COMERCIANTES QUEREM BAIRRO ALTO PEDONAL

Apenas 40 dos 570 estabelecimentos comerciais do Bairro Alto, em Lisboa, estiveram presentes na reunião da Associação de Comerciantes para discutirem o futuro deste típico bairro, onde agora faltam os clientes a consumirem e a passear pelas ruas e vielas.

Conhecida como uma das zonas da noite de Lisboa, as ruas do Bairro Alto estão agora desertas. Faltam os turistas e os portugueses que, de copo na mão, alegravam as ruas e enchiam as esplanadas, os restaurantes, os bares, as casas de fado e algumas discotecas.

Hoje, nem moradores há pela zona, já que muitos foram «despejados» pelo alojamento local. Agora, o Bairro está a discutir a forma como pode sair «da catástrofe pandémica» que lhe colocou «a corda na garganta».

Perante o «cenário dramático de muitos empresários de restauração», a Associação de Comerciantes do Bairro Alto, presidida por Hilário Castro, decidiu convocar uma reunião para debater o futuro deste típico bairro lisboeta. Mas, só um terço dos 570 comerciantes registados no Bairro, cerca de 40, responderam à convocatória da Associação para falar «sobre o que se pretende para o Bairro Alto».

Na reunião, em que esteve presente a presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira, foi pedido o fecho de várias ruas para receberem esplanadas. Aliás, na perspectiva da Associação de Comerciantes, toda a zona interior compreendida entre a Rua da Misericórdia e a Rua da Rosa devia transformar-se num grande espaço pedonal, onde pudessem «nascer esplanadas».

Frisando que o Bairro Alto tem uma grande «diversidade comercial porque partilha o comércio diurno e a noite é feita pelos bares e restaurante», o presidente da associação diz que os restaurantes que já abriram portas estão «ligeiramente melhores porque já estão a trabalhar, mas não há público ou clientes, o que afeta todos.» Contudo, quanto ao setor dos bares e das discotecas a «incerteza é grande», não havendo informação «que permita ter esperança e gerir expectativas». Aliás, alguns proprietários de bares fizeram questão de frisar as dificuldades porque estão a passar, relembrando que «o dinheiro é finito».

Mas, para defender algumas dificuldades com que os comerciantes se deparam, Hilário Castro defende a necessidade de revitalização do Bairro, o que implica «uma mudança profunda» e, por isso, as esplanadas são uma opção, sugerindo que todos os estabelecimentos da zona pudessem ser contemplados e, se o bairro fosse efetivamente pedonal, estaria garantido o distanciamento social «e todos conseguiam viver com os seus negócios».

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«Este bairro é único, mas tem esta questão de ser um bairro pedonal, mas que de pedonal tem pouco. Era importante a revitalização do bairro, temos essa necessidade para termos esplanadas. Com esplanadas evitam-se aglomerados», defende Hilário Castro.

Carla Madeira, presidente da Junta de Freguesia, deixou bem claro que «o Bairro Alto é aquilo que moradores e comerciantes quiserem». Contudo, como referiu, por várias vezes, «a Junta de Freguesia está disponível, para em conjunto com comerciantes e moradores, propor uma reabilitação profunda do Bairro», até porque existem problemas graves de infraestruturas.

Para os comerciantes, a situação não se pode manter como está. » Fechamos os nossos espaços antes de o Governo nos mandar encerrar, encerrámos por uma questão de saúde pública. Desde aí nada sabemos, tivemos algumas promessas, nomeadamente do secretário de Estado da Economia que íamos ser discriminados pela positiva, mas nada saiu ainda do Conselho de Ministros», afirmam.

E, por isso, agora estão disponíveis para aceitarem o projeto pedonal apresentado pela Associação de Comerciantes, porque se o bairro fosse efetivamente pedonal, estaria garantido o distanciamento social «e todos conseguiam viver com os seus negócios».

Nota de redação: Tema em desenvolvimento.

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