Nesta terça-feira, dia 7 de junho, a autarquia de Oeiras celebrou o Dia do Município. O programa terminou com a apresentação pública da Casa Igrejas Caeiro, que se encontra em fase final de conclusão.
Este Dia do Município começou com o tradicional Hastear das Bandeiras, junto aos Paços do Concelho e Missa Solene na Igreja Matriz de Oeiras. A terminar a manhã, decorreu a Sessão Solene nos Jardins do Palácio do Marquês de Pombal.
Esta cerimónia foi liderada por Isaltino Morais, presidente da Câmara de Oeiras. Durante a mesma, foram distinguidos os cidadãos e as instituições que se têm destacado na sua atividade. No discurso de abertura, o autarca relembrou a evolução do concelho de Oeiras, que “em meados dos anos 1980 era um subúrbio deprimido”, e onde “cerca de 10% da população vivia em barracas, e alguns milhares em AUGIs”. Isaltino Morais lembrou ainda que, antigamente, Oeiras possuía “uma estrutura económica assente numa agricultura de subsistência pouco competitiva, e que combinava com a indústria poluente”.
Ainda na mesma intervenção, o autarca abordou ainda as atuais políticas de habitação do município de Oeiras que preveem, no futuro, construir 1500 novas casas até 2030, em regime de renda acessível, e 750 em regime de renda apoiada. Para o presidente da Câmara de Oeiras, este concelho foi dos que mais se transformou em toda a Área Metropolitana de Lisboa nos últimos anos.
Nos dias de hoje, “Oeiras representa 30% da capacidade tecnológica, em Portugal, e perto de 13% do Produto Interno Bruto do nosso país”, relembrou Isaltino Morais, ressalvando ainda que Oeiras é um município pequeno, mas que tem uma das melhores situações socioeconómicas da região, superando as dificuldades económicas de 2017.
Ainda de acordo com Isaltino Morais, é esta situação financeira favorável que permite construir e manter o Oeiras Valley, o motor empresarial do concelho e que agrega algumas das melhores empresas do país.
No mesmo discurso, o presidente da Câmara de Oeiras relembrou ainda o apoio dado pela autarquia durante o período mais crítico da pandemia. Nesta época, recordou o edil, foram cerca de 20 milhões de euros destinados a apoiar cidadãos e empresas que sofreram com a Covid-19. Ainda na área do apoio humano e logístico, Isaltino Morais abordou ainda a atual situação de guerra na Ucrânia, povo a quem o município de Oeiras apoiou com mais de 150 toneladas de donativos.
A Educação e a Ciência são duas áreas prioritárias para a autarquia oeirense. Por isso, está atualmente em curso um processo de reabilitação e requalificação de todo o parque escolar do concelho, e que deverá “estar concluído até 2025”. Ao mesmo tempo, a Câmara de Oeiras está a desenvolver o programa Oeiras Educa e ainda a investir no ensino superior e na investigação científica existente no concelho, atribuindo, ao mesmo tempo, bolsas de estudo à população mais desfavorecida de Oeiras.
Isaltino Morais adiantou ainda que “está em curso a contratualização de um empréstimo de 37 milhões de euros”, destinados a estes investimentos, e que vão permitir garantir “o futuro da comunidade de Oeiras”. Por fim, o autarca destacou ainda as várias intervenções que estão a ser realizadas em diversos edifícios públicos do concelho.
Após o discurso, procedeu-se à distinção das individualidades e empresas do concelho. Alguns dos homenageados com Medalha de Mérito Municipal pela Câmara de Oeiras foram José Manuel Constantino (Presidente do Comité Olímpico de Portugal), Francisca Van Dunem (ex-ministra da Justiça), Miguel Marques dos Santos (Sub Diretor Geral do Tesouro e Finanças), Patrícia Mamona (campeã olímpica), Mónica Bettencourt Dias (diretora do Instituto Gulbenkian de Ciência) e as empresas Ocean Medical e Seda Ibérica.
“Justifica-se a atribuição destas condecorações a pessoas e entidades, porquanto esta é a forma de expressar reconhecimento a quem, de forma direta ou indireta, contribuiu, por vezes ao longo de uma vida, para que Oeiras seja o que é hoje: um concelho vibrante, uma comunidade com qualidade de vida e bem-estar, do qual os Oeirenses usufruem com alegria e felicidade”, destacou Isaltino Morais.
