CÂMARA DE LISBOA DISTRIBUI PRESERVATIVOS EM VÉSPERA DO DIA DOS NAMORADOS

Em véspera do «Dia dos Namorados», que se celebra a 14 de fevereiro, a Câmara de Lisboa e a Direção Geral de Saúde lançaram uma campanha de sensibilização para a utilização do preservativo enquanto meio preventivo de infeções do VIH e da hepatite B.«Seguro é Sexy» é o tema da campanha que assinala amanhã, quarta-feira, o Dia Internacional do Preservativo. A Câmara de Lisboa e a Direção Geral de Saúde instalaram, hoje, 60 suportes com preservativos e materiais informativos da campanha «Parar o VIH (Sida) está nas nossas mãos» em espaços da autarquia, nomeadamente na Loja do Cidadão do Saldanha, espaços de atendimento ao munícipe, bibliotecas municipais e espaços para jovens.

Hoje, o vereador Manuel Grilo e representantes da Direção-Geral da Saúde, participaram, na Loja do Cidadão do Saldanha, em Lisboa, numa ação de sensibilização sobre a Sida, onde foram realizados, testes do VIH, entrega de material informativo e preservativos.

O vereador Manuel Grilo recorda que, nos últimos anos, «existem cerca de mil novos casos de infeções pelo VIH», salientando que «97,2% dos casos ocorrem por via sexual» e, por isso, é necessário sensibilizar para a necessidade de utilização do preservativo enquanto meio preventivo de infeções sexualmente transmissíveis, nomeadamente o VIH e a hepatite B.

Mas, mais do que esta campanha que vai distribuir cerca de 10 mil preservativos, o vereador Manuel Grilo considera, absolutamente necessário, o rastreio precoce da infeção. De facto, segundo adianta, «é necessário alertar as pessoas para a necessidade de realizarem regularmente exames às doenças sexualmente transmissíveis. Quanto mais cedo se detetar o problema mais possibilidades existem de o solucionar».

Apesar do preservativo continuar a ser um meio de fácil acesso e altamente eficaz na prevenção de infeções sexualmente transmissíveis e da gravidez indesejada, Manuel Grilo considera que a deteção precoce do VIH é a «ferramenta» mais importante no combate ao flagelo da Sida. E, perante esta linha de pensamento científico, o autarca, defende que «sempre que o rastreio deteta a doença numa fase inicial é possível controlar o problema, já que a carga viral, com os atuais medicamentos, deixa de ser detetável. Ou seja, deixa de ser transmissível».

Perante a constância preocupante dos novos casos de Sida, o vereador Manuel Grilo salienta a oportunidade do lançamento da campanha «Lisboa sem Sida» em vésperas de comemoração do Dia dos Namorados, altura em que – afiançam os «entendidos» nestas coisas de amor – as pessoas estão mais disponíveis para o sexo.

Acabar com estigmas


Aliás, e de acordo com o autarca lisboeta, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre VIH/SIDA (ONUSIDA) recomenda a distribuição ampla de preservativos, nomeadamente fora das estruturas de saúde, reduzindo as barreiras de acesso, especialmente por parte dos jovens e reforça também a necessidade de «desenvolver estratégias de distribuição que reduzam o estigma e visibilizem o preservativo em espaços públicos».

Em 2018, foram diagnosticados 973 novos casos de infeção por VIH em Portugal, maioritariamente (99,7%) em indivíduos com idade igual ou superior a 15 anos.  Em 97,3% dos casos a transmissão ocorreu por via sexual.

Em 2019, o programa de distribuição gratuita de materiais preventivos e informativos da Direção Geral de Saúde, distribuiu mais de cinco milhões de unidades de preservativos masculinos e femininos por centros de saúde, hospitais, organizações não-governamentais, estabelecimentos de ensino secundário e universitário, estabelecimentos prisionais, entre outras entidades.

Entretanto, o Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) já veio a terreno alertar para «a insuficiente distribuição gratuita de preservativos em Portugal», da responsabilidade da DGS, através do Programa Nacional para a infeção VIH/SIDA.

«Não obstante os esforços feitos, esta distribuição não responde às necessidades identificadas, em termos de quantidade e de locais de distribuição», afirma o GAT em comunicado.

Pelo sétimo ano consecutivo, o GAT mantém o compromisso em colaborar nesta data e «chamar a atenção para a importância que esta ferramenta de prevenção ainda tem nos dias de hoje na prevenção do VIH e de outras infeções sexualmente transmissíveis, diz o diretor-executivo desta organização não-governamental, Ricardo Fernandes.

No âmbito do «Dia do Preservativo» vão ser dinamizadas várias atividades por organizações parceiras de «Lisboa Sem Sida», como a Associação Abraço, os Médicos do Mundo, a Fundação Portuguesa «A Comunidade Contra a SIDA» e o Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT).

Esta ações inserem-se na iniciativa «Lisboa Cidade sem Sida», da Câmara Municipal de Lisboa, em parceria com a Direção-Geral da Saúde – através dos Programas Nacionais Prioritários de Saúde nas áreas da infeção por VIH e SIDA e das Hepatites Virais, da Divisão de Saúde Sexual, Reprodutiva, Infantil e Juvenil, e da Divisão de Literacia, Saúde e Bem-Estar-, e com o GAT).