SFRAA QUER CONTINUAR A CRESCER EM PROL DA COMUNIDADE AMADORENSE

"A SFRAA é uma coletividade única na Amadora, não só pelo seu histórico cultural, mas também porque surgiu para dar apoio às famílias, através da criação de ATL e de creches

A Sociedade Filarmónica e de Apoio Social da Amadora (SFRAA), com quase 145 anos, é uma das coletividades mais antigas do concelho da Amadora. Celestino Semedo, o presidente, abriu as portas da instituição ao Olhares de Lisboa e revelou alguns projetos para o futuro. Estes passam, nomeadamente, por reforçar a oferta social e cultural da SFRAA.

A coletividade está sediada na freguesia da Falagueira/Venda Nova, e tem cerca de 100 funcionários. Ao mesmo tempo, disponibiliza apoio social ao nível da creche e jardim de infância. A SFRAA tem também, um Centro de Acolhimento Temporário para receber crianças entre os 0 e os 12 anos.

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A nível desportivo e cultural, a coletividade disponibiliza aos seus utentes a possibilidade de praticarem 17 modalidades, que vão desde o atletismo, Karaté, Ballet, Judo, entre outras. Em tempos, esta instituição teve uma Banda Filarmónica, mas “a falta de disponibilidade” dos membros do grupo ditou o fim da banda.

“As filarmónicas fazem-se com muito de pessoas, que devem ter espírito de missão.  Atualmente, é cada vez mais difícil” encontrar essa disponibilidade, lamenta Celestino Semedo, presidente da coletividade desde 2022.

No entanto, a SFRAA, que tem cerca de 600 sócios pagantes, continua com o seu grupo de Cante Alentejano. Por outro lado, vai promovendo atividades culturais, como por exemplo peças de teatro e noites de fado.

Apostas no futuro

Em termos de futuro, uma das ambições da direção é criar uma Escola de Música, destinada às crianças, com vista a reativar a Banda Filarmónica. Uma outra ambição, é aumentar o número de modalidades desportivas.

A SFRAA tem ao serviço dos seus utentes duas creches (uma na Falagueira e outra na Quinta de São Miguel), um Centro de Dia, um Jardim de Infância e um Centro de Acolhimento Temporário.

Esta coletividade tem, ainda, serviços de Apoio Domiciliário, que ajuda cerca de 50 pessoas diariamente. Em parceria com a Câmara Municipal da Amadora, promove ações de ocupação de tempos livres para jovens.

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Como complemento da sua atividade na área social, a coletividade confecciona refeições, na Quinta de São Miguel, para distribuir à população sem abrigo. “Fazemos 4700 refeições por ano”, salienta Celestino Semedo. A entrega das refeições é da responsabilidade da Câmara Municipal da Amadora, em parceria com a Comunidade Vida e Paz.

No total, são cerca de 2500 beneficiários diretos abrangidos pela oferta da SFRAA. A grande maioria destes utentes são residentes na freguesia da Falagueira/Venda Nova.

Única na Amadora

“A SFRAA é uma coletividade única na Amadora, não só pelo seu histórico cultural, mas também porque surgiu para dar apoio às famílias, através da criação de ATL e de creches”, que, até então, não existiam, sublinhou Celestino Semedo, que é membro da coletividade desde 2001, ano em que entrou como atleta, aos 17 anos.

Para além de presidente, Celestino é professor de atletismo. Do ponto de vista deste dirigente, ser presidente da SFRAA “é uma enorme responsabilidade e vejo-a com um espírito de missão”. Por outro lado, acrescenta: “cresci nesta casa, tenho uma ligação sentimental muito grande à instituição”.

Aumentar a resposta social

A SFRAA tem, para 2023, um orçamento de cerca de 1,8 milhões de euros. A receita é oriunda de apoios dados pela Segurança Social e Câmara Municipal, e ainda das mensalidades dos utentes, quotizações dos sócios e ainda do aluguer do bar.

As mensalidades das modalidades rondam entre os 20 e os 30 euros e as das valências sociais, como têm o estatuto de IPSS, variam consoante os rendimentos mensais das famílias. “As nossas dificuldades neste momento prendem-se com o desenvolvimento e crescimento da instituição”, reforça o presidente da SFRAA.

Legalização da sede

Neste momento, a coletividade está a passar por um processo de legalização do edifício sede, inaugurado há cerca de 60 anos e que tem cinco pisos. Para já, a direção luta para conseguir uma licença de utilização do espaço. Sem este documento, a coletividade não consegue avançar com melhorias na sede, no sentido de a “adaptar às exigências dos dias de hoje”.

Algumas destas alterações passam pela instalação de um sistema de prevenção de incêndios, estruturas para pessoas com mobilidade reduzida, entre outros, e que pretendem melhorar as condições do espaço.

Por outro lado, salienta Celestino Semedo, a SFRAA comprou uns terrenos junto à sede, com vista à “construção de um edifício novo”. Este espaço será destinado à criação de valências destinadas aos idosos, reforçando assim a oferta social da instituição.

“Não existem muitas respostas aqui na freguesia”, sublinha o responsável. Celestino Semedo adianta que a coletividade se candidatou aos fundos do PRR com o objetivo de substituir o telhado, colocar sistemas de ar condicionado e substituir o sistema de iluminação para luzes LED, com vista a melhorar a eficiência energética do edifício sede.

Adaptar-se aos novos tempos

Estes são alguns dos objetivos que Celestino Semedo quer deixar concretizados até ao final do mandato, em 2025. Contudo, como admite, existe algum desinteresse pelo associativismo. Mas prefere “não associar a culpa às pessoas, mas sim às instituições”.

“Acho que elas devem se adaptar aos novos tempos e procurar novas formas de ir ao encontro das pessoas”, defende o presidente da SFRAA, que conta com mais 12 pessoas nos órgãos sociais.

Na perspetiva de Celestino, a SFRAA “é feita de pessoas, para pessoas”. Apesar de contar com alguns voluntários, “toda a gente que aqui exerce funções é remunerada”. No caso das modalidades, “o nosso regulamento interno define uma percentagem que reverte a favor do professor e outra para a instituição”, explica o presidente da SFRAA.

Para o mesmo, “todas as modalidades têm de ser autosuficientes, à exceção do atletismo, que tem um cariz social”. Todavia, toda a gente que trabalha na coletividade “deve ser altruísta e ter amor à camisola”, independentemente de ter ou não uma remuneração. Por fim, Celestino Semedo acrescenta que outra das intenções da SFRAA “é captar mais sócios e ser uma coletividade aberta à comunidade”, crescendo e melhorando dia após dia.

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