Conhecer o território, estimular o debate de ideias, o conhecimento intercultural, a saúde mental e o acesso aos vários serviços foram algumas das necessidades sugeridas no brainstorming sobre o Laboratório para a Coesão Social, apresentado esta sexta-feira, 18 de outubro, na União de Freguesias de Santa Iria da Azóia, São João da Talha e Bobadela.
Um projeto que nasce de um diagnóstico realizado às necessidades da população e que pretende promover a coesão social de forma a uma sociedade equilibrada e justa, tendo por base a participação cívica. O Instituto Piaget e a Universidade de Valência são dois dos parceiros desta iniciativa que visa criar condições para a implementação de soluções inovadoras para a construção de uma coesão que valorize o território, gere impacto social positivo e promova o bem-estar, garantindo o acesso equitativo aos recursos e oportunidades.
“É um laboratório que vai trabalhar com as várias instituições. Este projeto começa exatamente a partir de um diagnóstico que foi feito nas escolas e, em função dos resultados, percebemos que havia ali uma oportunidade. Falámos com a nossa rede social, os nossos parceiros e vimos uma oportunidade de fazer um trabalho diferente em que a academia passa a fazer parte integrante deste projecto”, segundo explicou Nuno Leitão, presidente da Junta de Freguesia de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela.
“É um conceito que flui e trabalha na comunidade. Já temos um conjunto de informação de alto nível, uma abordagem daquilo que é a compreensão de coesão social a partir dos alunos do 4.º e 9.º anos, dos diretores dos agrupamentos de escolas e dos professores, o que permite ter um retrato, dar algumas pistas e desvendando um bocadinho o que vem aí”, sublinhou o autarca, destacando o papel fundamental da coordenadora do Laboratório para a Coesão Social, Dora Pereira, para quem: “É na mudança que se constrói novos caminhos”.
Trabalhar com e para as pessoas
“Queremos oferecer às pessoas suporte e criar estratégias que façam pontes no sentido da construção da coesão social. Trabalhar para as pessoas com foco nas suas necessidades mas também nas capacidades que todos temos para construir coesão social”, afirmou Dora Pereira, dividindo em dez os objetivos deste projecto. Desde promover a ideação e experimentação de novas estratégias e soluções viáveis e uteis para os problemas educativos, sociais e culturais da Freguesia, passando por potenciar condições para novas soluções, estimular o interesse da população, sensibilizando a participação responsável e o empoderamento individual e comunitário. O Laboratório para a Coesão Social pretende ainda desenvolver e implementar dinâmicas e iniciativas de intervenção para a melhoria da cocriação, assim como monitorizar e avaliar o impacto social da intervenção/investigação.
De acordo com a coordenadora do projeto, Dora Pereira, “não há fórmulas”, estando identificados alguns riscos, tais como a dificuldade de captação de recursos, no envolvimento da comunidade, na gestão de recursos humanos e na medição de impacto.
Como identificar necessidades?
Durante a apresentação, houve ainda tempo para Maria Jesus Perales, Diretora do Departamento MIDE da Universidade de Valência fazer um pequeno brainstorming sobre os caminhos para a coesão social. Numa árvore em cartão foram colocados papéis amarelos nos quais foram identificadas necessidades da freguesia, tendo posteriormente sido colocados papéis verde com propostas nas área de Educação, Cultura, Economia, Saúde e Social.
“E é a partir desta árvore que estivemos a desenhar que se vai começar, vamos chamar novamente os parceiros e a partir daqui ter um plano de intervenção. Grande parte do trabalho vai fazer-se junto das instituições”, referiu o presidente da autarquia Nuno Leitão.
“Nada é desconhecido. Trabalhamos todos em áreas distintas mas que se cruzam. Juntos conseguimos responder a mais causas, a mais necessidades, podemos ir mais além. Conhecer o território, aliar experiência e responder às necessidades com maior e melhor intervenção. Somos todos bombeiros comunitários”, sublinhou a diretora técnica do Polo Comunitário Os Amigos de Sempre, Teresa Pires.
Conhecimento dá acesso a intervenção de proximidade
“Nós queremos ajuda musculada, queremos trabalhar bem. Como a Teresa disse somos todos bombeiros comunitários e se for possível ter este conhecimento de alto nível, esta investigação que às vezes queremos compreender e ela estar aqui no nosso território, então vamos sair todos bem ao final do dia. Temos já um protocolo aprovado com o Instituto Piaget, estamos a trabalhar um com a Lusófona, temos o Conselho Nacional de Educação envolvido, assim como o Centro de Formação de Professores. Ou seja, temos, em consequência do trabalho desenvolvido no último ano, já um conjunto de parceiros com interesse estratégico em também fazer parte desta comissão de apoio científico”, destacou ainda o presidente da União das Freguesias de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela, encorajando a população a juntar-se ao projeto. Para fazer qualquer proposta basta mandar email para a coesaosocial@uf-ssb.pt e a partir daí a equipa coordenada pela professora Dora Pereira desenvolve o resto. O Laboratório para a Coesão Social também estará semanalmente na Loja Ponto Já em São João da Talha e brevemente nas redes sociais.