O Bispo auxiliar de Lisboa prometeu ir apresentar em breve as contas da Jornada Mundial da Juventude. “As pessoas serão depois livres de dizer se acham bem ou mal. Não tenho qualquer sentimento menos bom em relação a ninguém”, garantiu, segunda-feira, D. Américo Aguiar na última conferência de imprensa da JMJ. Ontem, também, foi revelado que quase 1,4 milhões de pessoas foram controladas nas fronteiras portuguesas.
O presidente da Fundação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Américo Aguiar, fez das palavras do Papa Francisco as suas e agradeceu esta segunda-feira a “todos, todos, todos” aqueles que fizeram parte do evento. Ao mesmo tempo, garantiu “transparência total do empenho e investimento” feito. “Vamos dizer tudo até ao cêntimo”, assegurou o futuro cardeal, em conferência de imprensa sobre a JMJ.
D. Américo Aguiar prometeu ir apresentar em breve as contas sobre os custos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O evento realizou-se em Lisboa na última semana e juntou cerca de 1,5 milhões de peregrinos de todo o mundo. O bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude afirmou que “vamos dizer tudo até ao cêntimo. Vamos apresentar as contas” do evento. No entanto, não referiu datas em concreto. “As pessoas serão depois livres de dizer se acham bem ou mal” acerca dos números dessas contas.
Sujeito ao escrutínio da população
O clérigo disse ainda não ter levado a mal as vozes que criticaram os elevados custos do evento para o erário público e a falta de retorno monetário para o Estado português. “Não tenho qualquer sentimento menos bom em relação a ninguém. As pessoas devem manifestar-se, são livres na sua expressão, desde que com respeito. Agradeço o escrutínio.”
Numa curta intervenção sem direito a perguntas, nesta última conferência de imprensa da JMJ, D. Américo Aguiar aproveitou para agradecer a políticos, autarcas, e voluntários na organização do evento. “As minhas palavras são de gratidão: foi um acontecimento irrepetível para Portugal. Ao longo dos últimos quatro anos construímos esta JMJ.”
Portugueses convertidos à JMJ
Num discurso em que começou por pedir “desculpa” por não ter conseguido explicar previamente o que era afinal o maior evento da Igreja Católica, Américo Aguiar considera que os portugueses ficaram “convertidos” à JMJ. Desta forma, sublinhou que “estamos todos convencidos da grandeza deste evento único e irrepetível para Portugal”.
Sublinhando que o evento começou “na semana anterior em todas as dioceses” e “quatro anos antes em todo o país”, o religioso dirigiu também algumas palavras de agradecimento ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pelo “apoio incansável”, ao Governo português e à Câmara Municipal de Lisboa.
Refletindo sobre o trabalho desempenhado pelos agentes da “polícia, profissionais de saúde, educação, higiene urbana, logística” e, no fundo, pelos “trabalhadores de todas as áreas”. Ao mesmo tempo, o bispo auxiliar de Lisboa defendeu que aquilo que os peregrinos e os portugueses puderam testemunhar na semana de 1 a 6 de agosto foi construído com “com sangue, suor e lágrimas”.
Menos problemas sinalizados
Por seu turno, o padre João Chagas foi um dos responsáveis pela eleição de Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Se antes achava que a capital portuguesa seria o local ideal, agora tem a certeza de que “os frutos produzidos por um acontecimento destes vão muito para além da eficiência”. Foi uma verdadeira “festa da transfiguração” e resta saber “quantos jovens voltaram com os rostos transfigurados” a casa, nesta segunda-feira, disse o responsável pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.
O padre João Chagas sublinha que esta foi “a jornada que recebeu menos sinalizações de problemas”. Ao mesmo tempo, o resultado foi fruto da boa organização entre as “delegações nacionais” e a Fundação da JMJ, considera. Lembrando que fez parte com o atual Papa Francisco das jornadas do Rio de Janeiro, Cracóvia e Panamá, além de Lisboa, João Chagas recordou as palavras do líder da Igreja Católica no domingo, de que foi a mais organizada de todas.
“O Papa disse domingo que foi a mais organizada de todas, e eu posso testemunhar que foi a jornada na qual durante a semana eu recebi menos sinalizações de problemas. Acho que é um dado muito interessante. Porque quando as delegações nacionais não conseguem resolver os problemas com o comité local eles vêm para nós, no Dicastério, para buscar algum tipo de ajuda. Se não vieram, ou vieram pouco, é porque conseguiram resolver os seus problemas”, disse.
Por fim, acrescentou que estão de parabéns a organização portuguesa da Igreja e as autoridades civis. O religioso fala ainda em dados “que não se podem medir”. Neste sentido, fala na “riqueza de recursos humanos que fica após a JMJ”.
Fronteiras controlaram 1,4 milhões de pessoas
Por outro lado, o SIS (Sistema de Segurança Interna) revelou que quase 1,4 milhões de pessoas foram controladas nas fronteiras portuguesas no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Foi recusada a entrada a 213 pessoas, divulgou esta segunda-feira o Sistema de Segurança Interna (SSI). O controlo documental nas fronteiras aéreas, marítimas e terrestres no âmbito da JMJ decorreu entre 22 de julho e esta segunda-feira.
Neste sentido, o controlo foi feito de forma seletiva e direcionado com base em informações e análise de risco. Segundo o balanço final da operação de segurança da JMJ, a maioria das 213 recusas de entrada no país ocorreu nas fronteiras terrestres. O evento decorreu em Lisboa entre terça-feira e domingo, e contou com a presença do Papa Francisco e chegou a reunir mais de um milhão de pessoas.
De acordo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), as recusas de entrada estiveram sobretudo relacionadas com a falta de documentos, documento de viagem caducado e falta de visto adequado. O Sistema de Segurança Interna precisa que, ao longo de 16 dias, foram controladas 20 117 viaturas nas fronteiras terrestres, 1929 embarcações nas marítimas e 6891 voos, tendo sido realizadas 1650 revistas pessoais.
O SEF destacou ainda que as fronteiras portuguesas não estiveram fechadas durante a JMJ. Ou seja, foi apenas feito um controlo seletivo à medida das necessidades e da análise de risco. Por fim, o INEM prestou assistência a 4.312 pessoas.