Até às 23h59 do dia 31 de agosto, mantêm-se a situação de contingência na AML. Contudo, Almada, Seixal, Barreiro, Moita, Setúbal e Vila Franca de Xira vão ter vigilância reforçada, através de equipas multidisciplinares de combate à Covid-19.
O responsável pelo gabinete de intervenção para a supressão da Covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo e subdiretor da Direcção-Geral da Saúde (DGS), Rui Portugal, anunciou que os concelhos de Almada, Seixal, Barreiro, Moita, Setúbal e Vila Franca de Xira apresentam um risco acrescido de casos de infeção pelo novo coronavírus: alta densidade populacional e níveis socioeconómicos instáveis. Por esses motivos, vão ser alvo de vigilância reforçada a ser efectuada por equipas multidisciplinares, constituídas por médicos de saúde pública, funcionários da Segurança Social, da Proteção Civil municipal (dos vários concelhos) e elementos das forças de segurança.
O reforço vai acontecer por fases, adiantou ao jornal Público Rui Portugal, acrescentando que a medida se enquadra já na preparação no terreno para o Inverno: «Podíamos neste momento estar a dar algum descanso às equipas, porque a situação está melhor, mas não, estamos a aumentar e a experimentar este modelo noutros locais que identificámos».
Inês Medeiros: Almada tem pandemia controlada
Entretanto, a presidente da Câmara de Almada, Inês Medeiros, já reagiu a este anuncio e reconhece que «Almada tem, de facto, uma grande diversidade de situações, mas é importante salientar que, independentemente dessa diversidade, ou de ser o concelho mais populoso da margem esquerda do Tejo – e essa é uma situação conhecida há muito – tem sido possível lidar com a pandemia de forma controlada».
A presidente da Câmara de Almada admite ainda que «há um aumento do número de casos, mas fica abaixo da média da Área Metropolitana de Lisboa».
Do ponto de vista de Inês Medeiros, esta é, sobretudo, uma medida social, cujo objetivo é «garantir as condições de habitabilidade das pessoas, para garantir, nalguns casos, que o confinamento é cumprido».
No entanto, para Inês Medeiros, estas equipas «poderiam ter chegado ao terreno um pouco antes, mas, como houve aqueles grandes surtos na margem direita do Tejo, é natural que não tenha sido possível implementar o processo mais rapidamente», assegurando, todavia, que «não há qualquer situação nova ou extremamente preocupante que justifique a entrada em campo deste reforço; era algo que já estava previsto há cerca de um mês e meio».
O importante, sublinha, é «sabermos que a situação pode mudar de um momento para o outro e que não queremos ser surpreendidos. Temos de lutar para diminuir todos os riscos de contágio ou de criação de surtos», conclui.