CÂMARA DE LISBOA ASSINA PROTOCOLO COM FUNDAÇÃO CHAMPALIMAUD

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) assinou, esta quinta-feira, dia 26 de outubro, um protocolo com a Fundação Champalimaud para a criação de um programa de rastreios gratuitos para mulheres abaixo dos 50 anos. Os exames são feitos nos Serviços Sociais da CML, a título gratuito.

Segundo o autarca de Lisboa, Carlos Moedas, “hoje é um dia muito especial. É um dia feliz, em que sentimos que fazemos a diferença na vida das pessoas”. O protocolo assinado esta quinta com a Fundação Champalimaud vai permitir, até ao final do ano, que as mulheres abaixo dos 50 anos possam fazer uma mamografia grátis nos serviços sociais da CML. Na base desta parceria estão dados que comprovam o aumento, em mais de 80%, de casos de cancro da mama em mulheres com menos de 50 anos.

Ao mesmo tempo, os rastreios promovidos pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) e pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) são apenas destinados a senhoras com mais de 50 anos. Para Moedas, este protocolo vem “provar que a Saúde é um problema de todos e que todos temos de trabalhar em conjunto. Sem esta união entre todos, não conseguimos resolver os problemas de saúde”. O edil lisboeta aproveitou a sua intervenção para agradecer “a generosidade” da Fundação Champalimaud na cedência, gratuita, de um mamógrafo para a realização destes rastreios.

100 mil utentes sem médico de família no concelho de Lisboa

“Quero também agradecer ao papel desta fundação na ciência e na investigação e na transformação desta investigação e ciência no bem-estar das pessoas. É isso que a diferencia, ser uma ponte entre a investigação e as pessoas”, acrescentou o autarca. Ainda na mesma intervenção, Carlos Moedas lembrou ainda “todas as mulheres” que privaram com ele e que tiveram cancro da mama. A assinatura deste protocolo contou com a presença da presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza. Esta instituição faz investigação em diversas áreas, com o objetivo de prevenir, diagnosticar e tratar a doença.

Ao mesmo tempo, esteve também presente a atriz Sofia Ribeiro, que já teve cancro da mama e é um rosto da luta contra a doença. “A Sofia teve uma coragem enorme e através da sua profissão ajudou muitas outras mulheres. Obrigado por aquilo que faz todos os dias”, disse o presidente da CML. Para o edil, contudo, existe um problema no acesso à saúde em Portugal. “Temos, em toda a região de Lisboa, quase um milhão de pessoas que não tem médico de família. Só no concelho, são quase 100 mil”.

Complementar o Serviço Nacional de Saúde

Por isso, a autarquia assume como prioridade dar à população a possibilidade de ter cuidados de saúde, como comprova o Plano de Saúde 65+, ao qual já aderiram 12 mil munícipes. No entanto, Moedas ressalva que estas medidas “são complementares” aos cuidados prestados pelo Serviço Nacional de Saúde. “Acreditamos no SNS mas temos de o complementar”, sustenta.

Ao mesmo tempo, lembra ainda que deve ainda existir “um Estado Social local”, mas também “um trabalho conjunto entre o Estado Central” e as autarquias, bem como com “os privados e as fundações”.  O presidente da CML acrescentou ainda que a edilidade está a investir “10 milhões de euros” nos Centros de Saúde do concelho. Aqui, aproveitou para pedir ao Governo que ajude a captar mais médicos de família. “Em Marvila temos um centro de saúde com todas as condições, mas faltam médicos”, exemplificou.

Foto de capa: Ana Luísa Alvim/CML

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