Por proposta dos vereadores da CDU, a Câmara Municipal de Loures aprovou esta quarta-feira, uma moção exigindo a urgente normalização do funcionamento das urgências do Hospital Beatriz Ângelo, reforçando assim as exigências realizadas em março de 2023 pelo presidente da autarquia, Ricardo Leão, ao então ministro da Saúde, Manuel Pizarro, que não cumpriu a sua palavra, para a normalização das urgências do hospital que serve quatro concelhos: Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço e Odivelas.
Em Março de 2023, o ministro da Saúde de então, Manuel Pizarro, comprometeu-se a dar, no prazo de um mês, uma resposta à situação do Hospital Beatriz Ângelo (HBA) através da abertura de um concurso para a contratação de mais profissionais de saúde.
Passado um ano e meio e na sequência dos compromissos assumidos por Manuel Pizzaro com todos os presidentes de câmara servidos pelo HBA, Mafra, Sobral de Monte Agraço e Odivelas, a câmara Municipal de Loures volta à carga e, na quarta-feira, aprovou por unanimidade uma moção da CDU “Pela urgente normalização do funcionamento das urgências no Hospital Beatriz Ângelo”.
Para os autarcas de Loures, o encerramento sistemático dos serviços de pediatria e ginecologia-obstetrícia tornou-se o novo “normal” nos hospitais do país, com particular enfoque no Hospital Beatriz Ângelo, lembrando que as anunciadas medidas de sucessivos governos só têm vindo a agravar a situação.
Aliás, o que vai ao encontro das reivindicações defendidas, há 18 meses, por Ricardo Leão para se arranjar uma solução, mesmo que fosse temporária, para que as urgências pediátricas do HBA pudessem reabrir no horário diurno ao fim-de-semana.
Situação agrava-se de dia para dia
Contudo, passado todo este tempo, um facto é que o Ministério da Saúde nada fez e, como salienta a moção da CDU, continuam a ”não ser fixados profissionais no SNS, por não lhes ser dada resposta às justas reivindicações de melhores condições de trabalho. Esta situação agrava o acesso aos cuidados públicos de saúde e tem empurrado os utentes para o privado, entregando-lhes de mão beijada e com todos os incentivos milhares de novos “clientes” que fazem crescer exponencialmente o negócio da saúde”.
No caso do Hospital Beatriz Ângelo, salienta a autarquia, ”já há muito que a Câmara Municipal de Loures vem alertando para o agravamento da situação. Desde o suposto encerramento temporário das urgências de pediatria à noite e aos fins de semana, que se tornou definitivo, até à debandada de profissionais que procuraram melhores condições de trabalho noutros locais, nenhuma medida alterou esta situação”.
Todavia, ”nos últimos dias foram mesmo tornadas públicas notícias muito preocupantes, nomeadamente no que concerne ao serviço de urgências de ginecologia-obstetrícia e de pediatria”, lamentam.
Garantir cuidados de saúde
Do ponto de vista dos autarcas, incluindo o presidente de câmara, é ”necessário garantir a oferta de cuidados de saúde materno Infantil em Loures que requer uma resposta de quem tem o dever de defender o Serviço Nacional de Saúde público e de qualidade, quando nos aproximamos de assinalar os 45 anos da constituição do SNS, a 15 de setembro”.
Por esse motivo, os vereadores da autarquia ”reiteram a sua preocupação com esta situação e propõem que a Câmara Municipal de Loures exija do Governo as medidas concretas e efetivas que permitam de facto resolver esta situação que passam obrigatoriamente pela: reabertura do serviço de Urgência de Pediatria do Hospital Beatriz Ângelo 24h/dia e 7 dias por semana; reforço das urgências de ginecologia-obstetrícia que ponham fim aos encerramentos sistemáticos a que temos assistido nos últimos meses; reforço das urgências gerais de forma a diminuir consideravelmente os elevadíssimos tempos de espera que por vezes chegam a mais de 14h só para a primeira consulta”.