Como era previsível e como Olhares de Lisboa tinha anunciado, a Câmara de Lisboa e a EGEAC puseram termo às dúvidas: em 2020 não haverá marchas populares, arraiais e casamentos de Santo António, ficando tudo adiado para 2021.A elevada concentração de pessoas durante as festas de Lisboa estiveram na base da decisão da Câmara de Lisboa e da EGEAC (Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural) de adiarem para o próximo ano as Marchas Populares e os arraiais de Santo António, devido ao «diferimento temporal do esperado pico da pandemia causada pela Covid-19, agora estimado para maio».
«A elevada concentração de pessoas que marca os arraiais populares, vincando a força da sua tradição, é incompatível com a sua realização mesmo num cenário de achatamento da curva de contágio e da diminuição do número de infectados», revela a a autarquia em comunicado enviado aos órgãos de comunicação social, explicando também que o «confinamento e distanciamento social inviabilizaram os ensaios das marchas».
Canceladas pela primeira vez desde 1988, as marchas deste ano, de homenagem a Amália Rodrigues, transitam para o próximo ano, «permitindo que todo o trabalho realizado (arcos, cenografia, figurinos), possa ser rentabilizado», acrescenta o comunicado. Aliás, como afirmaram vários responsáveis associativos a Olhares de Lisboa, esta era uma decisão esperada. No entanto, apesar de estarem de acordo com a necessidade de se adiarem as festas de Lisboa, os clubes esperam que a Câmara «pague as despesas já efectuadas com as marchas populares», nomeadamente os pagamentos realizados aos autores das letras e músicas.
No comunicado, a Câmara informa ainda que as candidaturas aos Casamentos de Santo António deste ano serão automaticamente consideradas para 2021. A autarquia assume que nem sequer foi possível aos serviços da câmara «realizar entrevistas e selecionar os nubentes».
Até 2021
Desta forma, os sempre desejados arraiais populares, casamentos na Sé de Lisboa e as tradicionais marchas só voltarão em 2021. A ideia de adiar para o Outono, conforme Olhares de Lisboa tinha adiantado cai assim por terra.
O executivo da Câmara de Lisboa, presidido por Fernando Medina, defende que «a elevada concentração de pessoas que marca os arraiais populares, vincando a força da sua tradição, é incompatível com a sua realização mesmo num cenário de achatamento da curva de contágio e da diminuição do número de infectados».