LISBOA FESTEJA NA RUA OS 45 ANOS DA REVOLUÇÃO DE ABRIL

A inauguração de um memorial aos Presos e Perseguidos Políticos, na estação de metro da Baixa -Chiado, vai ser o ponto alto das comemorações dos 45 anos do 25 de abril, em Lisboa, anunciou hoje o presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

ArsenalAC_ Arquivo Municipal de Lisboa

Lisboa vai celebrar os 45 anos da “revolução dos cravos”, que devolveu a liberdade aos portugueses, com festa e reflexão. Como salientou o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, na presença do coronel Abrigio Ramalho, da Associação 25 de Abril, Lisboa vai celebrar, na rua, o movimento das Forças Armadas que, na madrugada libertadora do dia 25 de abril, devolveu a democracia aos portugueses.

Para Fernando Medina, os ideais e as vivências do 25 de Abril só podem “ser vividas e sentidas na rua” e, por isso, o programa Abril em Lisboa celebra a liberdade na rua. E, para assinalar os 45 anos da revolução dos cravos, a Câmara vai realizar um conjunto de eventos culturais gratuitos, que vão da música, ao teatro, passando por exposições, debates e literatura, tendo como denominador comum os direitos humanos.

Depois dos pianos, que no ano passado permitiram a centenas de pessoas toda a liberdade para tocar, convidamos agora o público a conduzir uma orquestra. Durante cinco dias (19 a 23 de abril), entre as 17h30 e as 19h, serão 12 os músicos alinhados em vários locais da cidade à espera de quem os conduza com total Liberdade para Dirigir.

45 anos, 45 fotos_Alfredo Cunha

No dia 24, Música e Revolução encontram-se na Praça do Comércio num concerto especial de Fausto Bordalo Dias, com Banda & Orquestra, que interpretará canções emblemáticas como Atrás dos Tempos Vêm tempos ou O Barco Vai de Saída, para ouvir, cantar e recordar a partir das 21h30.

Nesse dia, como destaca a edilidade, vai ser inaugurado um novo roteiro, Lugares de Abril, que assinala 9 pontos distribuídos por toda a cidade onde decorreram acontecimentos significativos da ação militar de 1974. Um percurso, numa parceria entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Associação 25 de Abril, com um total de mais de duas dezenas de locais emblemáticos de Lisboa que serão sinalizados até ao 50.º aniversário do 25 de abril.

c_OCUBO

Na véspera do 25 abril, às 21h, a Praça do Comércio será igualmente palco para um espetáculo de vídeo mapping imersivo a 360º dedicado às Memórias de Abril que se repetirá até dia 1 de maio com sessões às 21h, 21h30 e 22h.

Centro de Enfermagem Queijas

Debates e cinema
A terceira edição do Festival Política, no Cinema São Jorge, propõe, durante quatro dias, uma reflexão sobre a Europa e a condição de ser europeu, através de sessões de cinema, debates, workshops e atividades para crianças.

Ainda no Cinema São Jorge voltamos a abrir a sala de visionamento prévio do edifício da Rank Filmes, não para ver, mas para ouvir o documentário sonoro No Escuro e à Escuta. Um trabalho inédito realizado por Sofia Saldanha, a partir de entrevistas atuais e sons de arquivo da RDP, sobre a censura e a propaganda em Portugal durante o Estado Novo.

O dia 25 de abril fica marcado, ainda, com o lançamento de uma exposição de fotografias no espaço público, 45 anos, 45 fotos, da autoria do fotojornalista Alfredo Cunha, e a inauguração de um Memorial aos Presos e Perseguidos Políticos, na Estação de Metro Baixa-Chiado, uma iniciativa proposta por um grupo de cidadãos.

c_José Frade

Museu do Aljube, que também no dia 25 de abril festeja o seu 4.º aniversário, preparou uma programação intensa que convida a conhecer a História e a memória do combate à Ditadura, através da habitual recolha de testemunhos da época, cinema, exposições, música, visitas orientadas e encenadas.

Ao longo do mês, os livros e as bibliotecas ganham especial relevo. Na Estufa Fria, em parceria com a Bienal de Artes Contemporâneas BoCA, apresentamosEcotemporâneos, uma comunidade de leitura em espaços verdes com duas apresentações de livros na companhia da escritora Maria Campilho e do dirigente do SOS Racismo Mamadou Ba. Juntamente com a ILGA Portugal convidamos para um ciclo de conversas sobre Abril e os Direitos LGBTI em cinco bibliotecas da cidade com a participação de convidados de áreas tão diversas como a investigação, literatura, cinema, política e jornalismo.

©josé avelar

Neste Abril em Lisboa, os mais novos não foram esquecidos e, assim, está prevista uma programação especialmente dedicada aos mais novos com sugestões variadas nos Museus de Lisboa e Bordalo Pinheiro e no teatro São Luiz que, a partir de dia 24, será ainda alvo da “Ocupação” do Teatro do Vestido.

 

Quer comentar a notícia que leu?