Programa Oeiras Solidária é agora Oeiras Community Valley

O Programa Oeiras Solidária (POS) celebrou, esta quinta-feira, 14 de março, o seu 20º aniversário, com o lançamento de uma nova identidade e a distinção das 20 empresas que mais se destacaram no âmbito da cidadania empresarial.

Oeiras Community Valley é a nova designação do Programa Oeiras Solidária (POS) que celebrou esta quinta-feira, 14 de março, 20 anos de atividade. Para assinalar a data, a Câmara Municipal de Oeiras (CMO) organizou uma cerimónia, que aconteceu no Auditório do Lagoas Park Hotel, em Porto Salvo, na qual apresentou esta nova identidade e distinguiu as 20 empresas que fazem parte do programa e que mais se destacaram no âmbito da cidadania empresarial. O POS, recorde-se, é um projeto desenvolvido pela autarquia, que conta com a participação de várias entidades e empresas locais, no sentido de promover iniciativas ligadas à responsabilidade social.

Ao longo destes 20 anos, já mais de 200 empresas aderiram ao programa, contabilizando mais de 1600 apoios e mais de 600 mil euros em donativos. Igualmente, foram desenvolvidas mais de uma centena de ações de voluntariado, e que contaram com a participação de mais de 450 pessoas. De acordo com a vereadora com o pelouro da Responsabilidade Social da CMO, Teresa Bacelar, “hoje celebramos história”. A rede POS surgiu em 2004, “de uma forma pioneira”, juntando a autarquia com “15 empresas sediadas no concelho”, recordou a autarca.

Construir pontes

Igualmente, este projeto pretende criar “uma maior coesão social e o reforço das respostas sociais existentes”. Ainda na sua opinião, o POS permitiu “a construção de pontes”, empoderar “parceiros e entidades locais, tanto na partilha do conhecimento, como na gestão de recursos”. “Queremos continuar a fazê-lo”, garantiu a vereadora, assumindo o objetivo de “continuar a apoiar as empresas e a alinhar estratégias, nomeadamente na área da responsabilidade social e cidadania empresarial, a objetivos comuns”.

A rede POS, prosseguiu ainda, “impulsiona a redução das desigualdades na nossa comunidade, atuando na erradicação da pobreza e da fome, e está presente na criação de uma saúde e educação de melhor qualidade”, sempre alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Por outro lado, acrescentou Teresa Bacelar, o POS atua ainda nas áreas do desporto, da proteção do ambiente, do bem-estar animal e da cultura. “Esta é a diversidade que motiva os parceiros e faz do POS uma resposta de confiança que trabalha com todos, para todos”.

Contribuição de todos

A vereadora com o pelouro da Responsabilidade Social da Câmara de Oeiras partilhou ainda dois momentos que considerou especiais. O primeiro, que diz respeito ao período da pandemia da Covid-19, foi um momento “em que lutámos contra uma força desconhecida, mas este combate não se fez a sós. A POS deu respostas a quem estava na linha da frente e àqueles que passaram a estar em situação de maior vulnerabilidade. Todos os dias o telefone tocava, com empresas a quererem fazer parte”, lembrou a autarca. Ao mesmo tempo, nesta época, foram doadas “toneladas de géneros alimentares, milhares de euros a instituições e equipamentos de proteção individual”.

“Foram emprestados automóveis para que os voluntários chegassem a todos. Chegámos a todos”. Também na pandemia, prosseguiu, “criámos uma resposta para a população sem abrigo: um centro de acolhimento montado em poucos dias”. Já o segundo momento diz respeito à invasão da Rússia à Ucrânia, “cujos efeitos ainda hoje sentimos”. “Fomos inundados de imagens de um mundo parecido ao nosso, mas marcado por um constante ataque aos mais elementares direitos humanos”, disse a vereadora, recordando que, na altura, a Câmara de Oeiras criou “um Plano Municipal de Apoio ao Povo Ucraniano”.

A rede POS está integrada neste plano, e, por isso, foram concedidas “uma variedade de respostas, a começar pela doação de refeições, mobiliário, eletrodomésticos e outras tecnologias”. Outros apoios foram ainda “roupa, ração para animais de estimação e formação linguística, promovendo a integração de quem recebíamos”, acrescentou Teresa Bacelar, salientando ainda que muitas das empresas integradas no POS cederam ainda “apartamentos, empregos, espaços solidários”, tendo-se ainda juntado para “enviar um avião com bens como medicamentos e alimentos e ainda para trazer alguns refugiados”.

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Juntar o poder público com o setor privado

Também em conjunto, foi possível a criação de um centro de acolhimento para refugiados. Aqui, considerou a autarca, “os valores democráticos da solidariedade e da fraternidade, sem fronteiras, saíram vitoriosos. Foi enorme o contributo da nossa rede”. “Este alcance é fruto de muito empenho e senso de compromisso, tanto da equipa do POS, como dos serviços municipais e das empresas, destacando a sua proatividade e envolvimento no âmbito da rede”. Esta celebração, considerou ainda, serve para comemorar “a proximidade, a colaboração, a partilha de uma rede singular, sinónimo do empoderamento conjunto e do espírito de liderança, no caminho do desenvolvimento sustentável”.

