A Câmara Municipal de Lisboa (CML), assinou esta quinta-feira, dia 20 de julho, um protocolo com a Fundação JMJ, e a empresa Construção Pública E.P.E, no sentido de permitir o acolhimento em escolas e equipamentos do concelho de cerca de 42 mil peregrinos que vão participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
A assinatura deste protocolo contou com a presença do Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Américo Aguiar, que esteve há poucos dias na Ucrânia. Aqui, reforçou, “as pessoas inocentes foram presas, torturadas, assassinadas e os seus nomes foram escritos nas paredes dessas salas com o próprio sangue”. Na sua visão, não é isso que deve ser a imagem das escolas, mas sim “coisas positivas”, como é o caso do alojamento dos peregrinos da JMJ.
“O alojamento dos peregrinos é uma das peças fundamentais para que as coisas corram bem” na Jornada, sublinhou D. Américo Aguiar. Por outro lado, “um jovem não é exigente, o que eles querem é exatamente os tais metros quadrados e um pequeno almoço depois”. O Bispo Auxiliar de Lisboa agradeceu toda a disponibilidade da CML na preparação da JMJ. Para já, reforçou, “isto está a ser replicado pelos outros municípios à volta de Lisboa e também no resto do país”, na medida em que vários jovens de todo o país já se estão a deslocar para a capital.
Já para a responsável da empresa Construção Pública, Sandra Rodrigues, que sucede à antiga Parque Escolar, existem três pilares fundamentais da sua atividade. Deste modo, a empresa tem como objetivo realizar “uma gestão eficaz das escolas”, “remodelá-las” e ainda “abrir a escola à comunidade”, como prova este protocolo. Sandra Rodrigues disse ainda que “é um grande orgulho para a empresa dar este contributo” para a JMJ.
Sentir a cidade
Por sua vez, para o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, “é uma grande alegria estarmos aqui hoje”. O edil lembrou que apenas faltam 11 dias para o arranque da JMJ, um “evento único no país e na cidade”. Para Moedas, Lisboa será ainda o “centro de tudo”, e este protocolo será importante para os peregrinos sentirem “que Lisboa é uma cidade que acolhe”.
O documento conta ainda com a colaboração da CML, juntas de freguesia, escolas e Governo. No total, serão 110 escolas e mais três equipamentos públicos que vão acolher cerca de 40 mil peregrinos. Por sua vez, Lisboa irá receber, no total, cerca de 100 mil participantes na JMJ. Por isso, lembrou Moedas, “40% destes jovens vão ficar em escolas”, e neste sentido, o autarca frisou e agradeceu o papel das escolas e equipamentos públicos neste acolhimento.
O presidente da Câmara de Lisboa disse ainda, na mesma intervenção, que sente uma grande “alegria” pela realização do evento, e que aumenta à medida que a JMJ se aproxima. No entanto, referiu também que sente uma grande “responsabilidade”, uma vez que é fundamental saber acolher os peregrinos e fazê-los sentirem-se bem em Lisboa. Por fim, existe ainda um sentimento de “concretização”, porque é a primeira vez que a cidade recebe este evento, que é “extraordinário para a cidade e para o país”.
CML está a trabalhar para garantir a melhor resposta possível
O protocolo foi assinado na Escola Básica Francisco Arruda, em Alcântara. Aos jornalistas, Carlos Moedas reforçou que a autarquia está a trabalhar no sentido de garantir todas as condições para os peregrinos, como é o caso dos transportes públicos. “A Carris está a fazer todo o esforço e está a pôr tudo aquilo que tem ao trabalho durante esses dias”, referiu o edil, rejeitando a hipótese de uma requisição civil.
“A Carris vai ter todos os seus autocarros à disposição”, funcionando com horários de inverno. Desta forma, irá trabalhar, na semana da JMJ, com mais “30% de capacidade e está tudo preparado”, reforçou o presidente da CML. Em paralelo, haverá “quatro mil pessoas na CML que vão estar a trabalhar durante esses dias todos”, para que tudo corra bem. “Os assistentes operacionais vão estar a ser pagos por esse trabalho”, sublinhou Moedas.
Para já, acrescentou ainda o autarca, já existem mais de 300 jovens voluntários inscritos para apoiar os peregrinos que visitam Lisboa. Por outro lado, e sobre a polémica dos sem-abrigo na Avenida Almirante Reis, Moedas referiu que se tratou apenas de “uma operação normal na cidade. Falámos com as pessoas sem-abrigo, porque estávamos a limpar uma zona da cidade e essa limpeza as pessoas agradecem, porque está a avenida estava suja”.
Deste modo, acrescentou que a CML está do lado dos sem-abrigo e que já disponibilizou sete milhões de euros para dar “soluções a estas pessoas”.