No inverno, o tempo parece congelar no ar. Contudo, o tempo não pára de voar e o Natal já está a chegar novamente. Voltou o frio, as castanhas a assar à esquina da rua, as iluminações de Natal e as correrias às lojas para comprar prendas para os entes queridos.
Contudo, este ano vai ter de ter o cuidado de correr mais depressa para conseguir a noite de Natal perfeita. É que, falharam as negociações entre o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) e a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) e, por essa razão, o CESP lançou um pré-aviso de greve para o dia 24 de dezembro.
Em declarações à Lusa, o diretor-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier, diz que as empresas que representa “compreendem as razões da convocação da greve”, mas salientou que a entidade “não considera que as negociações estejam a correr mal”.
“O processo é longo, são matérias difíceis e tem havido progressos. Não é fácil, sobretudo se tivermos em conta que há um enquadramento neste momento em Portugal que provoca algum distúrbio, como o anúncio do salário mínimo para 2019”, afirmou.
O CESP, por sua vez, garante que depois de “26 meses de negociação” as empresas representadas pela APED “continuam a não apresentar propostas de verdadeiro aumento dos salários e correção das injustiças e discriminações existentes”. Na mesma nota, o sindicato acrescenta que “pelo contrário, continuam a querer reduzir o valor do trabalho extraordinário e desregular ainda mais os horários de trabalho com a introdução do banco de horas no CCT [Contrato Coletivo de Trabalho]”.
Em cima da mesa estão a revisão do contrato coletivo de trabalho, sem redução do valor pago pelo trabalho suplementar, aumento dos salários e equiparação da carreira profissional dos operadores de armazém à carreira dos operadores de loja e supermercados. OLHARES DE LISBOA Nº 6 | NATAL