A rega do recinto do Rock in Rio 2024 no Parque Tejo-Lisboa foi realizada com Água+, água reciclada que saiu da ETAR de Beirolas, ao lado do parque, evitando o consumo de água potável na rega, e todos os WC foram ligados à rede de esgoto. O Rock in Rio foi, em 2018, o primeiro Festival de música a utilizar água reciclada numa área restrita do Parque da Bela Vista.
A empresa Águas do Tejo Atlântico regou com água reciclada (Água +) o recinto Parque Tejo no Rock in Rio 2024. Segundo um comunicado da empresa, estiveram disponíveis 4.200 m3/dia de água+ para regar a zona Norte do Parque das Nações e o Parque Tejo, nos momentos que antecederam o Rock in Rio, “numa ação de manifesta preocupação com o combate às alterações climáticas através de práticas sustentáveis”.
Com este projeto, a Águas do Tejo Atlântico deu o seu “contributo sustentável para a mitigação dos fenómenos extremos, nomeadamente, a escassez de água”, defende a Águas do Tejo Atlântico, salientando que “esta água reciclada designada como Água+, devido ao seu valor acrescido em nutrientes tem ainda a vantagem de contribuir para a fertilização do solo, começou a ser utilizada do recinto do Rock in Rio em 2018, ainda no Parque da Bela Vista”.
Rega sustentável
Em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e com a organização do Rock in Rio 2024 “fechámos o ciclo da água e da sustentabilidade nesta 20ª edição, mas não vamos ficar por aqui”, adianta o comunicado, referindo que, “pela eficiência hídrica, a rega ‘sustentável’, com água produzida com qualidade necessária para este propósito, veio para ficar”.
Uma das preocupações das grandes cidades como é o caso de Lisboa, das organizações e dos grandes eventos, como é o Rock in Rio, reside na “implementação de soluções sustentáveis para as cidades, para as pessoas, eventos e outras iniciativas que envolvam a comunidade, protegendo o futuro através da redução do consumo de matérias-primas e recursos naturais, fomentando a redução, a reciclagem e a reutilização, alinhadas com a estratégia da economia circular”.
A utilização de água+ (água reciclada) contribui, segundo a Águas do Tejo Atlântico, para uma gestão mais eficiente e sustentável dos recursos hídricos, constituindo um benefício como fonte de água alternativa para usos não potáveis.
Além da rega de espaços verdes, a água+ tem potencial uso para a agricultura, lavagem de ruas e mobiliário urbano, na indústria e em sistemas de climatização de grandes edifícios, cujo tratamento é adequado para os fins a que se destina, em segurança, com garantia de proteção da saúde pública e do Ambiente.
Desde 2019, IKEA utiliza água reciclada
Todos os anos, a Águas do Tejo Atlântico recebe, trata e descarrega para os meios hídricos cerca de 180 milhões de metros cúbicos de água: “É muita água que, todos os dias, devolvemos aos meios hídricos”, afirma a Administração da Águas do Tejo Atlântico, lembrando que o compromisso de “transformar os novos paradigmas da economia circular em realidade e os serviços de saneamento mais circulares e virtuosos” é algo já bem conhecido.
É com base nesta premissa que a empresa trabalha todos os dias, em conjunto com a CML e com todos os 22 municípios que serve: “Utilizamos água reciclada para processos internos; desde 2019, fornecemos água reutilizada ao IKEA; estamos a delinear projetos para aumentar o potencial de reutilização na área abrangida pela concessão da empresa e a transformar as ETAR’s em fábricas de água”, exemplifica.
Para além de ser o “primeiro projeto licenciado” para reutilização de água para rega dos jardins municipais, trata-se dum “exemplo inspirador” para muitos outros projetos que se seguirão, “desde logo, um exemplo de parceria entre a Tejo Atlântico e a CML que, ao longo de dois anos, foi sendo passado o testemunho de equipa para equipa sempre com grande empenho de chegar à meta”, lembra a responsável. E o desígnio “água +” afirma-se como “marca” para a Tejo Atlântico definir água reutilizada: “Água + porque a água é sempre água e a realização irá gerar mais água com mais níveis de tratamento em função do uso que lhes queremos dar”, declara a empresa.