Na gala comemorativa dos 155 anos da União de Associações do Comércio e Serviços, realizada no dia 17 de novembro, a presidente desta associação lançou o desafio ao Governo e à cidade de Lisboa de ser criado o “Dia do Comércio” e apresentou novo projeto museológico que irá preservar a memória histórica do setor.
Ao longo do seu discurso, Carla Salsinha, presidente da União de Associações do Comércio e Serviços, destacou a necessidade de criação de um dia oficial dedicado ao comércio, “o único setor a nível nacional que ainda não tem um dia próprio de reflexão”, e lançou o desafio para que, já em 2026, o país possa assinalar o “Dia do Comércio” a 16 de dezembro, data carregada de simbolismo histórico para a instituição.
Paralelamente, anunciou a criação do “Museu do Comércio”, um projeto que reunirá e preservará a história e a identidade comercial de Lisboa e das suas lojas centenárias, reunindo objetos, arquivos, testemunhos e memória viva do setor, preservando um património que atravessa séculos de história da cidade.
Comércio e serviços representam metade da atividade económica da capital
No seu discurso, Carla Salsinha fez uma retrospetiva dos 155 anos de atividade ininterrupta da UACS, recordando que as origens da instituição remontam à Casa dos Vinte e Quatro, criada em 1383, sublinhando o papel decisivo do comércio na construção económica, social e urbana de Lisboa.
Destacou ainda figuras históricas que marcaram o país e que passaram pela instituição, como José Rosa Araújo, Manuel Teixeira Gomes e Tomé Barros Queiroz. Lembrou que o comércio, os serviços e o turismo representam, em conjunto, mais de 50% da atividade económica da cidade, constituindo a base que sustenta o emprego, a dinâmica urbana e a vitalidade dos bairros de Lisboa.
A responsável sublinhou que os desafios atuais exigem um esforço coletivo entre empresas, Governo e município. Mencionou, entre outros temas, a simplificação administrativa, a adaptação à nova legislação laboral, a digitalização e a necessidade de responder a consumidores cada vez mais exigentes.
Apesar da transformação tecnológica, garantiu que “o fator humano continua a ser o maior trunfo do comércio”, valorizando a proximidade e a autenticidade do atendimento que caracteriza o comércio de bairro, destacando ainda que, no contexto atual, a segurança na cidade e a boa integração das comunidades imigrantes são prioridades incontornáveis, lembrando que um comércio forte depende de um ambiente urbano seguro, coeso e socialmente integrado.
Cidade de “bairros vivos”
O vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Jorge Reis, reforçou o compromisso do município com “uma cidade de bairros vivos”, afirmando que a autarquia continuará a trabalhar no sentido de criar condições que permitam ao comércio enfrentar e superar os desafios identificados pela UACS. Sublinhou ainda que o comércio é parte vital do ecossistema urbano e da vivência quotidiana da cidade.
Por seu turno, Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, destacou o papel fundamental da UACS, reconhecendo que a instituição tem sido uma força indispensável na dinamização económica da cidade e no apoio às empresas, enaltecendo a importância do seu trabalho contínuo na representação e defesa do setor.
O evento contou com o apoio da Audiogest, Unicre, Ageas, Instanta, Escola do Comércio de Lisboa, Turismo de Lisboa, Villa Oeiras, Alida Castro Group e Horto do Campo Grande, que se associaram às celebrações em reconhecimento do contributo histórico e atual da UACS para a economia da capital.
Governantes em peso na cerimónia
A cerimónia, que homenageou os sócios honorários da UACS, reuniu uma forte representação institucional, incluindo o secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Pedro Machado, o secretário de Estado Adjunto e do Trabalho, Adriano Moreira, o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres, o vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Gonçalo Reis, ex-secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, ex-secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, ex-secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carmona Rodrigues, a presidente da Direção do Centro Nacional de Cultura, Maria Calado, vereadores, deputados municipais, presidentes de junta de freguesia, antigos autarcas e representantes de diversas associações do setor.



