INAUGURADO NOVO CENTRO DE INTERLIGAÇÃO DE REDES INTERNACIONAIS

A Altice Portugal investiu três milhões de euros num novo Centro de Interligação de Redes Internacionais em Linda-a-Velha. Este novo centro vai permitir a interligação, aberta e neutral, dos operadores de redes locais e globais.

A apresentação deste novo Centro de Interligação contou com a presença do Ministro das Infraestruturas, João Galamba, e do presidente da Câmara Municipal de Oeiras (CMO), Isaltino Morais. De acordo com Ana Figueiredo, CEO da Altice, “Portugal tem condições de geolocalização privilegiadas no que diz respeito às grandes infraestruturas de telecomunicações”. Por outro lado, acrescentou, “o crescimento exponencial dos serviços com base na Internet, faz com que as nossas vidas estejam cada vez mais dependentes de redes resilientes, com elevada capacidade, escala e com baixa latência”.

Atualmente, reforçou a responsável, “66% da população mundial tem acesso à internet. Em Portugal, o número de utilizadores de Internet cresceu 50% nos últimos 15 anos”. Ana Figueiredo lembrou também que a Altice procurou sempre acompanhar esta evolução no setor das telecomunicações. “O interesse demonstrado nos serviços da Altice é justificado, não só pela geolocalização do nosso país, mas também pela qualidade das nossas infraestruturas”, frisou. O novo Centro de Interligação de Redes Internacionais representa um investimento de três milhões de euros, cofinanciado pela União Europeia e nesta primeira fase, vai criar “10 postos de trabalhos especializados”.

Centro tem 11 mil metros quadrados

Este centro fica localizado nas antigas instalações da Marconi, em Linda-a-Velha. Segundo a CEO da Altice, tem “todas as características técnicas e tecnológicas necessárias e exigidas a um novo centro de interligação”. É aqui que todas as redes de telecomunicações nacionais e internacionais se juntam, permitindo um melhor serviço e uma maior competividade dentro da Área Metropolitana de Lisboa (AML). Designado por Altice LdV, este novo espaço é uma alternativa aberta e neutra para a interligação de redes nacionais e internacionais em Portugal.

“Precisávamos de um sítio onde todas as redes confluíssem”, explicou ao Olhar Oeiras a diretora do Centro, Ana Sousa. Estas redes chegam a Portugal por via de cabos submarinos, por satélite e por via terrestre. “O centro tem toda a componente técnica que é necessária para que os cabos possam aqui chegar”, explicou a responsável, acrescentando que este espaço está numa posição estratégica, uma vez que a “estação de cabos submarinos vem de Carcavelos”. A isto junta-se a proximidade de “Linda-a-Velha a Lisboa” e “as condições que o centro já tinha”.

Por outro lado, ressalva Ana Sousa, “não havia nenhum centro” do género em Portugal. “Com estes centros de interligação, fazemos com que o acesso seja mais rápido e mais fiável”. O Centro da Altice está inserido num campus com uma área total de 11 mil metros quadrados, e situa-se num edifício de três mil metros quadrados. “Acreditamos que este novo centro será também uma mais valia para a AML e este tipo de infraestruturas podem contribuir ativamente para colocar Portugal no mapa das comunicações”, concluíu Ana Figueiredo.

Captar as melhores empresas

Já para o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, “Oeiras é o segundo concelho” mais rico do país e o mais tecnológico. “A antiga Marconi estava em Linda-a-Velha, tinha instalações em Queijas e em Barcarena. Na altura, a escolha era pela proximidade a Lisboa”, recordou o autarca, considerando que atualmente, as empresas já escolhem Oeiras pela “qualidade de vida e pela interação saudável entre as empresas”. Isaltino Morais sublinhou ainda que o concelho tem uma área de “48 quilómetros quadrados” e tem “173 mil habitantes”.

Apesar disso, consegue ser “a segunda maior economia nacional”, gerando 28 mil milhões de euros por ano. Para além da economia, Isaltino Morais frisou também a aposta da CMO na atração de talentos. Por isso, “é o único munícipio em Portugal que tem um programa de ciência em que, 1% do nosso orçamento é destinado ao apoio a projetos de universidades e de empresas”, prosseguiu o edil, lembrando ainda o investimento em bolsas de estudo para jovens estudantes do ensino superior.


Apostar no ensino superior

Neste ponto, Isaltino Morais aproveitou a presença do Ministro das Infraestruturas, João Galamba, para parabenizar o Governo por ter acrescentado, no Orçamento de Estado 2024, a possibilidade de os munícipios poderem financiar as instituições do ensino superior. Esta era uma reivindicação antiga da CMO. Ao Olhar Oeiras, no final do evento, o presidente da Câmara de Oeiras salientou ainda que “estamos a fazer o que nenhuma autarquia faz.

Durante quatro anos, andámos a pressionar o Governo para consignar, no orçamento das autarquias, a possibilidade de estas contribuirem para o financiamento das universidades e agora, nesta Orçamento de Estado, já é possível”. Até então, as Câmaras Municipais não podiam financiar as instituições de ensino superior por causa do Tribunal de Contas, explicou Isaltino Morais, ressalvando que esta consignação “não é uma descentralização de competências”.

Apostar na transição digital

Por sua vez, Alexander Freese, COO da Altice, a opção de instalar este centro em Linda-a-Velha deveu-se, essencialmente, “pela proximidade a Lisboa”, mas também porque o edíficio já tinha a estrutura necessária para a instalação do centro, que conta ainda com “três entradas distintas de Fibra Óptica, três barreiras de segurança, duas caixas biométricas e várias certificações”. Atualmente, conta também com um Data Center, onde já estão instaladas algumas empresas internacionais.

O Ministro das Infraestruturas, João Galamba, começou a sua intervenção a falar da transição digital “como vetor do desenvolvimento de investimento em Portugal”. Ou seja, apostar no digital é “fundamental” para o desenvolvimento económico, não só por ser uma exigência dos tempos atuais, mas também porque o país tem capacidade para tal. “Para além da nossa competitividade geográfica, temos também a competividade energética”, explicou João Galamba, reforçando que, estes motivos fazem de Portugal “um destino bastante competitivo em investimentos”.

Na visão do ministro, é importante “dar oportunidades a todo o país, incluíndo a web”, para que haja um território mais competitivo e ambicioso, no sentido em que possa existir mais investimentos tecnológicos em Portugal. João Galamba reiterou ainda o compromisso do Governo em acelerar a transição digital e melhorar as infraestruturas tecnológicas no pais.

Valorização salarial

“Contamos com a colaboração das empresas que já temos em Portugal e aquelas que querem entrar no nosso país, e obviamente, também das autarquias, que são agentes fundamentais na concretização destes objetivos”, disse ainda o Ministro das Infraestruturas. João Galamba concluíu o seu discurso frisando que esta aposta nas infraestruturas contribui ainda para “a valorização salarial do nosso país”.

Por fim, o Ministro referiu ainda que o Governo está empenhado em captar mais “empresas e investimentos de alto valor acrescentado”. Neste sentido, já estão em curso vários projetos. Um deles é a construção de um Data Center na Castanheira do Ribatejo.

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