Casa Igrejas Caeiro deverá abrir ao público em outubro
Integrado no Dia do Município, da parte da tarde, houve ainda a apresentação da Casa Igrejas Caeiro, na Rua Paula da Gama, no Alto do Lagoal, em Caxias. Para o Presidente da Fundação Marquês de Pombal (FMP), Nelson Pires, a requalificação desta casa vai permitir que Oeiras tenha mais um espaço cultural e o mesmo deverá abrir ao público em outubro. A autarquia pretende ainda fazer da Casa Igrejas Caeiro um espaço de realização de eventos, para que seja “sustentável do ponto de vista financeiro”, conforme destacou o presidente da FMP. De acordo com Isaltino Morais, o espaço, para além da utilização cultural, poderá ainda acolher um alojamento local.
Recorde-se que a Casa Igrejas Caeiro esteve muitos anos ao abandono, e antes da intervenção, que custou cerca de 550 mil euros, encontrava-se em elevado estado de degradação. Durante a apresentação da obra, o presidente da Câmara de Oeiras começou a sua intervenção a criticar todos aqueles que não acreditaram no projeto e que consideraram o valor da requalificação muito elevado.
A recuperação da casa, assim como do seu mobiliário, custou à volta de 330 mil euros, a que se juntaram os 220 mil euros gastos na construção dos jardins. Esta requalificação procurou manter o estilo original da casa. A Casa Igrejas Caeiro conta ainda com cerca de 3500 livros, todos catalogados pela Biblioteca Municipal de Oeiras, e ainda mais de 500 discos de vinil.
Recorde-se que esta casa foi a residência de Igrejas Caeiro, um dos maiores homens da Cultura do século XX português, e que foi deixada por este à Fundação Marquês de Pombal (FMP). A moradia foi concebida pelo arquiteto Keil do Amaral em 1958 e construída no estilo do movimento moderno. Recentemente, foi reabilitada pela FMP, para que possa ser visitada, quer por estudantes, público especializado e público em geral, e que tenham interesse na cultura moderna portuguesa.
As obras de reabilitação do edifício respeitaram a traça e autenticidade dos espaços, criando uma autêntica réplica do ambiente da Casa Igrejas Caeiro. A gestão do espaço será feita pela FMP, que assegura ainda a sua manutenção e do respetivo espólio.
Já a requalificação dos jardins ficou a cargo da Câmara Municipal de Oeiras. A intervenção consistiu na reparação e construção de muros e vedação para delimitação do jardim, execução de caminhos pedonais e requalificação do espaço exterior.
Antes da apresentação da Casa Igrejas Caeiro, houve ainda a Inauguração do Espaço Multiusos, em Algés, que tem como objetivo dar apoio aos munícipes e ainda criar um espaço de lazer. Aqui irá funcionar o Gabinete Técnico Local da Baixa Comercial e Centro Histórico de Algés e ainda um espaço de biblioteca alusivo ao espólio do Dr. Oliveira Charrua.
Este espaço inclui três gabinetes, destinados a reuniões ou consultas e um espaço multiusos para uso do público. Refira-se ainda que este equipamento, com mais de 127 metros quadrados, teve como génese o legado da sua proprietária, Maria Teresa da Silva Carvalho Oliveira Charrua, e que foi cedido à União das Freguesias de Algés, Linda-a-Velha e Cruz Quebrada-Dafundo. O objetivo era criar, naquele espaço, um equipamento de apoio à população, com o compromisso de os livros serem mantidos numa biblioteca chamada “Dr. Oliveira Charrua”.
A seguir, deu-se a inauguração do Espaço de Fitness Outdoor na Praia da Torre (junto à Feitoria), para a prática de desporto informal e de lazer. O espaço é composto por equipamentos ergonómicos modernos e atuais, e podem ser utilizados por toda a população, incluindo as pessoas com mobilidade condicionada. Esta intervenção representa um investimento municipal de mais de 249 mil euros, e incluiu a requalificação de zonas de jardim e relvado e ainda a repavimentação do parque de estacionamento de apoio.