«Quando eu não puder pisar mais na avenida/ Quando as minhas pernas não puderem aguentar/ Levar meu corpo, junto com meu samba». Esta é a canção/lema do Grupo Recreativo Escola de Samba Parcela 6 (GRESP6), do Catujal, Unhos, que, no dia 26 de fevereiro, vai «desfilar», em cima de um «Trio elétrico», pelas ruas de Camarate, Unhos e Apelação, num evento organizado e financiado pela União de Freguesias.
Com «roupa reduzida», face chuva ou faça sol, as localidades de Camarate, Unhos e Apelação vão sambar, com os 40 figurantes do Grupo Recreativo Escola de Samba Parcela 6 (bailarinas, pandeiros, porta-bandeira e mestre de sala), ao som de «Não deixe o samba morrer/Não deixe o samba acabar». E, como diz a canção, estes sambistas não vão deixar morrer «a folia», porque a freguesia «foi feita de samba» e o «samba é para gente sambar»
Assim, segundo explica José Maria, presidente do GRESP6, a Escola de Samba da Parcela 6 vai levar, a partir das 9 horas de sábado, 26 de fevereiro, animação, folia, música, dança e muita diversão às ruas de Camarate, Unhos e Apelação, tentando reavivar o carnaval pré-pandemia, amenizando a dor de não poder celebrar ainda, com todos os «matadores», uma das mais importantes épocas do ano.
Este desfile da escola de samba da Parcela 6, num evento organizado pela União de Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação e que se inicia frente aos Bombeiros Voluntários de Camarate, chama cada vez mais visitantes a estas localidades de Loures que, aos poucos e poucos, se estão a «transformar» nas pátrias lusa do samba, graças ao trabalho deste grupo de sambistas que, desde 1998, divulgam este gênero musical brasileiro que teve origem entre as comunidades afro-brasileiras urbanas do Rio de Janeiro, no início do século XX.
A CRESP6, como revela, tem como madrinha a escola da Portela do Rio de Janeiro e mantém laços de «cooperação e amizade» com o Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense (ou simplesmente Imperatriz Leopoldinense), uma escola de samba da cidade do Rio de Janeiro.
José Maria, após realçar os apoios que recebe da União de Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação, refere que esta instituição vive muito da «carolice» e do voluntariado dos seus associados que, ao contrário do celebre Zé Carioca, «fartam-se de trabalhar», tanto na confeção artesanal dos fatos, como nas horas que dedicam aos ensaios dos desfiles.
As costureiras, todas elas voluntárias, são a «peça chave» na criação de todo o colorido que se vê nas fantasias. É das suas mãos hábeis que saem os «trapos» que vestem os componentes das alas. Cada peça demora, em média, um dia a conceber e são feitas com materiais de qualidade, nomeadamente a lã, o veludo ou a napa.