Por fim, Teresa Bacelar deixou ainda um agradecimento “às pessoas e organizações” que fazem parte da rede POS. “É um privilégio para mim poder trabalhar e aprender convosco, pelo vosso entusiasmo, dedicação e energia”, acrescentou ainda, deixando um agradecimento especial ao presidente da CMO, Isaltino Morais. Na sua opinião, ele contribui para que a rede possa “concretizar mais e melhor, e permite-nos sonhar, porque é da vontade que nasce a mudança”. O POS é ainda “exemplo de uma convivência do poder público promotor do desenvolvimento económico privado e de um setor privado que compreende que, na vida, há muito mais que o lucro”, disse ainda.

20 empresas distinguidas

A vereadora considera ainda que, atualmente, as empresas “devem compreender o quanto o seu papel transcende o lucro e quais as suas responsabilidades para com a comunidade onde pertencem”. “Que continuemos todos juntos neste território, onde todos somos parte ativa de uma comunidade que não esquece ninguém, onde seja ainda melhor viver e trabalhar”, concluiu. De seguida, procedeu-se à distinção das 20 empresas que mais se distinguiram no âmbito da cidadania responsável, com a entrega de um troféu desenhado exclusivamente para o evento, e que simboliza a força conjunta da CMO com as empresas.

As empresas distinguidas foram a Amplifon, Astrazeneca, Auchan, Federação Portuguesa de Futebol, CUF, Dell, Bayer Portugal, Fun Languages, HP Portugal, Leroy Merlin, LG Portugal, Nestlé, Novartis, PHC Software, Seda Ibérica, SIC Esperança, Sumol/Compal, Wellow Group, CISCO Portugal e BMW. Houve ainda um momento de homenagem a Isabel Martins, coordenadora do POS, e que já integra esta rede há 20 anos.  “É com toda a satisfação que eu tenho acompanhado este programa ao longo destes 20 anos, não deixa de ser gratificante para mim perceber que o meu envolvimento é reconhecido”, disse a responsável, que se mostrou surpreendida com esta homenagem.

Oeiras Community Valley quer reforçar papel social das empresas

“Os projetos não são só pessoas, são também equipas. Eu acho que tenho uma equipa de pessoas fantásticas”, concluiu a responsável. O POS é agora Oeiras Community Valley, uma marca que pretende reposicionar esta rede e reforçar o papel das empresas no âmbito da cidadania. Desta forma, os agentes económicos passam a ser membros ativos desta nova marca, que conta agora com um Conselho Estratégico e um Conselho Consultivo. Haverá ainda grupos temáticos, para que se possam desenvolver projetos em torno dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, aproximando mais as empresas da comunidade.

Nesta cerimónia, discursou ainda o presidente da CMO, Isaltino Morais, que começou a sua intervenção a lembrar que a “conjuntura atual reflete um movimento de mudança”, com um “agravamento” das crises e uma “redução” dos índices de confiança. O autarca considerou ainda que as empresas que integram a rede POS têm um papel “fundamental”, tornando-se uma rede cada vez mais “significativa” e que tem vindo a promover a “transformação do munícipio”. “O vosso contributo tem feito a diferença”, considerou ainda, salientando que este apoio “tem sido fundamental para “o sucesso” da intervenção do município na comunidade, mostrando ainda que é importante dar “continuidade a esta rede”.

Trabalhar para o bem comum

“A consolidação e impacto deste programa refletem bem o espírito de comunidade e partilha que se vive em Oeiras, porque um programa desta natureza só podia ter surgido no nosso território”, acrescentou o edil oeirense, sublinhando ainda que tem sido desígnio desta autarquia criar “um modelo de cidade inteligente que junta o urbanismo à inovação, sem descurar a dimensão humana”. “Com a nossa estratégia, pretendemos envolver o maior número de agentes locais ao mesmo nível, em prol dos objetivos sociais e ambientais comuns”, disse ainda Isaltino Morais.

Para o autarca, juntar “o core business das empresas à resposta das necessidades do nosso concelho é fulcral para que o envolvimento e o impacto das ações de resposta social sejam em prol do bem comum”. O presidente lembrou que Oeiras é o concelho onde se concentram o maior número de empresas tecnológicas, em todo o país, e que esta ambição levou “ao cenário que temos hoje”, com o concelho a ser considerado “o melhor sítio para viver, trabalhar e estudar”. Sobre a nova identidade do POS, Isaltino Morais adiantou ainda que irá integrar o Conselho Estratégico do Oeiras Community Valley.

