CONCELHOS LIMÍTROFES DE LISBOA RECEBERAM “DESFILE DE NACIONALIDADES” DURANTE A JMJ

Portugal recebeu, pela primeira vez, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que passou por Lisboa entre os dias 1 a 6 de agosto. Nesta semana, a capital portuguesa recebeu cerca de 1,5 milhões de peregrinos, de diversas nacionalidades, que ficaram alojados não apenas em Lisboa, mas também por vários concelhos limítrofes, tais como Odivelas, Amadora, Cascais, Almada, Loures e Oeiras. No seu conjunto, estes sete municípios acolheram mais de 100 mil peregrinos, que dormiram em famílias de acolhimento, mas ainda em espaços públicos e privados.

Desta forma, o concelho de Odivelas recebeu, durante a semana da JMJ, cerca de oito mil peregrinos, oriundos de 45 nacionalidades, tais como Zâmbia, Canadá, Nepal, Senegal, EUA, Kuwait, Indonésia, Portugal, Reino Unido ou Filipinas. Ao mesmo tempo, também estiveram alojados em Odivelas jovens de países como Austrália, Bangladesh, Finlândia, Uganda, Catar, Espanha, Myanmar, e Barém. Também estiveram representados países como a Tanzânia, África do Sul, Croácia, Santa Lúcia, Butão, Índia, Namíbia, França, Bélgica, Irlanda, e Itália.

Por fim, a estes juntam-se jovens de países como Canadá, Alemanha, Polónia, Argentina, Paquistão, Croácia, México, Uruguai, Gabão, Lituânia, Áustria, Nova Zelândia, Arábia Saudita, e Suíça. De acordo com o vereador com o pelouro da Juventude da Câmara Municipal de Odivelas (CMO), Francisco Baptista, “esta foi uma experiência para a qual ninguém estava preparado, uma vez que foi referenciado como o maior evento de sempre em Portugal. Desde a primeira hora, o município de Odivelas participou na coorganização, em parceria com as paróquias do concelho, na recepção e distribuição dos peregrinos pelos diversos equipamentos municipais”.

Odivelas acolheu peregrinos em 21 espaços do concelho

Deste modo, acrescenta que foram disponibilizados 21 espaços em todo o concelho, aos quais se juntaram outros equipamentos, “como os das paróquias, das juntas de freguesia, dos Bombeiros, do ISCE – Instituto Superior de Lisboa e Vale do Tejo e da Comissão de Reformados e Pensionistas Idosos da Póvoa de Santo Adrião”, sublinha o autarca. Por outro lado, refere ainda que a CMO “criou uma equipa multidisciplinar, com horários alargados, para um devido acompanhamento aos peregrinos, aos equipamentos, e para dar respostas prontas e eficazes a situações imprevistas”.

Segundo o vereador, um dos pontos positivos da JMJ foi “o aumento exponencial de trabalho na área das atividades económicas do concelho”, nomeadamente dos “restaurantes, supermercados, mercearias e cafés/pastelarias”. Por fim, Francisco Baptista deixa também uma palavra de agradecimento “a todos os voluntários, às paróquias, e a todos os funcionários que deram o melhor de si”.

Amadora recebeu 13 mil peregrinos

Por outro lado, no concelho da Amadora estiveram alojados cerca de 13 mil peregrinos, em diversos locais da cidade. Deste modo, a Câmara Municipal da Amadora (CMA) faz um balanço “muito positivo” do evento, onde se viveram “momentos muito bonitos de partilha e entreajuda na comunidade”. Ao mesmo tempo, a edilidade ressalva também o aumento das “vendas no comércio tradicional, principalmente de restauração e bens alimentares”.

Por sua vez, a JMJ também permitiu testar o dispositivo operacional de proteção civil, composto por diversas entidades de socorro. Para a presidente da CMA, Carla Tavares, a JMJ “foi momento fantástico e único de comunhão, respeito, partilha e união”, sobretudo, “numa cidade com as características como a nossa, em que a multiculturalidade é o nosso bem mais precioso”.

Para além dos encontros ‘Rise Up’, a CMA recebeu ainda as comemorações do Dia Afonsiano. Este evento decorreu no Jardim dos Aromas, e juntou centenas de jovens da comunidade redentorista.


