VAMOS VOLTAR A ESTAR CONFINADOS COM RESTRIÇÕES À CIRCULAÇÃO

Presidente da República, Governo e a maioria dos deputados estão de acordo com a necessidade de se voltar a ao confinamento geral a partir de 15 de janeiro, após Portugal ter registado sucessivos recordes de novos casos, mortes e hospitalizações por Covid-19. A medida foi confirmada pelo governo neste sábado.

Na quarta-feira, o Governo vai aprovar e anunciar as novas medidas a serem tomadas para evitar um maior número de casos de contágio por Covid 19, que deverão seguir o modelo de confinamento adotado em Março e Abril. Mas, apesar das restrições à circulação, as escolas vão estar abertas. Contudo, no dia das eleições haverá liberdade de circulação para votar e equipas de recolha de votos irão a lares recolher os votos.

Numa primeira fase, o confinamento será por quinze dias a começar, previsivelmente, no dia 15 de Janeiro. A decisão deve-se à urgência de travar a excessiva subida de novos casos diários, que desde a última quarta-feira estão na ordem dos dez mil. Para isso, o Conselho de Ministros vai aprovar as regras exatas em que vai funcionar esta fase de confinamento e que ficarão estabelecidas no decreto de execução, na próxima quarta-feira à tarde, depois de, nessa manhã, a Assembleia da República aprovar a autorização para que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assine o decreto de novo estado de emergência.

Embora sem revelar a data, no final das audiências do primeiro-ministro, António Costa, com os partidos parlamentares, que decorreram ontem (sábado), a ministra de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros, Mariana Vieira da Silva, admitiu a necessidade de celeridade ao afirmar: «O Conselho de Ministros reunir-se-á imediatamente após a aprovação por parte da Assembleia da República, e comunicaremos e tomaremos as medidas de forma a que se possam aplicar o mais cedo possível». Isto depois de sublinhar que as reuniões do primeiro-ministro com os líderes partidários revelaram «um grande consenso em torno da ideia de que é, de facto, necessário tomar medidas adicionais».

«Não é preciso estarmos à espera do decreto. Face a estes números é nossa obrigação protegermo-nos e reduzirmos os nossos contactos», disse Mariana Vieira da Silva, confirmando que o confinamento será «muito próximo do que foi nos meses de Março/Abril» e que ainda não está definido tudo o que vai fechar: «Ainda não temos o detalhe ao certo de cada tipo de loja que vai fechar»

Das conversas com os partidos, percebe-se que António Costa é a favor de não fechar as escolas e que ainda não decidiu se encerra todo o comércio, poderá haver exceções para o pequeno comércio. Restauração e espetáculos deverão mesmo ter de fechar ou suspender atividades. O apelo é feito desde já pelo Governo: é preciso que cada um se proteja. No plano político, tendo em conta a tarefa em cima da mesa, o primeiro-ministro diz ser preciso o «maior consenso possível para as medidas mais restritivas que temos mesmo de tomar», escreveu António Costa no Twitter, no final da ronda com os partidos.

Candidatos com especialistas

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Mas, como salientam o Primeiro-Ministro e a ministra da Presidência do Conselho de Ministros, as decisões sobre as medidas concretas que enquadrarão o novo confinamento só serão fechadas na reunião do Conselho de Ministros de quarta-feira e elas dependem em última análise do que forem as conclusões tiradas da reunião com os especialistas em saúde pública e epidemiologia que decorre na terça-feira e para o qual foram convidados todos os candidatos a Presidentes da República, por sugestão de Marcelo Rebelo de Sousa.

Nas audiências aos partidos com assento parlamentar, que decorreram durante a manhã de ontem verificou-se, de facto, um consenso sobre a inevitabilidade de se adoptar um novo confinamento face aos números da pandemia.

Todavia, o consenso anunciado passa pelo acompanhamento de medidas sociais ao novo confinamento.

Assembleia da República antecipa reunião

Entretanto, o gabinete de comunicação da Assembleia da República anunciou que «a reunião plenária da próxima quarta-feira, dia 13 de janeiro, dedicada ao debate sobre o pedido de autorização da renovação do estado de emergência, terá início às 09h30 (e não às15h00)».

Neste debate, com duração total de perto de uma hora, o Governo tem direito a uma intervenção de 10 minutos e os grupos parlamentares contam com cinco minutos, enquanto os deputados únicos e as deputadas não inscritas podem falar durante dois minutos.

Na quarta-feira, a conferência de líderes agendou para 13 e 27 de janeiro, de forma preventiva, os debates sobre eventuais decretos presidenciais para a prorrogação do estado de emergência em Portugal, em consequência da Covid-19.

Para terça-feira está agendada mais uma reunião no Infarmed, com epidemiologistas, com a evolução da disseminação do novo coronavírus em Portugal, que vai ajudar o Governo a decidir as novas medidas de combate à pandemia.

 

 

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