Carlos Moedas tem um sonho, que já o contou em vários palcos da ciência e da inovação, como o da Web Summit e o da BioLab, ser o «autarca da inovação», porque: «A inovação está no meu ADN e por isso estou muito feliz por estar aqui convosco», afirmou o presidente da Câmara de Lisboa, durante a inauguração, no mercado do Forno de Tijolo, da BioLab.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, ambiciona tornar a cidade numa «capital da inovação para mundo», destacando o papel da ciência e de projetos como o BioLab, inaugurado na freguesia de Arroios, pela Câmara Municipal de Lisboa, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa) e pela Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências (FCiências.ID).
O BioLab Lisboa (BLL) é um ecossistema de inovação aberto e multidisciplinar, que visa capacitar a cidade e os cidadãos de Lisboa através de conhecimento científico e de soluções inovadoras na área da Biotecnologia, tendo por base o potencial biológico intrínseco à cidade.
O presidente da autarquia lisboeta, Carlos Moedas, acompanhado por Luís Ferreira, reitor da ULisboa, considerou que esta inauguração é claramente demonstrativa de que «nós somos capazes de ser os melhores do mundo em muita coisa. Temos de dizer às pessoas que vamos ser capazes. Somos capazes de aqui ter uma capital da inovação para o mundo. Esses tais unicórnios que falo são essa ambição. Não podemos ter problemas em usar palavras ambiciosas».
«Dar aos cidadãos a possibilidade de fazer ciência, de estar com os cientistas e de produzir aquilo que vai ser a inovação no futuro. Aqui, na freguesia de Arroios, temos este BioLab, ou seja, um laboratório onde as pessoas podem vir testar aquilo que são técnicas da biotecnologia», sublinhou Carlos Moedas.
Uma das inovações passa por produzir energia através do lixo ou a realização de tratamentos através de algas. «É trabalharmos com materiais que hoje são lixo e com esse lixo produzir valor, energia e produtos que podem ser para as pessoas. Estamos muito contentes», apontou.
«O investimento em inovação é absolutamente fundamental para a competitividade da nossa Lisboa. Este Bio Lab que agora inauguramos, e que a todos deve orgulhar, permitirá dotar a cidade de maior capacidade de conhecimento científico e soluções inovadoras em áreas cruciais. Deve ser visto como mais um passo, numa estratégia global e consolidada, para criar em Lisboa um polo de inovação europeu, que permita atrair mais empreendedores, investimento e talento», defendeu ainda Carlos Moedas.
Por seu turno, Luís Carriço, diretor da Ciências ULisboa considerou que «esta iniciativa é crucial para a integração do cidadão no ecossistema de inovação, de modo a que todos juntos possamos produzir o conhecimento que nos ajudará a criar a cidade do amanhã. Uma cidade mais segura, resistente e resiliente aos futuros desafios sociais».
Alinhar o conhecimento
O BLL integra o espaço municipal Fab Lab Lisboa (FLL), laboratório municipal de fabricação digital, experimentação e prototipagem aberto a todos os cidadãos e que permite a sinergia das diferentes valências que estes equipamentos oferecem.
Entre outras iniciativas, o BLL promoverá a Rede Bio Lisboa, uma estrutura multistakeholder para agregar e alinhar as cadeias de conhecimento e valor na cidade de Lisboa, com o intuito de a tornar mais resiliente e um município contribuidor efetivo dos objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas.
O conceito end-to-end permite aos cidadãos, escolas secundárias, instituições de ensino superior e organizações públicas e privadas, a cocriação de novos conceitos para os cidadãos e para Lisboa através do conhecimento científico.
Esta parceria pretende promover a formação, capacitação, experimentação, prototipagem, prova de conceito, aceleração e criação de negócio na área da Biotecnologia, nomeadamente através da biofabricação, bioprodução e engenharia de sistemas biológicos. Exemplos concretos das ações previstas no plano do BLL para 2022/2024 são também a realização de dias abertos, para que a comunidade possa ativamente realizar os seus projetos e testar as suas próprias ideias; e a implementação de um programa ambicioso de workshops sobre as mais diversas temáticas, com o objetivo de capacitar os cidadãos para os conceitos emergentes da cidade do futuro. Um deles dedicado aos bioplásticos ocorre já no próximo dia 18 de janeiro.
A Biotecnologia é uma área científica emergente, que permite desenvolver tecnologias baseadas em processos e conhecimentos biológicos, que ajudam a melhorar a vida dos cidadãos, bem como o planeta. A biotecnologia moderna providencia produtos, serviços e tecnologias inovadores para melhorar a condição de saúde e bem-estar, combater doenças, reduzir a pegada ecológica, alimentar populações, usar menos energia e/ou energia mais limpa, assim como atingir processos de fabrico mais eficientes, limpos e seguros.