“NOVO” JARDIM DA PRAÇA DO IMPÉRIO JÁ FOI INAUGURADO

A cerimónia de abertura ao público do espaço contou com a presença do presidente da Junta de Freguesia de Belém, Fernando Rosa e do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o autarca de Lisboa, Carlos Moedas, inauguram esta terça-feira o “novo” Jardim da Praça do Império, em Belém, que foi requalificado. O principal objetivo das obras foi o de recuperar o conceito original do jardim, da autoria do arquiteto Cottinelli Telmo, desenhado em 1940. Além disso, o jardim foi ampliado para sul e foram plantadas novas árvores.

Foi em clima de festa que decorreu a inauguração da obra de requalificação do Jardim da Praça do Império, em Belém. Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, foi o guia “turístico” e cicerone do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que visitou os jardins ali mesmo ao lado do Palácio de Belém, a sua residência oficial

A intervenção, desenvolvida pela câmara de Lisboa, teve em vista recuperar o conceito original deste histórico jardim através do projeto da arquiteta paisagista Cristina Castel-Branco, que também esteve presente na inauguração.

Uma das grandes alterações foi a exibição dos brasões referentes ao Estado Novo em calçada portuguesa, bem como o aumento da área verde, recuperando-se, desta forma, o conceito original deste jardim histórico, da autoria do arquiteto Cottinelli Telmo.

Construído para a Exposição do Mundo Português

Construído em 1940, aquando da Exposição do Mundo Português, o Jardim da Praça do Império mantém até hoje o conceito do arquiteto Cottinelli Telmo e a obra de requalificação, aprovada em 2016, teve início no final de 2020, envolvendo cerca de 900 mil euros. Marcelo acredita que a requalificação do jardim vai “projetar Lisboa no mundo e acolher o mundo” na capital.

O Presidente da República lembrou que “dois dos seus antecessores eram entusiasticamente a favor dos brasões, o Presidente Eanes e o Presidente Cavaco”. Contudo, “Jorge Sampaio tinha a posição de respeitar o que existia”, explicou Marcelo Rebelo de Sousa. Deste modo, o Presidente da República sublinhou que não tem uma opinião contrária à dos seus antecessores.

Segundo Carlos Moedas, nesta obra de reabilitação foram tidas em conta as caraterísticas do desenho original. Ou seja, manteve-se a exata geometria baseada no quadrado original e reposta a acessibilidade ao tanque central e aos brasões esculpidos na Fonte Monumental, tendo sido replantado, à cota do tanque, quatro conjuntos de árvores baixas.

Esta obra esteve envolvida em polémica com a questão dos brasões, que representam as 30 capitais de distrito de Portugal e antigas províncias ultramarinas. Antigamente, estavam representados em composições florais sendo que, atualmente, passaram para pedra de calçada. Esta solução foi definida em 2019. Contudo, e de acordo com a Câmara de Lisboa, este percurso com 32 brasões procurou preservar a memória dos arranjos florais plantados em 1961.

Desta forma, a solução encontrada, salientou o Presidente da República, “foi um compromisso”. Ou seja, “era difícil manter” os brasões florais, uma vez que existiam “dúvidas sobre a sua sustentabilidade”.

“Esta solução alarga o jardim, o número de bancos, a proximidade à fonte, cria sombras e respeita a ideia que os meus antecessores tinham”, rematou Marcelo Rebelo de Sousa.

Moedas rejeita “fricções com o passado”

Por sua vez, o edil de Lisboa, Carlos Moedas, disse que este era “um dia de felicidade, para agradecer a todos aqueles que trabalharam, os artesãos e artistas. Trata-se de um momento que estamos num jardim incrível, que chama turistas e lisboetas”.

Ao mesmo tempo, salientou o edil, o novo jardim “é uma solução muito bonita e extraordinária”. “É altura de deixarmo-nos de fricções sobre o passado e construir o futuro”, acrescentou o autarca. Por fim, Carlos Moedas considerou que é preciso “respeitar aquilo que foi a nossa história”.

Aumentada área verde

Para além da ampliação do jardim para Sul, entre as várias alterações que integraram a obra distingue-se o aumento da área verde – quer pelos “jardins de plantas”, relacionados com o Mosteiro dos Jerónimos, quer pela plantação de novas árvores, que criam mais zonas de sombra. A eficiência hídrica e energética também foi tida em conta, no contexto das alterações climáticas. Ou seja, o sistema de rega foi melhorado, e foram ainda introduzidos pavimentos permeáveis-drenantes. Da mesma forma, a eficiência hídrica e energética da Fonte Monumental foi também melhorada.

Esta intervenção foi desenvolvida pela autarquia, seguindo um projeto da ACB-Arquitetura Paisagista. Ao mesmo tempo, procurou ainda intensificar a relação com o Mosteiro dos Jerónimos. Para tal, foi criado no Jardim da Praça do Império um “jardim de plantas”, com espécies vegetais representadas em escultura na pedra daquele monumento.

Para o futuro, a CML pretende que a rega deste jardim passe a ser realizada com água para reutilização. Desta forma, pretende expandir a rede de Água+ proveniente da Fábrica de Água de Alcântara

A abertura ao público deste espaço contou também com a presença do presidente da Junta de Freguesia de Belém, Fernando Rosa.

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