TEATRO ABERTO QUER UMA IDENTIDADE “MAIS CONTEMPORÂNEA”

São já 36 anos de história no coração do Beato. O Teatro Ibérico nasceu pela mão de vários atores, um grupo de jovens liderado Xosé Blanco Gil. 

Atualmente, o Teatro Ibérico é uma das referências culturais da freguesia, e não só pela história do antigo Convento de São Francisco de Xabregas.

“Sinto que existe cada vez mais uma grande aproximação entre a freguesia e o Teatro Ibérico”, diz Rita Costa, uma das diretoras do espaço.

“Essa é também um dos nossos objetivos, criar uma sinergia entre os fregueses e o teatro, que faz parte do bairro”, realça.

Rita Costa destaca ainda “o papel fundamental” que tem desempenhado a Junta de Freguesia do Beato, tanto no apoio direto como na divulgação da programação.

A coordenadora garante que há um maior fluxo de público, sendo que tem sido possível cativar os mais jovens.

Esta maior procura não deixa de estar associada à “nova dinâmica do Beato e de Marvila” que se registou no último ano.

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Um interesse acrescido por esta zona de Lisboa que “traz benefícios para o Teatro Ibérico”.

Isto porque, na opinião de Rita Costa, “há mais sangue fresco que permite novos olhares, novas ideias e novos modos de pensar o próprio teatro”.

Para a diretora, esta dinâmica contribui também para “expandir a oferta cultura da cidade de Lisboa, por vezes muito concentrada no centro”.

Esta é portanto mais uma das fases que Teatro Ibérico já enfrentou. “Nas últimas três décadas, já passaram por aqui três ou quatro diretores com visões e estéticas completamente diferentes”.

Segundo Rita Costa, o Teatro Ibérico já teve mais próximo do teatro clássico, “puro e duro”, passando por fases mais relacionadas com a ópera e a música erudita, e até mesmo períodos mais dedicados ao burlesco.

“Agora estamos a adquirir uma identidade própria e muito forte que nos define enquanto espaço cultural mais contemporâneo”, revela.

 

E acrescenta: “é uma abordagem mais ligada às artes performativas”, que tem trazido ao espaço mais jovens, tanto no público como ao nível dos artistas que aqui se apresentam.

Esta viragem coincide com a chegada da Companhia João Garcia Miguel, que é a companhia residente no Teatro Ibérico desde 2016.

De acordo com Rita Costa, há também uma maior procura do espaço por parte de várias companhias externas para apresentarem os seus espetáculos.

“Receber produções de outras companhias é uma linha comum às várias direções e cada vez mais temos uma procura internacional. Acolhemos grupos brasileiros, italianos, espanhóis, entre outros”.

O Teatro Ibérico prepara-se agora para receber “Medeia”, em fevereiro de 2018.

Trata-se de mais uma criação da Companhia João Garcia Miguel, a partir do texto de Francisco Luís Parreira.

Com encenação do próprio João Garcia Miguel, “Medeia” conta com David Pereira Bastos e Sara Ribeiro como intérpretes. A música original é de Mário Laginha.

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