Município de Oeiras pretende erradicar a falta de casas nos próximos 2/3 anos

Com os investimentos previstos na habitação pública no concelho de Oeiras, não haverá “nenhuma família a viver em condições indignas” daqui a 2/3 anos no território. Isaltino Morais proferiu esta promessa na cerimónia de entrega das chaves de mais 40 casas com renda apoiada. Os moradores a quem foi atribuída uma nova casa enviaram mensagens a dar conta da sua felicidade. 

Após os moradores assistirem a um miniconcerto de Tony Carreira, em que o cantor interpretou alguns dos seus êxitos mais badalados, o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, presidiu à cerimónia de entrega de 40 novas casas municipais, no dia 18 de dezembro, na Tenda de Natal, localizada nos Jardins do Palácio Marquês de Pombal, em Oeiras.

Com um discurso improvisado, o presidente do Município considerou que a cerimónia representa “um momento de grande alegria para muitas famílias oeirenses”, em particular nesta quadra festiva, mas também para o próprio autarca, que revelou já ter entregue “6 mil chaves” de casas ao longos dos diversos mandatos. “Cada vez que entrego mais uma chave, fico genuinamente feliz”, assumiu.

Recorrendo ao slogan da sua última campanha autárquica, Isaltino Morais lembrou que “Oeiras é diferente”, porque não faz distinções de raça ou nacionalidade “para entregar habitação pública às pessoas que precisam de uma casa para dignificar as suas vidas”, recordando que estes tipos de intervenções sociais representam “aquilo que de mais nobre tem a política: realizar os sonhos das pessoas”.

O autarca recordou ainda os primórdios da construção de habitação pública no concelho, que foi o primeiro a nível nacional a erradicar as barracas, argumentando que as construções das casas públicas em Oeiras tiveram sempre a elevada bitola da qualidade na sua edificação.

Combater o espectro da pobreza

Para Isaltino Morais, esse “pormaior”, aliado a uma oferta que tem vindo a ser estendida ao longo de quase quatro décadas, são também alguns dos fatores diferenciadores de Oeiras relativamente a outros concelhos – o autarca lembrou que, por exemplo, Almada tem hoje 3 mil barracas, enquanto que em Oeiras há muito que foram erradicadas, não tendo havido novas tentativas de construção ilegal.




O edil recorda que a descriminação positiva tem estado sempre no centro da ação autárquica, pois, para além de alavancar a coesão social do território, ajuda a acionar o elevador social daqueles que, em determinado momento precisaram de ajuda, mas que podem melhorar a sua condição social mediante a existência da segurança de terem uma casa digna.

“Há vários casos de pessoas que viveram em casas da Câmara, mas depois conseguiram pôr os filhos a estudar e acabariam por sair para outras casas, porque conseguiram melhorar a vida”.

Isaltino Morais lembra, por outro lado, que num contexto socioeconómico adverso, a pobreza pode bater à porta de qualquer um. “Alguém que vive bem, pode passar a viver mal”, atira.

Para apagar do mapa o fantasma da insegurança social da população de Oeiras gerada pela falta de casas, o edil garante que estão neste momento a ser construídas (ou requalificadas) 700 habitações e que pretende levar a cabo a implementação de mais 3 mil.

Com estes investimentos, reforça o autarca, num prazo de 2/3 anos, no concelho de Oeiras não haverá “nenhuma família a viver em condições indignas”.

Secretária de Estado da Habitação anuncia investimento

A cerimónia contou com a participação da secretária de Estado da Habitação, Patrícia Gonçalves Costa, ex-diretora municipal da habitação no Município de Oeiras, que sublinhou que a entrega de casas a quem delas precisa “´é sempre um momento especial”, carregado de simbolismo porque representa o assumir de um “compromisso com o serviço público para servir as pessoas”.

A governante disse que o Governo “está empenhado” em continuar a investir na habitação pública, tendo reservado para o efeito “9 mil milhões de euros”, cumprindo as chamadas de atenção da União Europeia para que Portugal mitigue o problema da falta de habitação no país.

Patrícia Gonçalves Costa aproveitou para lembrar aos novos moradores das 40 casas de renda apoiada a obrigação moral de cumprirem com a parte que lhes toca no acordo de cavalheiros estabelecido com o Município de Oeiras: cuidarem dos seus novos lares.

Para a governante, ter uma casa é hoje “uma rede segurança que vos faz voar mais alto”, instou.

Moradores emocionados 

Num vídeo divulgado no local, os novos moradores reconheceram que a entrega de uma casa é a melhor prenda de Natal alguma vez recebida.

Uma moradora, que vive com uma filha, declarou: “Agora, posso sentar-me e respirar (de alívio)”, explicando que desde que soube que iria ter um novo lar, “o meu futuro ficou mais claro”.

Uma outra senhora disse que este Natal “vai ser muito especial”, talvez “seja o Natal mais feliz de sempre”.

Uma outra nova moradora, admitiu: “quando me foi atribuída uma casa, chorei, ri, fiquei nas nuvens”, reconhece.

As 40 novas casas, atribuídas em regime de renda apoiada, representam um investimento de 881 778,16€ do Município de Oeiras e vão garantir habitação condigna a mais famílias do concelho.

Com diferentes tipologias, entre t0 e t4, as habitações municipais situam-se em vários bairros de Oeiras, designadamente no Alto dos Barronhos; Bugio; Encosta da Portela; Francisco Sá Carneiro; Luta pela Casa; Moinho das Rolas; Navegadores; Outurela-Portela; Pátio dos Cavaleiros; Quinta da Politeira; Pombal; Ribeira da Lage; São Marçal e na Unidade Residencial Madre Maria Clara.

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