Está patente no Espaço Santa Catarina, na Calçada do Combro, uma exposição sobre a vida e a obra do escritor, jornalista e pensador Fernando Honrado.
Personalidade multifacetada, cuja vida não se pode reduzir a uma frase, Fernando Honrado marcou a cultura e a politica portuguesa do século XX.
Como fez questão de salientar o editor e escritor Jorge Morais, «Fernando Honrado fez sempre as coisas à sua maneira, tendo a polémica como uma coisa que estava no sangue. Um pensador monárquico que lutou contra o anterior regime. Um homem da politica mas não o politico».O editor do livro Conversas Escritas, cujo lançamento foi efectuado a 14 de Janeiro, recordou que «foi fecundo o empenhamento de Fernando Honrado na dinamização cultural portuguesa ao longo da década de 60, tendo sido vice-presidente do Centro Nacional de Cultura durante a presidência de Fernando Amado, com quem trabalhou na fundação da Casa da Comédia.É deste período – salienta Jorge Morais – «a sua mais rica produção no campo da dramaturgia, tendo deixado vasta obra de crítica e doutrina teatral».
Por seu turno, Maria Honrado (filha) referiu este pensador/escritor e polemista desenvolveu «um intenso labor jornalístico, indissociável da actividade politica – uma das grandes paixões da sua vida».Aliás, na perspetiva da filha, «o seu combate pelas liberdades levou-o a colaborar na campanha presidencial de Humberto Delgado (1958, a integrar o Grupo de Monárquicos Independentes nas eleições de 1961 e a ser membro fundador do movimento Renovação Portuguesa».
Falecido em 2014, Fernando Honrado trabalhou, em colaboração com o pelouro da Cultura da Câmara de Lisboa, na recolha historiográfica de testemunhos de opositores ao regime do Estado Novo».