O Navio-Escola “Brasil”, no âmbito da 36ª Viagem de Instrução de Guardas-Marinha (XXXVI VIGM), estará atracado no Porto de Lisboa, entre os dias 5 a 8 de setembro. Para além de Portugal, esta viagem inclui passagem por cidades como Mindelo, Valência, Haifa, Hamburgo, Londres, entre outras.
Nesta terça-feira, dia 6 de setembro, entre as 14h00 e as 18h00, o Navio-Escola (NE) Brasil estará aberto ao público. No dia seguinte, quarta-feira, 7 de setembro, às 11h30, será realizada uma cerimónia cívico-militar, a bordo do navio, alusiva à comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil. Este evento irá contar com a presença de diversas autoridades brasileiras, portuguesas e estrangeiras.
O NE Brasil tem a missão de prover a instrução prática aos Guardas-Marinha (GM), de forma a contribuir para a formação profissional e cultural dos futuros Oficiais, bem como o estreitamento de laços com as nações amigas. Durante a VIGM, serão ministradas aulas práticas de navegação, meteorologia, marinharia, operações navais, controlo de avarias e administração naval, assim como a iniciação da adaptação à vida a bordo.
Em 2022, a viagem teve início a 16 de julho, sendo que a VIGM vai passar, no total, por 14 portos, em diversos países: Mindelo (Cabo Verde), Valência (Espanha), Haifa (Israel), Civitavecchia (Itália), Lisboa (Portugal), Le Havre (França), Hamburgo (Alemanha), Londres (Inglaterra), Mayport (Estados Unidos), Cartagena (Colômbia), Callao (Peru), Valparaíso (Chile), Mar del Plata (Argentina) e Itajaí (Brasil). No final da viagem, os GM serão nomeados Segundos-Tenentes e serão distribuídos nos diversos navios e organizações militares da Marinha brasileira.
O Navio-Escola Brasil foi construído pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, a partir de um projeto desenvolvido pela Diretoria de Engenharia Naval. A sua construção foi iniciada em setembro de 1981 e a 23 de setembro de 1983, o navio foi lançado ao mar, tendo sido incorporado à Marinha em 21 de agosto de 1986.
Em nota de imprensa, a Embaixada do Brasil em Lisboa explica que o “NEBrasil tem sido motivo de orgulho para todos os brasileiros e de admiração e respeito por parte de todos que têm a oportunidade de visitá-lo nos diversos portos de escala”, acrescentando que, ao longo da sua vida, “o Navio tem recebido diversas atualizações tecnológicas com a finalidade de oferecer um padrão de excelência aos futuros Oficiais da Marinha”, entre as quais “um sistema de simulação tática e treinamento; um simulador de navegação; um centro de integração de sensores para navegação eletrónica; um sistema de controlo de avarias; e um sistema de controlo e monitorização da propulsão”.
O atual Comandante do navio é o Capitão de Mar e Guerra André Ricardo Silva, que assumiu o cargo a 27 de janeiro de 2022. No total, a tripulação é composta por 32 Oficiais, 220 Praças e 193 Guardas-Marinha oriundos da Escola Naval, de onde se inclui um de Cabo Verde e outro do Senegal, para além de convidados do Exército brasileiro, da Força Aérea Brasileira, da Marinha Mercante Nacional, do quadro de Servidores Civis da Marinha e de tripulações amigas tais como as da Argentina, do Chile e de Portugal.
Durante a viagem para Portugal, na passada sexta-feira, dia 2 de setembro, seis pessoas entre os 25 e os 50 anos de idade, a bordo de uma pequena embarcação, pediram socorro ao NE Brasil, a 45 milhas náuticas (cerca de 83 quilómetros de distância) de Cabo de Palos, em Espanha. O navio da Marinha brasileira, explica ainda a mesma nota, navegava entre Civitavecchia e Lisboa, quando avistou a embarcação, tendo se aproximado imediatamente da mesma, para averiguar a condição dos tripulantes e prestar os apoios iniciais, oferecendo água, comida e coletes salva-vidas a todos.
Autodeclarados argelinos, estes tripulantes aparentavam boas condições de saúde, segundo a avaliação da equipa médica do NE Brasil. “Além disso, não havia indícios de que estivessem no mar há muito tempo”, conforme informou o Comandante do Navio, citado na mesma nota.
Ao mesmo tempo, o NE Brasil atirou a lancha para prestar auxílio a estes migrantes, que afirmaram ainda que estavam a tentar entrar em Espanha quando ficaram à deriva. De seguida, a Marinha Brasileira accionou as autoridades marítimas espanholas, ficando junto dos migrantes até à sua chegada, de forma a “garantir a segurança e atendimento básico” aos mesmos.