A Câmara Municipal de Lisboa (CML) apresentou esta segunda-feira, dia 3 de outubro, o seu Plano Geral de Drenagem, nos Paços do Concelho. Para já, vão ser construídos dois túneis, que têm o objetivo de recolher a água proveniente da chuva e devolvê-la ao Rio Tejo, evitando a ocorrência de cheias e inundações na cidade.
Na abertura desta sessão solene, António Carmona Rodrigues, antigo autarca da Câmara Municipal de Lisboa, e um dos responsáveis pela criação do Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL), ressalvou a importância deste projeto, dizendo que “esta obra vai contribuir para uma cidade mais sustentável e competitiva”.
“Houve umas pequenas cheias, em 2002, localizadas ali no Museu do Traje e o coletor que vinha pela estrada do Lumiar estava parcialmente colmatado e tinha sido feito numa altura em que não havia urbanização nenhuma e, portanto, aquilo inundava com muita frequência”, recordou Carmona Rodrigues, que na altura era responsável pelos pelouros do Urbanismo e Saneamento, salientando que foi este tipo de acontecimentos que levou à necessidade de se construir um plano de drenagem em Lisboa.
Para já, está prevista a construção de dois túneis de captação de água, um entre Monsanto e Santa Apolónia, e outro entre Chelas e o Beato. Ambos têm 5,5 metros de diâmetro interno e serão construídos muito abaixo das edificações e infraestruturas da cidade, a cerca de 70 metros de profundidade. A obra ficará a cargo do consórcio Mota-Engil e Spie Batignolle.
Estes dois túneis, que deverão estar concluídos em 2025, vão captar a água proveniente da chuva em Monsanto e Chelas, assim como noutros pontos de captação, entre os quais a Avenida da Liberdade, a Rua de Santa Marta e a Avenida Almirante Reis. Estas infraestruturas vão ajudar a conduzir a água recolhida até ao Rio Tejo.
Por sua vez, a água captada nestas infraestruturas será reciclada para a lavagem de pavimentos, regas e incêndios. Desta forma, o PGDL prevê também a construção de depósitos de água, os quais serão colocados nas bacias antipoluição, e que vão servir para abastecer os marcos de água reciclada que serão instalados na cidade (de cor roxa, de forma a distinguir dos atuais hidrantes de cor vermelha).



Nota de redação: Artigo atualizado pelas 22 h: 25 m