Câmara Municipal de Lisboa entregou 105 casas de Renda Acessível

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, presidiu hoje, dia 12 de dezembro, à cerimónia de entrega de chaves, no âmbito do Programa Renda Acessível, de um novo edifício habitacional na freguesia de Marvila. O edil anunciou ter já entregue 3000 mil casas na capital, mas reconhece que ainda “perde muitas noites” por ainda não ter resolvido os problemas dos munícipes que não conseguem pagar um teto.

Na cerimónia oficial de entrega das chaves dos apartamentos, num prédio da Rua do Vale Formoso de Cima, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, começou por saudar o “grande amigo” José Videira, presidente de junta de freguesia de Marvila (PS), uma amizade à prova de diferenças ideológicas.

“A nossa relação de amizade está à frente dos partidos. Trabalhamos juntos há 4 anos, mas nunca falamos de política, que isso não interessa nada, só falamos de pessoas e de resolver os seus problemas”, sublinhou Carlos Moedas.

Agradecimento à União Europeia  

O edil ressalvou que, com esta entrega de 105 fogos, há famílias “que vão mudar a sua vida”. Por isso, “é preciso agradecer, em primeiro lugar à União Europeia, porque dos quase 20 milhões aqui investidos, 15 milhões de euros são da UE. Muitas vezes, a UE é invisível; não agradecemos os seus apoios, mas aqui (o investimento comunitário) é bem visível” e resulta na mudança vida real de muitas famílias.

Carlos Moedas salientou também a ação do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, que tem “tido um papel muito importante a nível nacional”.

O autarca aproveitou para partilhar a sua visão sobre o problema da habitação. “A habitação não é tema de partidos políticos, é um tema crucial na nossa vida: é saúde, bem-estar, dignidade, um direito. Por isso, nós temos de lutar juntos, sem divisões, é isso que temos feito em Marvila e noutras freguesias”.




Para Carlos Moedas, ter um teto sob o qual viver “é um dia muito especial e é o primeiro dia do resto das vossas vidas (…) lembro-me de uma senhora que veio a uma das reuniões descentralizadas da Câmara queixar-se de que não tinha casa e que concorreu e passou a ter casa (…) muitas pessoas não sabem que estes programas existem”, descreveu.

Três mil casas entregues, segundo Carlos Moedas

O edil incitou, no mesmo sentido, as pessoas presentes na cerimónia a informarem outros cidadãos de que a CML “ajuda a pagar as rendas das casas aos munícipes”.

“A CML ajuda hoje mais de 1200 pessoas a pagarem a renda das suas casas. Nós fazemos uma conta simples: se alguém estiver a pagar de renda mais de 1/3 daquilo que ganha, tem de ser ajudado. Nós nunca recusámos a ninguém a ajuda para pagar a renda da casa. Digam aos vossos amigos e conhecidos que a Câmara pode ajudá-los”, pediu Carlos Moedas.

O presidente da CML aproveitou para lamentar o facto de “perder muitas noites” por ainda não ter conseguido resolver o problema da falta de casas em Lisboa na sua totalidade.

Mas assume “estar numa cruzada” pela habitação, revelando que entregou hoje a chave “nº 3000” a um dos presentes na cerimónia, uma pessoa “muito especial porque é um marchante de Alcântara”.

Governo quer contruir 150 mil casas    

Por seu turno, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, ressalvou o “esforço que Lisboa está a fazer” para resolver o problema da habitação, por, justamente, ser o território “onde há maior pressão e onde há maior ambição”.

O governante reconheceu que o desafio de resolução deste problema continua a ser “prioritário para o Governo”, que “tem a ambição global de entregar 150 mil casas nos próximos anos”.

Pinto Luz assumiu que após o PRR terminar, o Governo não desviará um milímetro da estratégia nacional para a habitação, revelando que, em 2025, o Governo investiu 1000 milhões de euros na habitação. E anuncia que, dada a urgência nacional, o problema da habitação “só resolve com mais casas, construindo mais casas!”

Em nome do Governo, o ministro agradeceu à CML “tudo aquilo que tem feito” para mitigar a falta de habitação na cidade de Lisboa.

Criação de uma nova comunidade em Marvila

Por seu turno, o presidente da junta de freguesia de Marvila, José Videira, agradeceu à equipa de arquitetos da CML, mas também ao empreiteiro da obra, a construtora de Braga DST, por ter concluído a obra “em tempo recorde”.

“Estamos muito contentes pelo trabalho desenvolvido para o bem das pessoas da freguesia. Felicito o Governo português e a CML, na pessoa do sr. presidente Carlos Moedas, por todo o trabalho que aqui conseguiram realizar”.

José Videira saudou ainda a vinda dos novos residentes, provenientes de concelhos como o Seixal, Amadora, mas também de freguesias como a Penha de França e Lumiar, fazendo questão de “abrir os braços” (e as portas da autarquia) para acolher os novos moradores.

Olhando para um pequeno novo morador, de 5 anos, o autarca lembrou que a existência de uma casa nas vidas das pessoas permite “concretizar sonhos e um futuro para as nossas famílias”, acentuando que a edificação destas novas casas vai “criar uma nova comunidade” entre pessoas que não se conheciam, mas fazem agora parte de um novo projeto coletivo de vida, e de esperança.

O novo edifício de habitação pública de Marvila é composto por dois blocos e disponibiliza 105 fogos de habitação, incluindo tipologias acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida, todos integrados no mercado de renda acessível. As tipologias variam entre T0 e T4, respondendo às necessidades de diferentes perfis de famílias.

Além das habitações e de estacionamento em cave, estas novas edificações incluem valências como estacionamento coberto para bicicletas, uma sala multiusos e três frações não habitacionais, destinadas a comércio e lavandaria.

A empreitada, iniciada no anterior mandato durante a presidência de Carlos Moedas, é da responsabilidade da Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) e representou um investimento total superior a 15 milhões de euros, com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

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