A Quinta da Fonte Business Ecosystem celebrou os seus 30 anos durante os dias 20 e 22 de setembro de 2022. Este espaço, localizado em Oeiras, é composto por 22 edifícios com 80 mil metros quadrados e está destinado à atividade empresarial.
O último dia das comemorações terminou com a inauguração da exposição ‘Sou da Quinta’, constituída por imagens que contam a história dos 30 anos deste parque empresarial, desde o início até aos dias de hoje, abordando ainda os projetos futuros. A cerimónia começou com a intervenção do CEO da Quinta da Fonte, Luís Martins, que agradeceu a presença de todos os convidados, patrocinadores e pessoas que fazem parte do dia a dia da Quinta da Fonte Business. Estiveram presentes, para além do CEO, o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, a vereadora Joana Baptista, assim como o arquiteto Mário Sua Kay e Hans Koster, responsáveis pela concepção deste parque empresarial.
Para Isaltino Morais, “é um orgulho enorme estar aqui e estou certo que o mesmo sentimento é sentido por todos aqueles que aqui estão”, disse o autarca, salientando que a Quinta da Fonte, nos últimos 30 anos, passou por algumas “transformações”, que mostram a visão e a capacidade de trabalho dos responsáveis pelo espaço. “Temos uma classe política que pensa pouco no futuro, e que vive muito do calendário eleitoral, e enquanto for assim é muito difícil ter uma antevisão do futuro”, adiantou Isaltino Morais, salientando que é necessário existir uma visão, por parte dos governantes, daquilo que deverá ser o país daqui a trinta anos.
Na opinião do autarca, “Lisboa, nos anos 80, era uma cidade cinzenta e suja, não era uma cidade atrativa”, salientando a importância dos empresários no desenvolvimento desta cidade, mas também dos concelhos limítrofes, como é o caso de Oeiras. “A Tetra Pak foi a primeira empresa a instalar-se neste concelho”, recordou Isaltino Morais, salientando que foi ainda a primeira empresa que quis ter uma “zona ajardinada” à volta do edíficio, algo que não se fazia nas outras empresas, que apenas apostavam “no betão”.
“Foi com a Tetra Pak que a Câmara Municipal começou a obrigar a que todas as construções que se faziam no concelho tivessem um projeto de arranjos exteriores”, acrescentou Isaltino Morais, recordando ainda que Oeiras “foi o primeiro município em Portugal a exigir que todos os projetos tivessem arranjos exteriores”, algo que transformou o território de Oeiras, que na altura se promovia como um concelho “sem poluição e com ar puro”, algo que, até então, era a necessidade e o desejo das pessoas “que trabalhavam em Lisboa”.
Isaltino Morais prosseguiu a sua intervenção dizendo que o investimento da Quinta da Fonte foi importante para que Oeiras “seja aquilo que é hoje, o maior Pólo tecnológico, com 30% da base tecnológica” do país, tendo surgido ainda antes do TagusPark, que chegou a ter 50% do seu financiamento por dinheiros públicos, ao contrário dos dias de hoje, onde 70% do seu capital é oriundo de investidores privados. Neste sentido, o presidente da Câmara de Oeiras salientou que, durante a governação de Pedro Passos Coelho, “os administradores do TagusPark viram o seu ordenado reduzido em dois terços”, passando de 12.500 euros para 3.200 euros mensais, o que, a seu ver, trouxe uma certa “decadência” ao funcionamento deste Pólo tecnológico naquela época.
No entanto, o edil de Oeiras reforçou ainda a importância de ser criar condições “para se conseguir viver” no concelho, devido aos preços atuais da habitação. “Temos que trabalhar todos nesse sentido, para garantir melhores condições para que as pessoas trabalhem e residam aqui no nosso território”, acrescentou Isaltino Morais, salientando que, segundo um estudo feito pela autarquia, “98% dos moradores de Oeiras estão satisfeitos por residir neste território”, algo que só é possível “graças ao contributo das empresas do tecido empresarial do concelho”.
“Convidei-a para um almoço aqui em Oeiras e no final ela disse-me: nos Estados Unidos também temos disto, mas não temos melhor”, recordou Isaltino Morais, que ficou “encantado com a humildade e sinceridade” da autarca americana.
O presidente da Câmara de Oeiras considera ainda que, “quem vem de fora, chega à Quinta da Fonte e pensa que está na Suécia e não em Portugal”, salientou, reiterando que no país “é possível fazer bem, dar conforto às pessoas, criando condições para gerar riqueza e criar emprego”, sendo este “o papel fundamental das empresas”, mas também da autarquia de Oeiras, embora muitas vezes “não consigamos fazer mais porque há muita coisa a depender do Terreiro do Paço”, disse o autarca, agradecendo à administração da Quinta da Fonte por todo o seu trabalho e contributo para o concelho.