Empresas do concelho têm volume de negócios de 34 mil milhões de euros

O objetivo é  “acompanhar de perto o funcionamento desta comunidade e contribuir ativamente para a definição de uma orientação estratégica contínua, pensada a longo prazo”. Na perspetiva do autarca, esta nova marca “irá orgulhar-nos a todos”. No mesmo discurso, lembrou ainda que, no passado domingo, Oeiras foi o segundo munícipio da Área Metropolitana de Lisboa (AML) com a taxa de abstenção mais baixa. Isto mostra “a literacia política” da comunidade de Oeiras.

“Isto está em linha direta com aquilo que é o nosso território, a nossa comunidade, em termos de desenvolvimento económico e social e, muito particularmente, dos indicadores de desenvolvimento do nosso território. São estes indicadores, considera, que fazem do concelho o segundo munícipio mais rico do país, logo atrás de Lisboa, juntamente com o contributo das empresas sediadas no concelho, que ajudam a criar riqueza para Oeiras. “34 mil milhões de euros é o valor do volume de negócios que se gera em Oeiras”, lembrou Isaltino Morais, frisando que “todo o turismo nacional gera 24 mil milhões”.

Programa tem em conta os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Por isso, “Oeiras é considerado um munícipio rico”, prosseguiu o presidente, lembrando que o POS surgiu com o objetivo de “criar condições para que as empresas pudessem dar apoio”, a par com a autarquia. “A forma de integração e de inclusão do tecido empresarial é articular as necessidades do nosso território e da nossa comunidade”, sustentou. Contudo, a rede “hoje é muito mais do que isso. É um programa que insiste muito na questão da responsabilidade social, na sustentabilidade, nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, criando condições para a sensibilização, não só das instituições públicas, mas também das empresas”.

Isaltino Morais falou ainda da necessidade de “acompanhar a evolução das empresas no nosso território” e criar uma “boa articulação entre todos”. Para tal, é necessário existir “uma cooperação, e um envolvimento em projetos comuns”. Esses projetos comuns passam ainda por diminuir as desigualdades no concelho, e aqui o autarca lembrou medidas com as bolsas de estudo gratuitas para todos os estudantes do ensino superior, entre outras. “O PIB de Oeiras anda na ordem dos 12%. Somos cada vez mais visitados por gente que nos quer conhecer e quer saber como é que isto aconteceu. Aconteceu com muito trabalho, com planeamento e uma visão de futuro”.

Estratégias a longo prazo

“A evolução do nosso território ao longo dos últimos 30 anos” tem sido notável, acrescentou Isaltino Morais. “Em Oeiras, fazemos planos estratégicos há 15, 20 anos, sem pensar quem é que vai ser o Presidente da Câmara daqui a quatro anos”, explicou o edil. “É indiscutível que um programa como o do Oeiras Solidária só podia acontecer num contexto, num ecossistema, como aquele que se vive” no concelho, disse ainda Isaltino Morais, salientando a “determinação e vontade das empresas em participar” nesta iniciativa. Aqui, o autarca reconheceu o trabalho de toda a equipa, em especial de Isabel Martins e Teresa Bacelar, mas também das empresas e parceiros locais.

“É um projeto único. O mérito não foi nosso, foi dos nossos parceiros”. Para o presidente da CMO, “os grandes problemas das pessoas, resolvem-se ouvindo as pessoas”, concluiu. O Oeiras Community Valley tem o objetivo de renovar o compromisso e torná-lo mais próximo da comunidade e já conta com a parceria de 90 empresas. Esta mudança foi motivada pela resposta, cada vez mais diversificada, dada pelo POS no contexto da sua rede e que vai além da solidariedade.

Oeiras Community Valley quer promover diversas iniciativas

“Este novo conceito enquadra-se mais na visão estratégia global desenvolvida pelo Município, ligada à inovação e que está representado no Oeiras Valley. A essência do POS mantém-se, no seu lado social e de cooperação com as empresas, mas agora ganha novo estatuto, afirmou ainda Isaltino Morais. A nova marca procura maximizar o impacto das ações de responsabilidade social das empresas, facilitando a ligação à comunidade local e o alinhamento com os ODS, definidos pelas Nações Unidas. A comunidade pretende ainda desenvolver iniciativas focadas nas reais necessidades do território, mas também ações de formação e mentoria em projetos de Responsabilidade Social local, entre outros.

As 90 empresas que fazem parte desta iniciativa receberam, no evento, uma oferta boas vindas, com produtos personalizados e um cartão de compromisso. A Oeiras Community Valley quer ainda construir uma comunidade local com empresas mais responsáveis, conscientes e com maior intervenção socioambiental. As empresas que quiserem integrar este novo conceito, poderão fazê-lo através do e-mail ocv@oeiras.pt.

Por fim, este evento contou com a apresentação de Cristina Amaro, pivot do programa ‘Imagens de Marca’, fundadora da Brands Community e CEO da The Empower Brands House, e contou ainda com dois momentos culturais, dinamizados pela Sublime Dance Company.

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