CENTROS COMERCIAIS, ATL E GINÁSIOS REABREM, MAS BARES E DISCOTECAS MANTÊM-SE FECHADOS

    Os centros comerciais e alguns ATLs reabrem amanhã. Os lojistas destes espaços garantem que têm todas as condições de segurança. Menos sorte têm os proprietários de espaços noturnos. Bares e discotecas continuam fechados.

    A Direção-Geral da Saúde (DGS) espera que a reabertura de centros comerciais na região de Lisboa se realize «de forma ordeira», a partir de segunda-feira, considerando que haverá «ainda mais cuidados dado o foco de contágios, registados na Área Metropolitana de Lisboa».

    Hoje, no decorrer da habitual conferência de imprensa, a diretora geral de Saúde, Graça Freitas, referiu que nos «centros comerciais que já reabriram noutros locais do país não se registaram qualquer tipo de distúrbios nem de ajuntamentos anormais, nem de comportamento não cívico por parte das pessoas. Portanto, nada faz esperar que a abertura destes centros comerciais em Lisboa não se verifique da mesma forma ordeira».

    De acordo com a responsável, «não se perspetiva que o comportamento da população em Lisboa seja diferente, antes pelo contrário, é uma população que terá ainda mais cuidados porque sabe que a atividade do vírus em Lisboa é superior à do resto do país».

    Já em relação à reabertura dos Ateliers de Tempos Livres (ATL), Graça Freitas adianta que a reabertura se processará em duas datas diferentes, com alguns a reabrirem amanhã, segunda-feira, e os ligados às escolas a 26 de junho.

    «Houve necessidade de uma adaptação em função da situação epidemiológica. Abrirão a partir de 15 de junho os que não estão integrados em estabelecimentos escolares e a partir de 26 de junho os que estiverem relacionados com as escolas», disse Graça Freitas.

    A abertura de ATL esteve agendada para 1 de junho, mas foi adiada, tendo o Governo justificado que as novas datas se prenderiam com a necessidade de preparar a organização dos espaços onde se desenvolvem estas atividades.


    Centros comerciais investiram em segurança

    Entretanto, a Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) garante que os centros comerciais «investiram para adaptar os seus espaços e formar as suas equipas de modo a continuar a garantir a visitantes, lojistas e colaboradores das lojas, todas as condições de segurança sanitária, cumprindo não apenas as regras estabelecidas pelo executivo e as recomendações da Direcção-Geral da Saúde, mas também as melhores práticas desta indústria a nível global».

    De acordo com António Sampaio de Mattos, presidente da APCC, a reabertura dos centros comerciais no resto do país, ocorrida no dia 1 de junho, demonstrou que os centros estão perfeitamente preparados para funcionar segundo as regras determinadas pelo Governo e pela Direcção-Geral da Saúde.

    O impacto do encerramento de mais de dois meses e os custos fixos a suportar (trabalhadores, rendas e outros) têm levado muitos lojistas de centros comerciais e de rua a pedir medidas de apoio, de forma a garantir a sua sobrevivência, como alerta a Associação de Marcas de Retalho e Restauração.

    Cinemas, teatros e touradas regressam

    Por outro lado, a partir de segunda-feira, vão reabrir também as salas de espetáculos, cinemas e auditórios, com todas as filas a puderem ser ocupadas, mas onde terá que existir um lugar de intervalo entre os espetadores, que serão obrigados a usar máscara.

    A realização de eventos culturais ao ar livre, designadamente touradas e espetáculos, também é permitida, em que o uso de máscara não será obrigatório, mas terão que existir lugares assinalados.

    Na área do desporto, os ginásios e academias podem reabrir, a partir, desde que implementem  medidas contra a covid-19, nomeadamente o distanciamento de três metros entre utilizadores, a indicação de que apenas podem ser usados os cacifos e sanitários e o uso de máscara por todos os funcionários e clientes, com exceção dos períodos em que estão a dar aulas ou a treinar, respetivamente.

    Já as piscinas cobertas e descobertas e as infraestruturas para a prática de modalidades desportivas individuais e sem contacto físico integram os espaços desportivos que podem reabrir nesta terceira fase de desconfinamento, segundo as medidas anunciadas pelo Governo, em que é permitida a prática desportiva ao «universo federado».

    Eliminado teletrabalho e voltam as Lojas de Cidadão

    Quanto às regras de trabalho, é eliminada a obrigatoriedade do teletrabalho, exceto para os trabalhadores que apresentem um certificado médico que ateste que estão abrangidos pelo regime excecional de proteção de imunodeprimidos e doentes crónicos, trabalhadores com grau de incapacidade igual ou superior a 60%, trabalhadores com filhos ou outros dependentes a cargo menores de 12 anos ou com deficiência ou doença crónica ou quando os espaços físicos e a organização do trabalho não permitam o cumprimento seguro das orientações da DGS e da Autoridade para as Condições do Trabalho.

    Neste âmbito, o Governo sugere que se opte por «um desconfinamento parcial», através de turnos diários ou turnos semanais, com equipas em “espelho”, “para poderem ser treinadas metodologias de trabalho» que terão de continuar a ser adotadas devido à pandemia.

    No funcionamento dos serviços públicos, as Lojas do Cidadão vão reabrir, exceto na AML, e mantém-se a prestação dos serviços através dos meios digitais e dos centros de contacto com os cidadãos e as empresas, com o atendimento presencial a continuar a ser feito por marcação, em que é obrigatório o uso de máscara.

    Celebrações religiosas

    Relativamente aos momentos de culto religioso, passa a ser permitida a realização de celebrações com aglomerações de 20 pessoas, devendo a DGS determinar as orientações, nomeadamente a lotação das cerimónias religiosas e dos eventos de natureza familiar, incluindo casamentos e batizados, quer quanto às cerimónias civis ou religiosas, quer quanto a outros eventos comemorativos.

    Espaços de diversão noturna continuam encerrados

    Apesar de reabrir a maioria dos sectores comerciais, o Governo decidiu manter os bares e discotecas fechados. Os proprietários desses espaços já vieram «a terreiro» afirmar que não é mantendo o encerramento que se impedem os ajuntamentos, lembrando que isso só desvia as pessoas para sítios não controlados, como se tem visto nos últimos tempos pela quantidade de festas ilegais, de aglomerações em postos de combustíveis ou de convívios em casas particulares que juntam mais de 20 pessoas.

     

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