A cinco dias das eleições legislativas, cerca de 650 lisboetas oficializaram hoje a sua escolha sem precisarem de sair à rua, num processo que levou as urnas aos lares de idosos e a casa de eleitores confinados.
Os votos dos mais de 13 mil idosos em lares e pessoas em confinamento devido à covid-19 que pediram para votar antecipadamente nas legislativas começaram hoje a ser recolhidos, num processo de dois dias por todo o país. Só em lisboa são 650 os eleitores que vão votar, entre hoje e amanhã, sem sair à rua.
No total, são 13.118 eleitores, entre idosos em lares e pessoas em confinamento obrigatório por estarem infetadas com o SARS-CoV-2, que vão poder votar sem sair à rua entre hoje e quarta-feira.
De acordo com os dados finais da administração eleitoral da Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna inscreveram-se 397 cidadãos na modalidade de voto antecipado em confinamento e 12.721 cidadãos internados em estruturas residenciais para idosos.
O processo não é novidade. Há um ano, as autarquias organizaram-se pela primeira vez para recolher nos lares e no domicílio dos eleitores em confinamento os boletins com a escolha para Presidente da República.
Como já aconteceu nas anteriores eleições presidenciais e autárquicas, durante os dois dias reservados ao processo equipas das câmaras municipais, acompanhadas por representantes dos partidos, vão porta a porta recolher os votos.
Depois de preenchidos, os boletins são guardados em dois envelopes — primeiro num envelope branco que é depois colocado num outro envelope azul — e devolvidos ao presidente da câmara ou a quem o substitua.
Numa nota enviada na segunda-feira, o Ministério da Administração Interna apela a todos os eleitores para «o rigoroso cumprimento das normas de segurança sanitária durante o exercício de voto, garantindo a segurança do processo», nomeadamente utilização de caneta própria, máscara, distanciamento social e higienização das mãos.
A inscrição para o voto antecipado em confinamento ou em lares só foi possível entre os dias 20 e 23, mas os eleitores que não o fizeram e estejam a cumprir isolamento no dia das eleições, em 30 de janeiro, podem excecionalmente votar presencialmente nesse dia, depois de o Governo ter pedido um parecer ao conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República.
O Governo recomendou aos eleitores nessa situação para votarem num período específico, entre as 18:00 e as 19:00, e aconselham os restantes cidadãos a fazê-lo entre as 08:00 e as 18:00.