CERCA DE 300 OCORRÊNCIAS RELACIONADAS COM O MAU TEMPO EM LISBOA

Esta quinta-feira, dia 30 de novembro, registaram-se cerca de 300 ocorrências em toda a cidade de Lisboa, sendo a grande maioria relacionadas com inundações. Os dados foram revelados pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, durante a tarde desta quinta, no Centro de Coordenação Operacional Municipal, em Monsanto.

De acordo com o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, a Proteção Civil Municipal conseguiu “atuar muito rapidamente” aos efeitos causados pelas condições metrológicas adversas, graças aos “cinco sensores instalados em zonas mais críticas”. Desta forma, explicou o edil aos jornalistas, durante uma conferência de imprensa que aconteceu na tarde desta quinta-feira, 30 de novembro, no Centro de Coordenação Operacional Municipal, em Monsanto, foi possível fechar, de imediato, o túnel da João XXI e o túnel da Avenida de Berlim.

Por volta das 17h00, estavam encerradas a Estrada da Pimenteira e a Estrada de Chelas, estando ainda ativas 111 ocorrências, disse Moedas, referindo que houve ainda “alguns carros que ficaram quase submersas na 2ª Circular”. As freguesias mais afetadas foram Benfica (22 ocorrências), Lumiar (17), Alvalade (16), Santa Maria Maior (16) e São Domingos de Benfica (12), e não houve registo de vítimas.

Aos jornalistas, o autarca sublinhou ainda a “capacidade da cidade estar preparada para reagir antes do acontecimento”. “Estamos a conseguir estar preparados antes do tempo na resolução destes problemas, e o caso dos sensores é um caso muito interessante, porque provaram hoje que foram muito importantes no túnel da João XXI”, reforçou o autarca, lembrando que estes sistemas foram determinantes para fechar esta infraestrutura atempadamente.

“Estes sensores são um tubinho que, quando a água sobe, toca imediatamente”, explicou Moedas. Desta forma, acontecimentos como os de dezembro de 2022, “em que ficámos com túneis cheios de água”, não se vão voltar a repetir.

CML reativou Centro de Coordenação Operacional

“É um avanço que temos aqui. O que gostaria de dizer aos lisboetas é que estamos a trabalhar e este Centro de Coordenação continua a funcionar”, vincou. Recorde-se que, face às previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que emitiu aviso Laranja devido ao mau tempo, a CML reativou o Centro de Coordenação Operacional Municipal, em Monsanto.

No local, estiveram reunidos o Regimento de Sapadores Bombeiros, bombeiros voluntários e autoridades policiais. “Aqui, conseguimos ter um trabalho que não tínhamos antes, que é um trabalho de coordenação entre as várias forças”, sustentou o presidente da CML, destacando ainda o contacto permanente com todos os presidentes das 24 juntas da cidade.

Túneis de drenagem vão resolver o problema

Por outro lado, Carlos Moedas ressalvou que Lisboa “só estará preparada quando tivermos os túneis de drenagem”. A sua escavação, frisou, “começou exatamente esta semana”. O autarca lembrou ainda que vão existir dois túneis, um entre Monsanto e Santa Apolónia, e outro entre o Beato e Chelas. Ambos, garantiu, vão resolver os problemas de inundações em vários pontos da cidade. “Estes túneis vão evitar estas cheias na parte baixa da cidade e em toda a parte que está a descer, como é por exemplo a Avenida da Liberdade”, reforçou.


Contudo, Carlos Moedas não quis avançar com uma data exacta para a conclusão dos dois túneis, adiantando que, “assim que começámos o [primeiro] túnel, tivemos um achado arqueológico que fez parar a obra durante um mês”. Deste modo, o autarca alerta que poderão existir mais achados arqueológicos que poderão atrasar a obra, mas espera que a conclusão destes dois túneis seja no final de 2025. “A boa notícia é que o túnel já está a ser escavado e não vai andar para trás”, referiu o presidente da CML.

Colaboração estreita com as Juntas de Freguesia

“Vai ficar feito e é uma obra que fica para sempre”, reforçou, lembrando que esta “é a maior obra alguma vez feita em Lisboa”. Moedas disse ainda que tem havido um trabalho conjunto com a EMEL, Polícia Municipal e juntas de freguesia, no sentido de garantir “uma limpeza constante” das ruas. “Temos uma colaboração muito grande com todos os presidentes de junta da nossa cidade no sentido de tratar desses problemas, e nós próprios transferimos dinheiro todos os meses para que esses problemas de limpeza sejam resolvidos”, acrescentou o edil.

Por fim, Moedas lembrou ainda que a sua intenção em aumentar a taxa turística aplicada em Lisboa tem como objetivo contribuir para os gastos com a limpeza da cidade. Entre as 15h e as 16h, registaram-se valores de precipitação máximos de 14,5 mm/h.

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