António Costa, que visitou comerciantes da baixa lisboeta, quer que os lisboetas voltem à rua, regressem às compras e que as lojas reabram com segurança e cumprindo as regras, «com a mesma determinação e cuidado com que nos fechamos em casa».
António Costa apelou aos portugueses que regressem à rua, mas com cautelas. O Primeiro-ministro lançou este repto no final de uma visita, esta manhã, ao comércio do Chiado, tendo deixado uma «palavra de alento e de confiança» a todos os comerciantes, porque «são eles, uma das alavancas da retoma da nossa trajetória de desenvolvimento económico». Nessa linha «de pensamento económico», o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, anunciou que as esplanadas de Lisboa não vão pagar taxas até final do ano.
Na manhã deste sábado, o Primeiro-ministro, António Costa, acompanhado pela mulher, Fernanda Tadeu, pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e pelo presidente da Junta de Freguesias de Santa Maria Maior, Miguel Coelho. passeou pelas ruas do Chiado, visitando vários estabelecimentos comerciais, tendo, inclusivamente, prometido regressar a alguns para comprar «presentes para a família», nomeadamente para a mulher que, com um sorriso nos lábios, fez questão de referir que «vai ficar a aguardar», com alguma expectativa, o retorno de António Costa à baixa «para ver a prenda que ele lhe vai dar».
«Temos de voltar a ir à rua, com a mesma determinação que tivemos para nos fechar em casa», salientou António Costa, garantindo que «podemos retomar com confiança e segurança, aquilo que deixamos de fazer».
Com a mesma convicção com que solicitou aos portugueses para ficarem em casa, devido à Covid-19, o primeiro-ministro pediu aos lisboetas que regressem às ruas, frequentando lojas, restaurantes e cafés, embora com cautelas, sublinhando: «Com a mesma determinação com que nos fechámos, temos agora também de voltar a ir à rua, voltar a procurar retomar a normalidade da nossa vida agora de uma nova forma e com as cautelas que não podemos deixar de ter».
Segundo o primeiro-ministro, os portugueses souberam ser «muito disciplinados e determinados no confinamento em casa», mas frisou: “Não podemos baixar a guarda, porque este é um esforço que temos de continuar e, para isso, temos de usar a máscara quando entramos nos locais fechados, temos de desinfetar as nossas mãos, temos de manter o distanciamento físico».
Comerciantes responsáveis
Do ponto de vista do chefe do executivo, «os comerciantes, com enorme responsabilidade, estão a adotar as medidas de segurança para que se possa voltar às lojas sem perigo» e, por isso, agora compete «a todos nós corresponder ao enorme esforço que estes comerciantes fizeram», tendo deixado «uma palavra de alento e de agradecimento a todos os comerciantes, porque são eles os vendedores dos produtos fabricados pela nossa indústria».
«O civismo dos portugueses tem sido a chave do nosso sucesso na contenção da pandemia e, portanto, vai ser também a chave de reconquistarmos a nossa liberdade em segurança e, ao mesmo tempo, voltarmos à trajectória ascendente da retoma económica», defendeu António Costa, que desceu o Chiado lado a lado com a mulher, com quem entrou em várias lojas.
Por seu turno, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, aproveitou a ocasião para anunciar que as esplanadas de Lisboa «não pagam taxas até final do ano», o que agradou sobejamente a Vítor Santos, presidente da Associação de Valorização do Chiado, que reúne os diferentes comerciantes da zona.
Com esta medida, a autarquia pretende dar «um sinal de apoio à restauração nesta nova fase de reabertura». A seguir Isenção de saneamento para Alojamento Local de Lisboa que recebem profissionais de saúde Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, anunciou o prolongamento, até ao final do ano, da isenção de taxas para instalação de esplanadas, com a possibilidade de maior espaçamento.
Segundo o autarca, esta «decisão foi consensualizada entre todos os partidos, em colaboração com as juntas de freguesia da cidade».
Fernando Medina acrescentou que a intenção da Câmara de Lisboa é prolongar esta isenção «com a possibilidade de – sendo isso possível, mantendo grandes canais para circulação pedonal – haver algum espaçamento das esplanadas e até alargamento». «O que queremos transmitir é um sinal positivo, de confiança, à restauração», reforçou, sublinhando que o comércio está preparado «para acolher todos em segurança».
O presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho, por seu turno, considerou que esta visita do Primeiro-Ministro «veio trazer um novo alento aos comerciantes da baixa pombalina» e, ao mesmo tempo, mostrar aos portugueses que podem voltar a fazer compras em segurança, desde que mantenham as etiquetas respiratórias e o distanciamento social.
A mesma opinião é compartilhada pelos comerciantes visitados pelo Primeiro Ministro, nomeadamente, entre outros, as livrarias Sá Costa, Bertrand, André Ópticas e All Chiado restaurante (que reabre segunda-feira com «preços para portugueses»), que realçam que «António Costa trouxe um momento de confiança e de esperança de sairmos todos bem desta crise.»