Fernando Medina acompanhou, hoje, sexta-feira, a fase final das obras no património em recuperação no centro histórico da Mouraria, e que, de certa forma, definem a atual política da Câmara de Lisboa em fixar moradores nos bairros típicos de Lisboa
Fernando Medina visitou hoje três prédios em fase final de reabilitação, no centro histórico da cidade, cujas casas vão ser incluídas no programa “Habitar o Centro Histórico” e que são destinadas a moradores nos bairros históricos da cidade e que estão em risco de perder a casa onde vivem.
Este programa que já entregou, até ao momento, 150 casas em bairros como Alfama, Castelo ou Mouraria, permitindo assim manter no local as pessoas que ali moravam há muito tempo, vai auxiliar transformar os «arrendamentos de férias de curta duração em casas para trabalhadores essenciais».
Aliás, o presidente da Câmara Municipal reconhece que, nos últimos anos a cidade tem «beneficiado muito dos milhões de turistas», mas que foi pago um preço social elevado e, por isso, Fernando Medina quer revigorar o centro da cidade, «onde os preços das propriedades dispararam em flecha nos últimos anos».
«Queremos trazer as pessoas que são a vida de Lisboa para o centro da cidade, ao mesmo tempo em que a tornamos mais verde, sustentável e, em último grau, um sítio melhor tanto para viver como para visitar», salienta Fernando Medina, em artigo publicado num jornal inglês, onde considera ser prioritário «habitação acessível para trabalhadores de hospitais, transportes, professores e milhares de outras pessoas que disponibilizam serviços essenciais».
Nesse artigo, Fernando Medina foca-se na sustentabilidade: ao garantir que mais pessoas vivem no centro da cidade, o autarca acredita que haverá menos deslocações, já que «os residentes do centro da cidade podem chegar a serviços essenciais em caminhadas de 20 minutos. Esta abordagem também ajudará a enfrentar a crise climática e melhorar a saúde pública», já que «cidades mais densas significam menos pessoas a deslocar-se para o centro a cada dia», escreve Medina.
Resposta de Lisboa
As intervenções no coração antigo da cidade continuam também a responder a outras necessidades dos programas municipais em curso, tanto de renda apoiada como de renda acessível, operação de realojamento e de gestão da habitação municipal. A reabilitação no centro histórico e as suas especificidades são algumas das preocupações de Fernando Medina, e da Vereadora da Habitação, Paula Marques, porque não esquecem que a Mouraria é um dos mais tradicionais bairros da cidade de Lisboa, que atualmente faz parte da freguesia de Santa Maria Maior e é considerado o bairro que se tornou num local bastante movimentado e acolhedor.
Atualmente, a Mouraria é considerado um dos bairros mais seguros da capital; é um ponto de encontro de gentes de diferentes culturas e, simultaneamente, um local que mantém vivas as suas antigas tradições populares, como se pode confirmar pela existência de várias casas de fado, bares, tabernas e coletividades culturais e desportivas a par de estabelecimentos comerciais de origem chinesa e indiana, entre outros, que após anos de esquecimento começou a ter obras de requalificação que o estão a tornar num dos pontos mais interessantes de Lisboa do ponto de vista turístico e cultural.
Nota: Noticia a desenvolver na edição impressa Olhares de Lisboa | 29 abril 2021