No balanço da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, disse, em entrevista à TVI, que o evento “correu melhor” que o previsto e que o investimento realizado no Parque Tejo ficará para o futuro. A JMJ trouxe à capital portuguesa cerca de um milhão e meio de peregrinos, sendo um dos maiores eventos que o país já acolheu.
O autarca de Lisboa, Carlos Moedas, disse, no último domingo, que a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) “foi um sucesso” e que ajudou a transformar a cidade. O edil falou em entrevista exclusiva à TVI, no passado domingo, onde fez um balanço positivo da semana da JMJ, que se realizou na capital portuguesa entre 1 a 6 de agosto.
“A juventude transmitiu uma imagem positiva. Há uma Lisboa antes e depois do evento”, reforçou Moedas, que voltou a destacar o trabalho dos funcionários da CML. “Fizemos cidade e Lisboa foi o motor do país nestes dias”, prosseguiu o autarca, que diz ainda que a capital “cresceu em confiança”. No entanto, considera que agora “é importante não perder o balanço”.
Sobre o investimento realizado no Parque Tejo para acolher a JMJ, Carlos Moedas reforçou que este irá ficar na cidade, sendo que o objetivo da autarquia lisboeta – à semelhança da vizinha Loures – será construir “um parque verde”, para usufruto da população, mas também para a realização de diversos eventos. Por isso, acrescentou, o palco-altar será reutilizado, precisamente para poder acolher estas iniciativas no futuro.
Neste sentido, o edil lisboeta adiantou que “já recebeu várias propostas, de vários promotores”, para a realização de diversos eventos naquele espaço. No entanto, garante Moedas, “irei escolher aqueles que vão trazer mais à cidade”. Para já, acrescentou, a CML continua a receber mais ideias.
Defender as religiões
Por outro lado, ainda na mesma entrevista, Carlos Moedas agradeceu “a todos os portugueses, em especial aos lisboetas”, pelo sucesso que foi a JMJ. Contudo, e apesar da “transformação” que o evento trouxe a cidade, o autarca reforçou o seu “distanciamento em relação à religião”, reconhecendo, porém, que “esta tem um poder transformador positivo”.
Na sua perspetiva, o Papa Francisco “vai para além da religião”. Para o edil de Lisboa, organizar a Jornada Mundial da Juventude “foi o maior desafio profissional da minha vida”, e voltou a frisar que “Portugal é um estado laico”. Contudo, considera que é preciso defender as religiões, independentemente daquilo que elas professam. “Alguns estados têm uma posição laica. Demos o exemplo que podemos ser um estado laico” e apoiar a religião em simultâneo, acrescentou Moedas.
“Precisamos de políticas que defendam todas as religiões”, reiterou. Por fim, disse ainda o presidente da CML, a partir de agora, “Lisboa tem a oportunidade” de se afirmar “como capital do mundo”, tal como disse o Papa Francisco numa das suas intervenções durante a JMJ.
D. Américo Aguiar agradeceu apoio de todas as entidades envolvidas
Esta segunda-feira, numa conferência de imprensa de balanço da JMJ, D. Américo Aguiar agradeceu a José Sá Fernandes, e a todos os autarcas envolvidos, em especial a Carlos Moedas e Fernando Medina, anterior presidente da Câmara de Lisboa. Ainda na mesma conferência, D. Américo Aguiar sublinhou ainda que, nos próximos meses, serão tornados públicos todos os gastos relacionados com a Jornada Mundial da Juventude. Desta forma, o Bispo Auxiliar de Lisboa reforça que haverá “uma transparência total” sobre os custos do evento, “até ao último cêntimo”.
Por fim, expressou também um agradecimento aos “jovens e à equipa do Comité Organizador de Lisboa (COL). Aquilo que o Papa disse no avião é exatamente isto. É gratidão a todos os que, empenhadamente, prepararam a JMJ. Sofremos muito para que ela tivesse acontecido, semeámos lágrimas e agora vamos colher frutos com alegria”, concluiu D. Américo Aguiar.
JMJ em Lisboa foi a que “deu menos problemas”
Por sua vez, de acordo com o Pe. João Chagas, o sucesso da JMJ foi também o resultado de uma “colaboração entre a Igreja, as autoridades civis, e as forças vivas da sociedade. O responsável pelo setor jovem do Dicastério para os Leigos sublinhou ainda que esta foi a Jornada com “menos problemas” registados, em comparação com as do Rio de Janeiro, Cracóvia e Panamá, edições em que o sacerdote esteve presente.
Esta constatação, reforça, vai ao encontro das palavras do Papa Francisco quando diz que esta JMJ foi “a mais organizada de todas”. “Parabéns ao COL, na pessoa ali do D. Américo”, concluiu o Pe. João Chagas, acrescentando que o balanço deste evento “é positivo” e “ ficamos mais do que satisfeitos com o resultado”.