Toda a zona estuarina do Tejo foi completamente destruída, em 1755, pelo terramoto, seguido de tsunami, que assolou a região. Duzentos e quarenta e cinco anos depois, foram instalados, em Cascais, os primeiros painéis de aviso e de alerta de tsunami.
Em Cascais já está a ser implementado um sistema integrado de aviso e alerta de tsunami. Os dois primeiros painéis já se encontram instalados, porque o perigo de ocorrência de tsunami, idêntico ao que sucedeu no dia 1 de novembro de 1755, é um dos riscos identificados na área estuarina e frente oceânica da área metropolitana de Lisboa (AML)
Por isso, em cooperação com os municípios de Lisboa e Cascais, a AML está a articular a implementação de um sistema integrado de aviso e alerta de tsunami, alicerçado em dispositivos de aviso sonoro (sirenes), instalados em Lisboa (Praça do Império, em Belém, e Ribeira das Naus) e em Cascais (Teatro Gil Vicente, Praia da Azarujinha e passeio marítimo do Estoril), e em painéis digitais informativos e interativos, estando também a ser planeadas ações de sensibilização e sinalética para percursos de evacuação e pontos de encontro.
Os dois primeiros painéis informativos digitais já estão em funcionamento, desde sexta feira 7 de agosto, na Baía de Cascais e em Carcavelos.
O presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, e o primeiro-secretário da Área Metropolitana de Lisboa, Carlos Humberto de Carvalho, estiveram na cerimónia de inauguração deste equipamento que pretende ser «mais um passo na consolidação do sistema, que tem como missão alertar a população para a eventual ocorrência de um tsunami, e, simultaneamente, desenvolver ferramentas que auxiliem a gestão eficiente de uma eventual evacuação».
Além da instalação deste equipamento, segundo foi anunciado, serão realizadas ações de formação para interpretação de alertas sonoros, e efetuadas ações de sensibilização sobre o modo de funcionamento deste processo, com recurso a modelos que permitam a simulação do fenómeno de tsunami. Ocasionalmente serão, ainda, realizados exercícios de simulacro, para testar a eficácia de todo o sistema.
A aquisição de sinalética para os percursos de evacuação, que será a peça final deste projeto, está prevista para o último trimestre de 2020. O sistema é um investimento previsto no Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial da Área Metropolitana de Lisboa e foi contratualizado entre a Área Metropolitana de Lisboa, a autoridade de gestão do Programa Operacional para a Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) e a autoridade de gestão do Programa Operacional Regional Lisboa 2020 (POR Lisboa 2020)
O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, fez questão de salientar que a proteção civil municipal «tem sido uma prioridade e alvo de uma atenção especial», para dar resposta «aos desafios que se vão colocando na proteção e apoio à população em situações de risco».
O autarca revelou ainda que os painéis integram conteúdos digitais com informação sobre o projeto e com spots animados sobre o que fazer antes, durante e após a ocorrência deste tipo de fenómeno, estando capacitados para a difusão de avisos específicos, em coordenação com as sirenes, já instaladas.
Por seu turno, Carlos Humberto de Carvalho, da AML, defendeu «o papel pioneiro dos municípios de Cascais e Lisboa no desenvolvimento de um sistema que se pretende alargar a outros concelhos da área metropolitana de Lisboa, com frente oceânica ou ribeirinha» e destacou, em particular «o envolvimento exigente e eficiente da Câmara Municipal de Cascais, e dos seus serviços de proteção civil, e o acompanhamento e colaboração prestada pela autoridade de gestão do Programa Operacional para a Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR)».
Foto de capa: Câmara Municipal de Cascais