ODIVELAS CELEBRA 23º ANIVERSÁRIO SOBRE A ÉGIDE DE D. DINIS

O que deixamos para trás quando morremos? D. Dinis quis deixar a imagem de um bom rei, justo e cumpridor de todos os preceitos religiosos. No Mosteiro de São Dinis e São Bernardo, o túmulo do rei é a representação desse desejo que, agora, é retratado pelo livro ‘Mosteiro de Odivelas. Documentos fundacionais’ e inteiro postal ‘Túmulo de D. Dinis, lançado ontem no decorrer das comemorações do 23º aniversário da criação do concelho.

Ontem foi dia de Odivelas celebrar o 23º aniversário da sua elevação a concelho e, nada melhor que o lançamento de um livro sobre o Mosteiro de São Dinis e São Bernardo, para celebrar condignamente esse aniversário, defendeu Hugo Martins, presidente da Câmara Municipal, acrescentando que, «esta obra perpetua a história e o património do concelho».

Na perspetiva do autarca, que agradeceu ao vereador da Cultura, Edgar Vales, por ter possibilitado a edição do livro ‘Mosteiro de Odivelas. Documentos fundacionais’, «é necessário “despertar” as nossas crianças para a história de Odivelas», lembrando que, ontem, também foram apresentados dois livros infantojuvenis sobre o Mosteiro.

Hugo Martins, por outro lado, revelou que o município já investiu quatro milhões de euros na recuperação do património histórico do concelho, nomeadamente da recuperação da Anta de Caneças, com mais de 5 mil anos, no Mosteiros de São Dinis e São Bernardo e na reabilitação dos emblemáticos jardins da Quinta do Espirito Santo.

Segundo Hugo Martins, «para a Câmara é muito importante investir na recuperação do nosso património material e imaterial», lembrando que a autarquia recebeu um prémio pelo livro que se debruçava sobre os «valiosos azulejos» de Odivelas. Com estas iniciativas, a autarquia pretende «não deixar que a nossa memória histórica não se perpetue para as gerações futuras».

Por seu turno, Hermenegildo Fernandes, Diretor da área de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que fez a apresentação do livro Mosteiro de Odivelas. Documentos Fundacionais, salientou a importância que «o mosteiro tem na história portuguesas», sublinhando a «relação umbilical que o mosteiro teve com a coroa portuguesa», apontando: «é essa relação que este livro estabelece».

Hermenegildo Fernandes recordou que este património «colheu durante muitos séculos as elites portuguesas. Frisando a importância das relações do «mosteiro com a sociedade politica de então e com o território», o historiador considerou «que este é um património nuclear na reconstrução da monarquia» lusitana, em 1640.

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A obra, que conta com coordenação científica de Saul António Gomes, é composta por textos históricos e transcrições paleográficas de Saul António Gomes, Luís Miguel Rêpas e João Fresco, centrando-se no período de 1295 a 1325, com incidência no rei D. Dinis e na problemática referente à fundação do Mosteiro de Odivelas, na comunidade conventual deste período, com especial atenção para as suas abadessas e ainda na constituição do património inicial e na sua gestão.

Do ponto de vista do diretor da Facultade de Letras, «este é uma obra cientifica, que reúne vários documentos históricos e estudos, que nos permitem conhecer a realidade monástica de então, em particular a do Mosteiro de São Dinis e São Bernardo».

Na opinião de Hermenegildo Fernandes, o mosteiro também desenvolveu «uma realação intimo com o seu território», tendo sido «o verdadeiro criador urbano e do território.

Lançamento de postal

Durante a apresentação do livro e também integrado nas comemorações do 23º aniversário de Odivelas, foi também efetuado o lançamento de um postal dos CTT, a venda nas lojas CTT, sobre o túmulo de D. Dinis.

Raul Moreira, diretor de Filatelia dos CTT, afirmou: «os CTT quiseram associar-se às celebrações do 23 º aniversário de Odivelas, com a feitura de um postal comemorativo do tumulo de D. Dinis, o monarca que institucionalizou a nossa língua».

Confessando-se um apaixonado pela figura do poeta e monarca, Raul Moreira revelou: «vamos colocar em circulação este postal do tumulo de D. Dinis», tendo convidado o presidente da autarquia, Hugo Martins, «a enviar o primeiro postal desta edição».

Sessão solene

Depois da sessão de lançamento do livro, aconteceu, no pavilhão Multiusos de Odivelas. a sessão solene comemorativa do 23º aniversário. Hugo Martins fez questão de salientar a identidade própria do concelho, recordando que foi o primeiro concelho que recebeu o metropolitano fora do concelho de Lisboa e que teve primeira loja do cidadão de terceira geração.

Hugo Martins, que promete nunca descurar o investimento nas pessoas e no território, sem esquecer o rigor das nossas finanças, recordou as várias ações realizadas pela autarquia em termos de combate a Covid 19 e de apoio às famílias mais carenciadas.

Após defender que as políticas que têm sido assumidas pelo município têm tornado o território de Odivelas bastante apelativo, o autarca revelou que vai ser colocado a concurso público a implantação de mais postos de abastecimento para carros elétricos. Outro grande desafio que se coloca neste mandato, ao nível metropolitano, é o da mobilidade, sublinhando a importância do alargamento da rede do Metropolitano de Lisboa, «numa ligação direta ao Hospital Beatriz Ângelo que permitirá melhorar o acesso a cuidados de saúde e numa ligação ao Município de Loures que vai gerar no nosso território, menor pressão automóvel, maior descongestionamento do trânsito, maior oferta de estacionamento e, naturalmente, melhor ambiente».

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