O congresso do PCP concretizou-se em plenas condições de segurança, superiores às que existem nos sobrelotados transportes públicos, afiançou o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, anfitrião do XXI Congresso do PCP
O congresso PCP terminou hoje em Loures, um concelho que está na categoria de «Risco muito Elevado». Mas, segundo Bernardino Soares, presidente da Câmara, «o único vírus que se propagou no congresso foi o da luta por um futuro melhor para o nosso povo e país», anunciando medidas de apoio a empresários e famílias de Loures.
Já para Jerónimo de Sousa, «a epidemia da Covid-19 só veio revelar e tornar mais nítidos os problemas e estrangulamentos, défices e dependências estruturais da economia portuguesa».
Segundo Jerónimo de Sousa, hoje reeleito secretário-geral do PCP num dos congressos mais polémicos do «Partido», os problemas do País «não se combatem com Estados de Emergência excessivos e inconsequentes», mas sim «com medidas de emergência social». O reeleito secretário-geral do PCP destacou que pelo congresso «passaram os problemas dos trabalhadores e do povo», sublinhando que «estão mais agravados, não apenas pela pandemia de Covid-19, mas também pela política de direita».
Por seu turno, Bernardino Soares, dirigente do PCP e presidente da câmara de Loures, em jeito de resposta aos críticos pela realização do congresso em plena pandemia, afirmou que não se combate a pandemia com ataques aos direitos dos trabalhadores ou a suspensão das liberdades, sublinhando que «o único vírus que se vai propagar no congresso é o vírus da luta por um futuro melhor para o nosso povo e para o nosso país».
Numa saudação ao XXI congresso, que decorreu no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures, o autarca comunista respondeu ao deputado Adão Silva, do PSD, que falou na «habilidade saloia» da realização do congresso e disse que com essa «habilidade saloia» a câmara tem um programa de 25 milhões de euros para apoiar micro, pequenos e médios empresários ou o comércio local.
Bernardino disse que em Loures há «muito orgulho na raiz saloia da cultura, de gente empenhada há séculos na produção agrícola, a que se acrescentaram milhares de operários da cintura industrial e depois gentes de todo o país e de todo o mundo à procura de uma vida melhor».
E insistiu que com «a habilidade saloia nesta autarquia tem conseguido combater a pandemia e proteger as populações mantendo a atividade económica, cultural e associativa».
Bernardino Soares contestou, de forma genérica, as medidas para conter o surto epidémico desde março e alertou que «não é combate à pandemia o ataque aos direitos dos trabalhadores, a degradação dos serviços públicos e SNS, a suspensão da cultura, das liberdades políticas e partidárias».
«Isto não é combate à pandemia, é sim um combate à democracia», disse, para terminar o discurso com a afirmação de que «sem democracia não há saúde nem direitos nem progresso nem futuro».