Academia do Johnson recebe a primeira Sala Digital do país

A Academia do Johnson, no Bairro do Zambujal, concelho da Amadora, já tem uma Sala Digital, totalmente dotada de equipamentos de avançada tecnologia, com o objetivo de melhorar a inclusão digital e as oportunidades da população mais carenciada. Esta instituição apoia cerca de 200 crianças e jovens desfavorecidas e suas famílias.

No mês em que celebrou 10 anos de existência, a Academia do Johnson, no Bairro do Zambujal, no concelho da Amadora, inaugurou, a 17 de abril, um novo espaço multiusos totalmente equipado com a mais avançada tecnologia e comunicações para ajudar à inclusão digital e criar oportunidades dos mais jovens, com o apoio da NOS. Esta instituição é uma IPSS, que se destina ao apoio e integração social de crianças e jovens de bairros carenciados da Grande Lisboa. A Academia do Johnson surgiu em 2014 pela mão de João Semedo, mais conhecido por Johnson, falecido em 2022.

Atualmente, é dirigida por Carlos Simões, que começou a sua intervenção a lembrar que “a Academia é uma fábrica de sonhos”, sendo que um destes desejos passava, precisamente, pela existência de uma sala digital. Ao Olhares de Lisboa, o dirigente referiu que esta sala “tem, de facto, um grande objetivo”. Ou seja, prosseguiu, “responder a uma necessidade que foi sempre sentida pelos nossos jovens, pelas nossas crianças, famílias e idosos, porque precisávamos de uma resposta ao nível da tecnologia”. Carlos Simões, presidente da Academia do Johnson desde 2022, explicou que, naquela comunidade, ainda existem pessoas infoexcluídas, que “vão à cabine telefónica telefonar para os familiares que estão em Cabo Verde”, por exemplo, bem como outras “que não têm computadores ou não têm e-mail”.

Diminuir as desigualdades sociais

“Tudo isso nos ia fazendo sonhar e sentir a necessidade clara de termos um espaço em que pudéssemos começar a responder a isso”, reforçou. A Academia do Johnson tem como objetivo a promoção do desenvolvimento humano e bem-estar, acompanhando de perto várias crianças e jovens oriundos de meios familiares e sociais fragilizados. “A Academia do Johnson é um projeto intergeracional. Nós começamos na infância e vamos até aos idosos. Em cada geração, há necessidades totalmente diferentes”, sustentou. O presidente da Academia do Johnson lembrou ainda que esta Sala Digital servirá, no caso das crianças, para elas terem um espaço onde estudar e realizar os trabalhos escolares, e no caso dos mais velhos, para que eles possam “viajar até às memórias da sua infância, da sua terra”.

Esta IPSS apoia, atualmente, cerca de 200 jovens, com várias “vulnerabilidades e fragilidades sociais”, oriundas de bairros desfavorecidos como por exemplo a Cova da Moura, na Amadora, entre outros da Grande Lisboa. Desenvolve a sua atividade no apoio escolar, desporto e atividades culturais, nomeadamente futsal, andebol, dança e coro musical. “Temos sete equipas em competição desportiva, em que a competição é muito direcionada para o desenvolvimento de competências de saber respeitar o outro, de transcendência, de lealdade, de esforço e de respeito”, acrescentou ainda Carlos Simões, sublinhando ainda que a Academia do Johnson procura aliar o desporto à educação.

Melhorar as capacidades na área Digital

“Esta comunidade tem pessoas absolutamente fantásticas, em que muitas famílias perderam a esperança há muito tempo, a esperança de uma justiça igualitária. Então, procuramos aqui, no fundo, recuperar aquilo que são esperanças perdidas e tentar que elas possam reconstruir os seus projetos de vida”, reforçou o responsável. Já para Margarida Nápoles, Diretora de Comunicação e Responsabilidade Social da NOS, “escolhemos a Academia do Johnson precisamente porque têm feito um trabalho extraordinário ao longo dos últimos anos”, salientando ainda o trabalho desta instituição na área da educação. “É um pilar que a nós nos diz muito, porque é através da educação que conseguimos inverter os ciclos de pobreza, mas também criar mais valor e condições para o desenvolvimento económico e social”.

Na sua opinião, “capacitar os jovens com recursos e competências nesta área do digital e da tecnologia é um passo muito importante para invertermos estes ciclos de pobreza e criarmos mais valor para a sociedade”. “Esperamos que este espaço possa vir a ser utilizado por toda a comunidade e que todos os jovens tenham vontade de aprender mais com as ferramentas que nós trazemos para aqui”, concluiu a responsável. Ao Olhares de Lisboa, acrescentou ainda que “um dos pilares da NOS, no âmbito da sua política de responsabilidade social é a inclusão digital”. Por isso, “o nosso objetivo passa por multiplicar estes espaços, que são espaços onde as comunidades mais vulneráveis podem ter acesso à melhor tecnologia e equipamentos”. Esta primeira sala digital conta com três computadores, três tablets, uma televisão e dois pares de óculos de realidade virtual.

NOS quer criar mais Salas Digitais em todo o país

“O objetivo é que isto possa ser usado, não só para ajudar as crianças a desenvolverem as suas capacidades digitais, mas também para fomentar o gosto pela tecnologia. A tecnologia tem um enorme potencial de inverter ciclos de pobreza, e os trabalhos nesta área estão cada vez mais na ordem do dia. O que nós achamos é que isto acaba por ser uma forma destes jovens poderem ter contacto e, eventualmente, quererem prosseguir uma carreira nestas áreas e saberem utilizar bem a tecnologia para fins, quer académicos, quer profissionais”, reforçou Margarida Nápoles. Para além da Sala Digital instalada na Academia do Johnson, serão ainda criadas mais cinco salas semelhantes, em todo o país, adiantou ainda.

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