Com os «olhos colocados» na nomeação de Odivelas «Cidade Europeia do Desporto», Paulo César fez questão de sublinhar que, «Odivelas quer assumir um programa para o futuro, com uma cidade voltada para o cidadão» e, com este Plano de Mobilidade e Transportes, o concelho de Odivelas vai estabelecer «a estratégia global de intervenção em matéria de organização das acessibilidades e gestão da mobilidade, definindo um conjunto de ações e medidas que contribuam para a implementação e promoção de um modelo de mobilidade mais sustentável, compatível com o desenvolvimento económico, indutor de uma maior coesão social e orientado para a proteção do ambiente e eficiência energética».Na perspectiva do edil, este workshop «trouxe importantes contributos na identificação dos problemas atuais em matéria de transportes públicos, estacionamento, ciclovias, percursos pedonais, rede viária, logística urbana, segurança rodoviária, entre outros».
Paulo César revelou, ainda, que o «diagnóstico da situação e o apontar de algumas soluções vão ser apresentadas no decorrer de Fevereiro», sublinhando que, neste momento, «a Câmara está a realizar algumas intervenções em espaços públicos que virão a ser integrados no Plano de Mobilidade».«Temos que perspetivar a cidade a 20 anos» e, é por isso que defende: «o Plano de Mobilidade é um instrumento que vai estudar a estratégia global a adoptar, com a missão de devolver o território às pessoas». Como exemplo, citou o caso do terminal de metro em Odivelas que beneficiou em muito a mobilidade dos odivalenses mas, o facto de ter ficado como estação terminal, trouxe uma série de problemas, designadamente o de estacionamento e outros congestionamentos de tráfego. Paulo César recorda: «Quando o metro veio para Odivelas era, em principio, para continuar para Loures. Por isso, não era necessário criarem-se infraestruturas de estacionamento e de transportes de apoio».
O responsável pelo pelouro do urbanismo da Câmara de Odivelas, dá outros exemplos que podem minimizar os problemas de mobilidade mas, como reconhece, a maioria das medidas que poderão sair deste Plano de Mobilidade «terão de ser implementadas em cooperação com os municípios vizinhos». No entanto, salienta, isso «só pode ser feito após conhecermos as nossas necessidades e as soluções que podemos implementar». A titulo exemplificativo dá o caso das redes de ciclovias inter-municipais e a falta de articulação entre as diferentes entidades que alugam as bicicletas: «Não faz sentido alugar um bicicleta em Lisboa e, depois, quando entro no concelho de Odivelas ter que a estacionar e alugar outra para entrar em Odivelas», adianta.Por seu turno, Paula Teles, presidente da MPT, após ter referido que houve um aumento substancial do transporte privado em Odivelas, fez questão de afirmar que «temos que mudar os nossos conceito, temos que desenhar a cidade de outra forma, dando prioridade ao uso suave de locomoção (pedonal e de de bicicleta) e também fazendo um uso eficiente dos transportes públicos».
Para esta engenheira, «as cidades devem ser uma sala de estar, com espaços amigáveis e de conversação e socialização entre os seus habitantes». E, é isso, que o Plano de Mobilidade poderá ajudar a concretizar.
O Workshop, organizado pela Câmara de Odivelas, incluiu várias sessões de participação distribuídas por temas e configuradas da seguinte forma: Sessão Paralela Mobilidade Suave, Sessão Paralela Educação e Desporto, Sessão Paralela Transportes e Intermodalidade, Sessão Paralela Planeamento, Atividades Económicas e Poder Local, e Sessão Paralela Circulação Viária e Segurança Rodoviária.
O vereador Paulo César deixou ainda uma certeza: «após o diagnostico dos problemas e a apresentação de algumas soluções, vamos levar a debate público o Plano de Mobilidade e Transportes do Concelho de Odivelas. Em principio, durante o mês de Fevereiro, vamos auscultar a população e contamos que todos os odivalenses expressem, claramente, as suas sugestões.»