Cascais contou com 60 mil peregrinos

Já no concelho de Cascais, um dos locais de paragem do Papa Francisco, ficaram alojados 60 mil peregrinos. Deste valor, cerca de 40 mil, grande parte espanhóis, ficaram a pernoitar em diversos equipamentos públicos municipais. Para além dos encontros Rise Up, a autarquia destaca também o Festival da Juventude JMJ Cascais e que contou com uma grande afluência. Para Carlos Carreiras, autarca cascalense, “a Jornada foi uma grande lufada de esperança”

“Fez-nos acreditar que há futuro e que a humanidade continua a ter os seus valores e princípios bem presentes e vigorosos que levará os jovens a afirmar-se como essenciais nesse grande movimento que o Mundo tanto precisa de re-humanização”. Ao mesmo tempo, o edil lembra que Cascais se juntou à realização do evento desde 2019, tendo sido “uma organização que nos orgulha enquanto portugueses”. Carlos Carreiras ressalva ainda que, tanto em Lisboa como em Cascais, a JMJ obrigou à existência de uma logística “muito forte”, uma vez que era um evento de grandes dimensões.

Almada faz balanço “muito positivo do evento”

Por fim, no concelho de Almada, pernoitaram cerca de 11 100 peregrinos, em diversos espaços municipais e famílias de acolhimento. Em paralelo, e para além dos Encontros Rise Up, a autarquia almadense promoveu ainda o Parque da Paz, onde foi possível assistir às missas oficiais, através de ecrãs gigantes instalados no local.

De acordo com a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, o balanço do evento “muito positivo”. A autarca salienta ainda o grande apoio dos “serviços da CMA, Proteção Civil, PSP e GNR, Bombeiros, paróquias e voluntários”. Neste sentido, reforça que estes operacionais “deram uma resposta efetiva e adequada, recebendo de forma hospitaleira os que por Almada passaram”. Por fim, agradece ainda “aos almadenses pelo seu empenho e dedicação em dar a melhor imagem do município”.

Visita do Papa a Cascais “ficou para a história” do concelho

“Todos os departamentos, divisões e entidades municipais estiveram envolvidos de forma direta ou indireta na organização deste evento”, destaca ainda o presidente da CMC. No mesmo sentido, Carreiras recorda ainda a “grande alegria e emoção” por ter recebido o Papa Francisco no seu concelho, a propósito da visita à Scholas Ocurrentes, organização que nasceu em Buenos Aires, em 2001, pelas mãos do Papa Francisco. Aqui, lembrou ainda o autarca, o Santo Padre referiu que “é preciso sujar as mãos para não sujar o coração”, antes de dar a última pincelada o mural “Vidas entre Mundos”.

Este é o maior mural de arte do mundo, e tem 3,5 quilómetros, sendo o resultado de semanas de trabalho da comunidade cascalense. Ao mesmo tempo, o presidente desta autarquia reforça que a criação da estrutura contou com “o envolvimento de todos e serviu para receber a Sua Santidade, o Papa Francisco”. Na sua visão, foi um dia “que entrou para a história de Cascais”. Por fim, Carlos Carreiras expressou o seu desejo em que as palavras do líder da Igreja Católica “nos transformem e nos mudem”.

Para o autarca, a passagem do Papa por Cascais, irá “ficar para a história do concelho”.

Encontros ‘Rise Up’

No entanto, as quatro autarquias ouvidas pelo Olhares de Lisboa destacaram também o sucesso dos encontros ‘Rise Up’, nos dias 2, 3 e 4 de agosto. Esta iniciativa foi um dos pontos altos da programação promovida pelas paróquias de cada concelho. Em Odivelas, estes aconteceram em diversos locais ao ar livre e igrejas, nas quatro freguesias do concelho e junto dos diversos espaços de acolhimento dos peregrinos.

Já na Amadora, os encontros aconteceram no Complexo Desportivo Municipal Monte da Galega, contando com a presença de milhares de peregrinos. Por fim, em Almada, decorreram no Parque da Paz. Os encontros ‘Rise Up’ são um novo modelo de catequeses da JMJ e pretende levar os jovens a refletir sobre grandes temas lançados no pontificado do Papa Francisco, como a ecologia integral, a amizade social e a misericórdia.

JMJ trouxe mais de 1,5 milhões de peregrinos a Lisboa

A JMJ decorreu entre os dias 1 e 6 de agosto, trazendo à capital portuguesa cerca de 1,5 milhões de jovens. No entanto, o evento passou ainda pelos concelhos de Loures e Oeiras.

N.R: artigo atualizado dia 12/8/2023 às 14h27

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