessoas, uma vez que as sirenes “são acionadas 30 minutos antes do tsunami chegar a terra”, dando tempo “para que as pessoas procurem abrigo em locais longe da zona ribeirinha”, nomeadamente nos “pontos de encontro” estabelecidos pelas autoridades para prontamente serem evacuados pelas autoridades competentes para locais mais seguros.
Exercício FENIX 25
Este teste está integrado no exercício FENIX 25, que põe à prova a capacidade de resposta dos cidadãos quando confrontados com um cenário de grande catástrofe.
A operação, que começou hoje e dura até ao dia 21 de novembro, tem como objetivo testar a capacidade de resposta da capital em virtude de potenciais catástrofes naturais, como sismos ou tsunamis.
Estes testes estão integrados no exercício FENIX 25, numa operação em larga escala liderada pelo Exército Português, naquele que se espera ser um teste muito rigoroso e vital à prontidão do país face a um destes cenários potencialmente devastadores.
A diretora da Proteção Civil de Lisboa refere que a participação do Exército neste tipo de exercícios “é vital” para haver uma capacidade de resposta mais imediata e robusta no auxílio das populações.
Margarida Castro Martins sublinha ainda que estes simulacros “são fundamentais para que as pessoas reconheçam os sons de alerta e se ponham a salvo”, afastando-se “o mais depressa possível da zona ribeirinha e da faixa costeira”.
“Ao ouvir o som das sirenes, é muito importante que as pessoas saibam reconhecer este som e que se afastem o mais rapidamente possível da costa e do Rio Tejo”.
Exército em prontidão
O coronel Tiago Lopes, do Exército, explica que os exercícios realizados ao longo da semana pelos 300 homens do Exército que participam na operação compreendem “vários mini cenários de catástrofe”, como o resgate de vítimas em estruturas colapsadas, limpeza de itinerários para que as equipas de resgate consigam chegar às vítimas, mas também o apoio de serviços logísticos de sobrevivência para a população.
Para o militar, estes exercícios de simulacro “são importantes para validar as capacidades do Exército nas suas várias valências — como a engenharia militar, a defesa biológica e química, alojamento de emergência e no resgate de vítimas em estruturas colapsadas –, e na validação do apoio à Autoridade Nacional de Proteção Civil”, em situações de catástrofe.
Para tal, foi mobilizado um contingente de cerca de 300 operacionais e 100 viaturas, transformando pontos nevrálgicos de Lisboa em palcos de treinos intensivos, numa operação tão complexa que permitirá espelhar a realidade de uma catástrofe destas dimensões.
Margarida Castro Martins explica que o foco destes exercícios não está na probabilidade do evento, mas sim na eficácia da resposta, sendo que o objetivo final é muito claro: treinar e avaliar a capacidade do Sistema Integrado de Apoio Militar de Emergência (SIAME) para apoiar a Proteção Civil em condições de catástrofe.
Lisboa “está melhor preparada”
Em declarações aos jornalistas, a responsável esclarece que Lisboa “está hoje melhor preparada do que estava há um ano” para responder à iminência de um novo terramoto. E que os exercícios que estão a ser realizados e o trabalho diário realizado pela Proteção Civil e as autoridades de segurança visam justamente acautelar a ocorrência de uma catástrofe.
“Seguramente que estamos melhor preparados hoje do que há um ano, mas este trabalho é contínuo”, visando alcançar a robustez e uma resposta célere e eficaz de todo o sistema nacional, quando confrontado com uma destas hipóteses potencialmente destruidoras.
Durante a ação, os participantes poderão conhecer detalhes sobre o Sistema de Aviso e Alerta, ouvir o som da sirene, identificar os caminhos de evacuação e aprender os comportamentos a adotar em caso de ocorrência real de tsunami.










