Chefes de Estado, chefes de Governo, ministros e altos representantes de mais de 140 países reúnem-se em Lisboa, no Altice Arena, na II Conferência dos Oceanos das Nações Unidas. O Presidente da República de Angola, João Lourenço, já se encontra em Lisboa para participar na Cimeira dos Oceanos vai abordar a saúde dos mares numa perspetiva global. Assim, a partir de hoje, 27 de junho e até 1 de julho, Lisboa acolhe a 2.ª Conferência Internacional dos Oceanos, numa iniciativa denominada “One Sustainable Ocean”.
Save Our Ocean, Protect Our Future é o mote da conferência que pretende ser uma chamada à ação pelos oceanos, um apelo aos líderes de todo o mundo e a todos os setores de relevo a agirem para reverter o declínio da saúde dos oceanos. Comunidades, empresários, governantes, cidadãos, todos podem comprometer-se, ambicionar mais e mobilizar parcerias e investimento para abordagens científicas inovadoras que contribuam para a diminuição da poluição marítima e para o consumo responsável dos recursos oceânicos.
É para discutir os oceanos que mais de 7 mil pessoas, provenientes de mais de 140 países, de entre os participantes estão especialistas mundiais e cerca de uma centena de delegações que representam os países a nível político, se vão reunir nesta II Conferência dos Oceanos das Nações Unidas. Aliás, e demonstrando a importância deste evento, o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, que se encontra deste ontem na capital portuguesa, Lisboa, para uma missão de alguns dias, irá participar na segunda Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos.
Para além da Conferência, que decorre de 27 de junho a 1 de julho, vão realizar-se cerca de três centenas de «eventos satélite» que permitirão consolidar especificidades do tema e dar uma vasta abrangência à cimeira. De entre as diversas abordagens a promoção da importância do Mar na resposta à crise climática, dado que a «transição verde não é possível sem uma intervenção azul» que assente na Ciência e na Tecnologia. Paralelamente, à Cimeira diversas iniciativas permitirão fomentar múltiplas parcerias para uma “Economia Azul”, “Sustentável” e “Inclusiva”, assente no “Capital Natural Azul”.
Para o Ministério dos Negócios Estrangeiros «a ambição de Portugal é que esta conferência de Lisboa seja marcante para uma agenda global para os oceanos e se consolide o nexo Oceanos-Clima, conferindo-lhe mais profundidade e alcance».
Na procura de soluções e de aproximação de estratégias para a “Economia Azul” estão previstos durante a semana centenas de encontros bilaterais entre os líderes políticos presentes o que tornará Lisboa num dos maiores palcos multilaterais do ano.
No decurso dos cinco dias da Cimeira dos Oceanos decorrem, igualmente, duas visitas de Estado a Portugal, a do Presidente da República do Quénia, país coanfitrião da Cimeira dos Oceanos e a do Presidente da República da Nigéria. A representação de Portugal na Conferência dos Oceanos das Nações Unidas é assegurada pelo Presidente da República, Primeiro-Ministro, Ministro dos Negócios Estrangeiros e pelo Ministro da Economia e do Mar. A representação é ainda assegurada pelos Secretários de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, da Internacionalização e do Mar que vão acompanhar os trabalhos.
Portugal, como faz questão de salientar o Governo português, tem uma linha de costa com mais de 2.800 Km entre o continente e as ilhas, bem como a terceira maior Zona Económica Exclusiva da União Europeia: o mar português é cerca de 18 vezes maior do que a área terrestre nacional. Os Parques Naturais portugueses com componente oceânica são reconhecidos em todo o mundo. São destinos certificados e onde a preservação está já em primeiro lugar.
Por isso, para Portugal, o mar é uma fonte de fruição e de descoberta, sendo que atualmente há toda uma oferta estruturada de atividades de lazer que permitem usufruir, de forma sustentável e rentável, do mar e da costa ao longo de todo o ano. São disso exemplo as 352 praias galardoadas com a Bandeira Azul da Europa – sendo 214 destas consideradas Praias Acessíveis – onde, para além da prática de inúmeras atividades náuticas e desportivas, o surf ganha lugar de destaque.
O programa desta iniciativa, que terá lugar em diversos espaços da cidade, é extenso e inclui mais de 70 conferências e workshops, 12 exposições, 10 sessões de cinema, instalação de peças de arte procurando atrair um público diversificado, do meio empresarial, científico e académico, das ONGs, e também da população em geral. Os principais eventos terão lugar no Museu de Marinha (exposição “Oceano”), no Rossio (exposição “Ocean Decade Exhibition”), no Pavilhão do Conhecimento (Ocean Literacy Week – sessões de cinema, workshops, exposições) e sob a Pala do Pavilhão de Portugal – (“Ocean Science and Bussiness2Sea” – exposições, conferências e workshops, encontros de negócios, eventos sociais).
Todos estes eventos paralelos à Conferência Internacional pretendem afirmar Portugal e Lisboa como uma cidade de Mar, onde a defesa e a preservação dos ecossistemas dos oceanos e mares são uma prioridade e a investigação e a inovação potenciam o crescimento da economia azul. Sublinhando a importância desta iniciativa aberta à cidade, o vereador da Cultura e Economia e Inovação da Câmara de Lisboa, Diogo Moura, considera que o Mar é um «setor estratégico para a cidade do futuro», sendo «nossa responsabilidade promover uma literacia azul para que possamos viver novamente o oceano de modo sustentável e inovador», pois «a sustentabilidade do planeta depende da saúde do mar».
O Município de Lisboa é coorganizador desta iniciativa, juntamente com instituições como o Fórum Oceano – Associação da Economia do Mar, a Universidade de Lisboa, o Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva, a Junta de Freguesia do Parque das Nações, a Fundação para a Ciência e Tecnologia, a Intergovernmental Oceanographic Commission da UNESCO e o Comité Português para a COI, contando ainda com a colaboração de numerosos outros parceiros.
A globalidade da iniciativa é patrocinada pelo Pingo Doce, através do seu programa “Amar o Mar”, decorrente das Políticas Ambiental e de Compras Sustentáveis da empresa, posto que, conforme destaca Filipa «Pimentel, diretora de Desenvolvimento Sustentável e Impacto Local do Pingo Doce, «existe um alinhamento inequívoco dos objetivos do One Sustainable Ocean com a missão e valores do programa Amar o Mar».