O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas participou na entrega do Prémio Científico Casa América Latina. São três as categorias distinguidas anualmente para as melhores teses de doutoramento realizadas em Portugal e na América Latina: Ciências Sociais e Humanas, Ciências Económicas e Empresariais e Tecnologia e Ciências Naturais.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa e da Casa da América Latina, Carlos Moedas, participou na quinta feira, 9 de dezembro, na entrega do Prémio Científico Casa América Latina, que decorreu na sede da UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, tendo entregue, com o presidente do Banco Santander, Pedro Castro e Almeida, o prémio, no valor pecuniário de 3000 euros, às três categorias distinguidas anualmente para as melhores teses de doutoramento realizadas em Portugal e na América Latina: Ciências Sociais e Humanas, Ciências Económicas e Empresariais e Tecnologia e Ciências Naturais.
O Prémio Científico Mário Quartin Graça 2021, que este ano assinala a sua 12ª edição, e que resulta de uma parceria entre a Casa América Latina e o Banco Santander, simboliza, como fez questão de realçar o presidente da autarquia e ex-comissário europeu, Carlos Moedas, o reconhecimento da comunidade «pelas inúmeras horas de solidão que a investigação científica implica».
Carlos Moedas, após ter elogiado Mário Quartin Graça, um «homem para quem as responsabilidades de cada um estavam sempre acima de tudo», destacou que «a relação com a América Latina tem de ser fortificada, baseando-se na Academia, nas pessoas e nas empresas», porque tem de existir um «cruzamento entre a América Latina, a Europa e Lisboa».
Numa breve análise aos trabalhos desenvolvidos pelas cientistas, Carlos Moedas realçou que Eduarda Barata, de nacionalidade portuguesa, com a tese “A retórica do poder em Dinossauro Excelentíssimo de José Cardoso Pires e El Otoño del Patriarca de Gabriel García Marquez”, apresentada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, «trata-se de um trabalho de «grande mestria e originalidade»” que resulta num «importante contributo para o estudo literário de uma série de temáticas de grande atualidade: o autoritarismo, a ditadura e a violência».
Após ter sublinhado a importância de instituições como Santander terem preocupações de «responsabilidade social, o autarca referiu-se ao prémio atribuído na categoria de Ciências Económicas e Empresariais a Carla Kitsuta, de nacionalidade brasileira, com a tese “Engajamento Corporativo com Startups: Ambiente de Negócios, Capacidades em Gestão da Inovação e Modos de Engajamento”, apresentada e defendida na Universidade Estadual de Campinas.
Segundo o júri, trata-se de um trabalho de investigação que «explora a influência do ambiente de negócios, das capacidades de inovação e das estratégias das empresas na adoção de modos de relacionamento específicos das empresas com startups».
Distinguir conhecimento
Carlos Moedas e o presidente do Santander, Pedro Castro Almeida, entendem que estes prémios pretendem distinguir «o conhecimento cientifico», num ao em que precisamos do conhecimento cientifico»
É, por isso, que na categoria de Tecnologia e Ciências Naturais venceu Taina Fonseca, de nacionalidade brasileira, com uma tese apresentada na Universidade do Algarve com o título “Environmental Risk Assessment and Toxicity of Pharmaceuticals in Coastal Tropical and Temperate Organisms”.
Tudo, porque na perspetiva de Carlos Moedas e de acordo com o júri, este trabalho de investigação estudou e contribuiu «de forma relevante para a redução do impacto ambiental e a sustentabilidade do planeta», que segundo Carlos Moedas, a «cultura e a ciência são marcas de Lisboa, que é sempre amiga do ambiente».
Por seu turno, o presidente do Banco Santander realçou que a sua instituição «mantém um forte compromisso com o progresso e o crescimento inclusivo e sustentável. Com uma aposta pioneira e consolidada com o ensino superior, que tem sido desenvolvida através do Santander Universidades nos últimos 25 anos, e que a distingue de outras instituições financeiras no mundo», salientando que o «banco atribuiu um total de mais de 2.000 milhões de euros e concedeu mais de 630.000 bolsas de estudo e apoios desde o seu lançamento».
Segundo Pedro Castro Almeida, em Portugal, «o Santander investe anualmente mais de 7 milhões de euros em banca responsável, mantendo, através do Santander Universidades, uma relação próxima com 50 instituições do ensino superior, incidindo o seu trabalho em três grandes eixos: a Educação, o Empreendedorismo e a Empregabilidade».
As vencedoras
Eduarda Barata, Carla Kitsuta ( ausente e falou vídeo conferencia) e Taina Fonseca foram as vencedoras do Prémio Científico Mário Quartin Graça 2021, que distingue anualmente as melhores teses de doutoramento realizadas em Portugal e na América Latina e celebra este ano a sua 12ª edição.
Eduarda Barata, de nacionalidade portuguesa, é a autora da tese “A retórica do poder em Dinossauro Excelentíssimo de José Cardoso Pires e El Otoño del Patriarca de Gabriel García Márquez”, vencedora da categoria de Ciências Sociais e Humanas. O trabalho foi apresentado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa. O Júri considerou que «o estudo analisa com grande mestria e originalidade estas duas novelas de ditadura e ditador, recorrendo à metodologia comparatista. O resultado desta inovadora análise é um importante contributo para o estudo literário de uma série de temáticas de grande atualidade: o autoritarismo, a ditadura e a violência».
Na categoria de Ciências Económicas e Empresariais o prémio foi atribuído a Carla Kitsuta, de nacionalidade brasileira, com o trabalho Engajamento Corporativo com Startups: Ambiente de Negócios, Capacidades em Gestão da Inovação e Modos de Engajamento, defendida na Universidade Estadual de Campinas. «A tese explora a influência do ambiente de negócios, das capacidades de inovação e das estratégias das empresas na adoção de modos de relacionamento específicos das empresas com startups», referiu o Júri sobre este trabalho.
Já Taina Fonseca, de nacionalidade brasileira, foi distinguida na categoria de Tecnologia e Ciências Naturais, com um trabalho apresentado na Universidade do Algarve. Nas palavras do Júri, a tese Environmental Risk Assessment and Toxicity of Pharmaceuticals in Coastal Tropical and Temperate Organisms «foca-se nos efeitos de um tipo específico de medicamentos anticancerígenos que atuam sobre determinadas componentes das células e em fases críticas do ciclo celular, que têm consequências potencialmente sérias nos ecossistemas marinhos. Este trabalho contribui assim, de forma relevante, para a redução do impacto ambiental e a sustentabilidade do planeta».
O Júri do Prémio foi constituído por Arlindo Oliveira, Professor do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa; João Proença, Professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto; Pedro Cardim, Professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa; João Paulo Velez, Diretor de Comunicação e Marketing Corporativo do Santander Portugal; e Manuela Júdice, Secretária-Geral da Casa da América Latina.
Ao longo dos seus 12 anos de existência o Prémio Científico Mário Quartin Graça tem promovido o mérito das teses de doutoramento, em especial, das que demonstram interesse para as Universidades de Portugal ou da América Latina, ou que resultam, na sua elaboração, da colaboração entre Universidades dos dois lados do Atlântico.
Até à data foram atribuídos 33 prémios e recebidas mais de 800 candidaturas, sendo o maior número proveniente de Portugal e do Brasil.
Este ano foram recebidas 80 candidaturas oriundas do Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Portugal e Venezuela.