O Dia da Liberdade em Oeiras ficará marcado pela inauguração deste monumento, com 1759 cm, que presta homenagem a todos os que contribuíram para a existência do Parque dos Poetas. Mas, a par do programa oficial de comemorações do 47º aniversário do 25 de Abril de 1974, Oeiras vai assinalar a data com três concertos on-line com os UHF, Luís de Portugal e João Afonso.
Isaltino Morais, presidente da Câmara Municipal de Oeiras, vai inaugurar, no Parque dos Poetas (Fase 2ª) e no âmbito das comemorações do 47º aniversário do 25 de Abril, o “Obelisco do Templo”, da autoria de Júlio Quaresma, que pretende homenagear todos os que contribuíram para a existência do Parque dos Poetas, sobretudo os poetas, os escultores, os mecenas, os construtores e os fabricantes.
Este elemento simbólico foi pensado como o «culminar do processo do Parque dos Poetas que, nascido do sonho, nunca se dissociou do Amor à cultura e se vem realizando ao longo do tempo, estando para breve o seu final, sobretudo no momento em que Oeiras se Candidata a Capital Europeia da Cultura em 2027», adianta a autarquia em comunicado.
O Obelisco do Templo, no Parque dos Poetas, enquanto elemento simbólico está indelevelmente ligado a Oeiras, aos seus habitantes e à sua História. Cada dimensão tem o seu significado, nomeadamente a sua altura que é de 1759 cm (como a data de constituição do Concelho por carta régia) e igualmente à sua base de 1759 mm, onde 5 degraus correspondem às 5 freguesias atuais do Concelho.
A luz, os materiais e a cor presentes no monumento, são a imagem do que se quer para Oeiras e o que de fato Oeiras tem como valores. A luz que projetará no céu de Oeiras, aparecerá como um raio indicando os caminhos para o céu. A pedra dura de granito, da sua constituição, garantirá a sua eternidade figurando a força, a resiliência e a durabilidade.
As cores presentes no granito aplicado, identificam a realidade sociocultural e humanista do Concelho, nomeadamente o vermelho de uma dinâmica apaixonada, do fogo, do sangue e do coração humano, que moveu também os Mecenas, empresários de Oeiras, ao se associarem a este grande e único projeto.
O vermelho desta pedra significa ainda paixão e energia, e representa a chama, que mantém vivo o desejo e a vontade, que pontuado entre outras cores derivadas dos outros materiais que compõem o granito, simbolizam a diversidade da população deste concelho e a sua força.
UHF, Luís Portugal e João Afonso cantam Zeca Afonso
Por outro lado, a par do programa oficial de comemorações do 47º aniversário do 25 de Abril de 1974, a Câmara de Oeiras vai assinalar a data com a realização de três concertos de música, que serão apresentados em live streaming, nas redes sociais do Município (Facebook e Instagram). Assim, hoje, dia 23 de abril, às 20H30, terá lugar o concerto de «UHF canta José Afonso – As Canções do Andarilho», trazendo uma interpretação muito própria das músicas de Zeca Afonso, um génio da melodia, mas respeitando a obra e o autor. Nas palavras do músico António Manuel Ribeiro, referindo-se aos UHF, «somos um grupo elétrico, trouxemos a batida e o grito, a densidade da guitarra à solta, mas também o som acústico, o bandolim, os coros».
Os UHF constituem-se pelos músicos António Manuel Ribeiro (Voz e Guitarra), António Côrte-Real (Guitarra), Luís Simões “Cebola” (Baixo), Ivan Cristiano (Bateria) e trazem como músico convidado Nuno Oliveira (Piano, Órgão e Bandolim). Este concerto realiza-se no Auditório Municipal Ruy de Carvalho, em Carnaxide e será aberto ao público, de acordo com as regras definidas pela DGS e IGAC. A entrada é gratuita/livre e as senhas são distribuídas no local, entre as 17H00 e as 20H00 do dia do Concerto, limitadas à lotação.
Já o concerto de Luís Portugal, intitulado «De Adriano a Zeca», está marcado para o dia 24, às 21H30. A voz de Luís Portugal (“Jafumega”) junta-se às guitarras de Pedro Pereira e aos Vibrafone e Percussões de Ricardo Coelho e, juntos, «cantam as palavras que os unem, numa viagem que viu ABRIL nascer, e que não deixa ABRIL morrer».
No dia 25 de abril, às 21H30, será apresentado o concerto «Sangue Bom» de João Afonso.Três autores, dois escritores e um músico/cantor, sem pátria definida. Uma pitanga de verde mar construída como uma narrativa de histórias e mistérios de Mia Couto e de José Eduardo Agualusa com a musicalidade de João Afonso. São canções de amizade, fraternidade, de amor e contos sobre o paradigma perdido da infância. São afirmações com melodia de uma identidade lusófona, sem raça, com estradas de terra, cacimbo e lagartos ao sol numa grande casa branca. Um domínio de afetos humanos musicais entre Portugal, Moçambique e Angola. É um trabalho de sonoridades híbridas, mas únicas, que ficaram no subconsciente coletivo de pessoas que se cruzaram num espaço nosso e que existe entre os três povos tal como entre os autores. Há como a invenção de um novo território, onírico, traduzida nas diversas colaborações entre autores e músicos, com a riqueza dos arranjos de Vítor Milhanas a realçar esta sonoridade lusófona. A voz de João Afonso, também ele fruto da história, pois é um músico luso/moçambicano, numa combinação perfeita com dois amigos, dois escritores, poetas consagrados e de grande qualidade: José Eduardo Agualusa, de Angola, e Mia Couto, de Moçambique.
Este concerto será realizado pelos músicos João Afonso (Voz e Guitarra), Miguel Fevereiro (Guitarras e Vozes), António Pinto (Guitarra baixo, Guitarra e Vozes) e João Ferreira (Percussões).