Maioria permite a Ricardo Leão reforçar aposta na habitação em Loures

Ricardo Leão reafirmou, durante a cerimónia de tomada de posse do executivo de Loures, que vai continuar a apostar na habitação e prometeu um mandato de coragem em Loures. O reeleito presidente com maioria, afirmou que a área da habitação, que suscitou polémica durante o anterior mandato, será uma das prioridades, mas com “intransigência para ocupações ilegais” e barracas. O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, esteve presente na tomada de posse dos eleitos para a Assembleia e Câmara Municipal de Loures.

O presidente reeleito da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão (PS), prometeu hoje “coragem e defesa intransigente do concelho”, assegurando que a habitação continuará a ser uma prioridade, com mais investimento, rigor e justiça social.

“A política, para mim, não é um campo de confronto permanente. É, sim, um espaço de diálogo e construção coletiva. É com esse espírito que quero continuar a governar, com abertura, com escuta, com respeito pela diferença, mas sempre, e sempre com coragem para decidir”, afirmou Ricardo Leão, durante a cerimónia de tomada de posse dos eleitos para a Assembleia e Câmara Municipal.

Nesta cerimónia foram empossados como vereadores Sónia Alexandra da Silva Paixão dos Santos Bernardo Lopes (PS); Nuno Ricardo Conceição Dias (PS); Paula Alexandra Flora da Costa Magalhães Bernardo (PS); André Filipe Reis Antunes (PS); António Manuel Lopes Marcelino (PS); Bruno Nunes (CH); Patrícia Isabel Morgado de Almeida (CH); Nelson César Gonçalves Batista (PPD/PSD. CDS-PP); Vasco António Pinhão Ramos Teles Touguinha (PPD/PSD. CDS-PP); e Gonçalo Filipe Vintém Caroço (PCP-PEV). Susana de Fátima Carvalho Amador foi reeleita presidente da Assembleia Municipal.

Na presença do secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, o autarca socialista, reeleito, com maioria absoluta, afirmou que a área da habitação, que suscitou polémica durante o anterior mandato, será uma das prioridades, mas com “intransigência para ocupações ilegais e construção de barracas”.

“Que fique claro para todos. Não pactuamos e nem vamos pactuar com ocupações ilegais e negócios de subarrendamento dos fogos municipais. Continuaremos intransigentes em não permitir a construção de novas barracas no nosso concelho”, assegurou.

No entanto, o autarca socialista referiu que o município vai continuar a construir habitação social para responder às listas de espera, mas também casas destinadas à classe média e aos jovens do concelho, através de parcerias com privados e cooperativas, anunciando a duplicação do programa municipal de apoio à classe média e aos jovens no pagamento da renda e da prestação bancária, que passará de um para dois milhões de euros.

“São cerca de 800 famílias que já beneficiam deste apoio e, fica aqui o meu compromisso, durante este mandato, iremos duplicar este apoio para dois milhões de euros, de forma a apoiarmos 1.500 famílias da nossa classe média e os jovens do nosso concelho”, apontou, lembrando que, no mandato que agora terminou, foram realizados investimentos na requalificação urbana em todas as freguesias.

Legalizados 2000 fogos

O autarca destacou também que, durante o mandato anterior, foram legalizados cerca de dois mil fogos em áreas urbanas de Génese ilegais e prometeu manter o esforço de regularização.

Na área da segurança, Ricardo Leão adiantou que o município lançará brevemente o concurso público para a instalação de 240 câmaras de videovigilância, em várias zonas do concelho, num investimento de mais de cinco milhões de euros.

“Esta maioria absoluta em nada muda à minha postura. Continuarei a analisar e a votar as propostas da oposição, não em função de quem as propõe, mas sim em função do que pode ou não significar para o bem-estar da qualidade da nossa população. As pessoas estão à frente de qualquer tipo de tática política ou estratégia eleitoral”, concluiu.

Mobilidade

No capítulo da mobilidade, Ricardo Leão referiu-se à criação da saída da A1 na Bobadela e S. João da Talha, às vantagens da mobilidade suave e elétrica, salientando que é necessário “pensar Loures fora das suas fronteiras”.

Nesta área, Ricardo Leão fez questão de agradecer ao “seu amigo” Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, a cooperação e colaboração no desenvolvimento do programa Lios, que irá ligar, a partir de 2028, o Terreiro do Paço, em Lisboa, e o Parque Tejo, em Loures, através de um elétrico em canal dedicado, num investimento de 160 milhões de euros.

O novo meio de transporte, designado por 16 E, que num futuro se prevê que faça a ligação entre o concelho de Oeiras, Lisboa e Loures, já foi apresentado no Parque das Nações, numa cerimónia em que participaram a ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, e os presidentes de Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), e o de Loures, Ricardo Leão (PS).

Com uma extensão total de 12 quilómetros, divididos por 18 estacões, o novo elétrico pretende ser mais sustentável e económico, segundo sublinharam os responsáveis.

Polémicas

Há cerca de um ano Ricardo Leão esteve envolvido em polémica ao defender o despejo “sem dó nem piedade“, de inquilinos de habitações municipais que participaram nos distúrbios ocorridos na Área Metropolitana de Lisboa, em outubro de 2024.

Este episódio levou a que vários militantes do PS, incluindo o ex-primeiro-ministro António Costa, criticassem o seu posicionamento político.

Na sequência destas críticas o autarca socialista demitiu-se da liderança da Federação da Área Urbana de Lisboa do PS.

Mais recentemente, Ricardo Leão voltou a estar sob os holofotes mediáticos devido às demolições de construções precárias no Bairro do Talude.

Maioria absoluta

Ricardo Leão foi reeleito para um segundo mandato, após vencer com a maioria absoluta as eleições autárquicas de 12 de outubro no concelho de Loures (distrito de Lisboa), obtendo 43,83% dos votos e elegendo seis vereadores.

O segundo partido mais votado foi o Chega, que obteve 20,67% dos votos (dois eleitos), seguindo-se a coligação PSD/CDS-PP, com 14,86% (dois eleitos) e a CDU (PCP/PEV), com 10,97% (um eleito).

O concelho de Loures, no distrito de Lisboa, é o quinto mais populoso do país com mais de 201 mil habitantes. O município está dividido em dez freguesias, incluindo uniões de freguesias resultantes da reorganização administrativa de 2013.

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