CASCAIS RECEBEU OS PRIMEIROS 229 REFUGIADOS UCRANIANOS

Aterrou ao principio da noite de ontem no aeroporto de Lisboa, um avião da TAP com 229 refugiados ucranianos, acompanhados por 10 elementos da Câmara de Cascais e 2 jornalistas, num total de 241 passageiros, que se dirigiram, de imediato, para o Centro de Acolhimento de Emergência montado pela Câmara Municipal de Cascais

Resgatados por Cascais em várias cidades da Roménia e acolhidos em Lisboa pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz, os refugiados fogem da guerra da Ucrânia e foram previamente reunidos em dois centros de acolhimento ainda em solo romeno. Alguns (76) fizeram 10 horas de autocarro até Sinaia, onde se juntaram aos restantes 176 deslocados, provenientes de várias zonas fronteiriças, informou a autarquia cascalense, salientando que esta ação só foi possível graças «à cortesia da TAP» e que o «combustível foi assegurado pela Galp», tendo os refugiados viajado a bordo do Airbus A321neo 251NX “PORTUGAL”.

Desta forma, chegou ao fim a missão de resgate liderada pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz, abrindo-se agora uma nova etapa no processo de acolhimento das famílias deslocadas, «na qual toda a comunidade cascalense tem, mais uma vez, um papel fundamental», afirma a autarquia.

«Esta missão foi uma gota na atual crise humanitária que estamos a enfrentar devido à invasão de Ucrânia. Mas quando falamos de pessoas, esta gota de esperança é vital. Como sempre, Cascais respondeu de imediato, de forma cirúrgica e com uma missão que agora, ao aterrar, está apenas a começar», sublinhou Miguel Pinto Luz.

Já em segurança, a integração implica um esforço adicional da autarquia e da comunidade local, adianta o autarca, salientando que «é preciso dar dignidade, meios de subsistência e qualidade de vida a estas famílias, enquanto a guerra durar. E rezar para que, em breve, se possam juntar a quem deixaram, independentemente do país em que o escolham fazer».

O vice-presidente da Câmara de Cascais, em declarações aos jornalistas, deixou em aberto a possibilidade de haver novas ações de resgate. «A alegria de ter trazido estas pessoas, compensa a dureza do que vimos in loco que falta fazer. Esta missão SOS Ucrânia está apenas a começar, ganhamos experiência, contatamos com a realidade, identificamos muitas mais pessoas. Queremos continuar a ajudar», defendeu Miguel Pinto Luz.

Esta vaga de refugiados ucranianos é, sobretudo, constituído por mulheres e crianças (15 bebés até 2 anos e mais 15 dos dois aos quatro), após aterrarem no aeroporto de Lisboa seguiram para Cascais, onde foram provisoriamente alojados no Centro de Acolhimento de Cascais criado no C3, primeiro ponto de contacto com o município, onde além do conforto e bens de primeira necessidade, muitos dos quais doados por cidadãos, entidades e empresas, foram atendidos no Balcão Único de Atendimento ao Refugiado que presta serviços de apoio jurídico, saúde, ação social, mobilidade e educação.

Em poucos dias, alguns seguirão para a casa de amigos e familiares. Os restantes, a maioria, serão realojados nos espaços criados pelo município em parceria com o CRID e a Santa Casa da Misericórdia de Cascais com capacidade para 200 pessoas (podendo aumentar se necessário), ou ainda nas casas de cidadãos de Cascais, «tal é a onda de solidariedade da comunidade», afiança a autarquia.

Neste processo de acolhimento, Cascais conta com a preciosa ajuda de 100 voluntários na triagem e apoio humanitário e ainda de 40 intérpretes (inglês e ucraniano).

São vários os serviços prestados no Centro de Acolhimento de Emergência (primeiro contacto), que vão desde um Balcão de Atendimento Único (serviços de saúde, ação social, jurídico, educação), passando pelas equipas de intervenção multidisciplinar (primeiros socorros psicológicos), Centro de Testagem e Balcão Cascais Próxima (Viver Cascais), até ao Provedor do Refugiado, Posto de Teleconsultas, Wireless livre para comunicação com a família, Plataforma emprego formação educação e Espaço de Saúde (médico, enfermagem e psicologia)

Este centro de acolhimento está ainda equipado com um Supermercado Social, Espaço lúdico para crianças, sala de convívio, sala de isolamento, espaços de oração, cozinha e refeitório e box para animais de companhia e aconselhamento veterinário

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