‘La Vuelta’ já começou a pedalar por Portugal

Milhares de ciclistas, entre eles o ‘vice’ e o presidente da Câmara de Oeiras, Francisco Rocha Gonçalves, e Isaltino Morais, respetivamente, juntamente com o autarca de Lisboa, Carlos Moedas, participaram na manhã deste sábado no Pedala Portugal/Bike Tour Lisboa-Oeiras, que marcou o início da ‘La Vuelta’. Em 2024, esta competição parte da capital portuguesa, e vai contar com mais de uma centena de ciclistas, entre os quais três portugueses: João Almeida, Nélson Oliveira e Rui Costa.

A ‘La Vuelta’, uma das provas mais importantes do ciclismo mundial, vai, pela segunda vez na sua história, iniciar o seu percurso em Lisboa. No total, esta prova tem mais de de 3300 quilómetros, divididos por 21 etapas e terminará a 8 de setembro, em Madrid. Entre os 176 ciclistas das 22 equipas que vão participar na prova, estão três portugueses: João Almeida (UAE Team Emirates), Nélson Oliveira (Movistar Team) e Rui Costa (EF Education – Easypost). O arranque oficial desta competição foi na tarde deste sábado, 17 de agosto, mas, da parte da manhã, cerca de quatro mil entusiastas do ciclismo tiveram a oportunidade de participar na Pedala Portugal/Bike Tour Lisboa-Oeiras.

Os participantes foram convidados a fazer o mesmo percurso que a primeira etapa da ‘La Vuelta’, ou seja, um contrarrelógio de 12 quilómetros entre o Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, e a Praia da Torre, em Oeiras. No meio dos ciclistas que aproveitaram a manhã deste sábado para fazer um passeio de bicicleta entre Lisboa e Oeiras, estava o vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Francisco Rocha Gonçalves, que frisou, a Olhares de Lisboa, que “a importância desta prova é sensibilizar a população para o uso da bicicleta e para a prática desportiva saudável”.

Projeção do concelho

“Oeiras tem uma política de trazer as pessoas para o espaço público, como por exemplo os Jogos de Oeiras, que envolvem as coletividades e a população”. “O concelho de Oeiras, no início dos anos 2000, já tinha lançado as suas partes de desenvolvimento tecnológico, desenvolvimento socioeconómico, mas não tínhamos eventos nem visibilidade das nossas políticas públicas”. “O que os eventos nos deram é outro tipo de visibilidade para o nosso território”.

“Este é mais um evento com uma grande dimensão, é o segundo maior evento desportivo do mundo em matéria de visibilidade”, reforçou o autarca, salientando a importância da ‘La Vuelta’ para a projeção do concelho de Oeiras. “São milhões e milhões de pessoas que vão ver em direto a nossa frente ribeirinha, o nosso território, a nossa qualidade de vida e o nosso bem-estar. Por isso, este evento traz-nos a possibilidade de projetarmos tudo isto”, disse ainda o vice-presidente da CMO, frisando que esta prova irá trazer, para Oeiras, “um retorno absolutamente extraordinário, que não se mete no retorno direto, mas no retorno indireto”.

Divulgação da cidade

Por sua vez, Isaltino Morais, presidente da autarquia de Oeiras, que se juntou ao pelotão no final da prova, na Praia da Torre, disse também, a Olhares de Lisboa, que “a La Vuelta tem uma presença muito forte aqui em Oeiras, sendo que esta paisagem extraordinária da Avenida Marginal vai ser transmitida para todo o mundo, para 180 países, em que vão estar milhões de pessoas a assistir. Nessas transmissões, há muitas marcas que são divulgadas, entre as quais da Oeiras Valley, que é uma marca que tem a ver com a dimensão económica, financeira, com a tecnologia, e com o facto de sermos um município tecnológico e muito virado para o conhecimento e para a investigação”.

“No espaço de 30 anos, Oeiras transformou-se na segunda maior economia do país, que significa que é o segundo território, logo a seguir à cidade de Lisboa, que gera mais riqueza, mas que gera mais riqueza, mais valor acrescentado também, e mais emprego qualificado”, referiu o autarca. “Nos finais dos anos 80, princípios dos anos 90, toda a zona de Oeiras, mas também de Amadora ou Sintra era um dormitório e a verdade é que nós conseguimos romper essas barreiras, fazer um planeamento estratégico, e captar o melhor das empresas de toda a Área Metropolitana de Lisboa e do país. E é assim que hoje Oeiras tem uma dimensão económica, financeira e científica única a nível nacional”.

Investir nas ciclovias

Já o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, disse ainda que a realização da ‘La Vuelta’ é “muito importante para Lisboa. A cidade tornou-se uma cidade de grandes eventos mundiais. Recordaremos sempre a Jornada Mundial da Juventude, mas hoje temos mais um grande evento, a ‘La Vuelta’, que conta com mais de 250 meios de comunicação e mil jornalistas de todo o mundo. É mais um momento em que Lisboa vai estar outra vez no centro do mundo, nas televisões por esse mundo fora, e que vai trazer, obviamente, um retorno económico para o país e para Lisboa”.


De acordo com o edil de Lisboa, o atual executivo quer aumentar em “50% o número de quilómetros de ciclovia” na cidade. “Estamos a trabalhar numa ciclovia que vai de Algés até à Expo, e estamos também a trabalhar em todas as outras ciclovias que estamos a fazer na cidade, para que, em 2025, tenhamos esse aumento de 50% de quilómetros de ciclovia em Lisboa”, passando de 173 quilómetros para 263. Igualmente, o presidente da Câmara de Lisboa disse ainda que a autarquia está também a fazer um maior investimento na rede ciclável. “Passámos para 22 milhões de investimento entre 2022 e 2025, enquanto que, entre 2018 e 2021, houve apenas um investimento de 15,8 milhões”.

Melhorar a mobilidade suave em Lisboa e Oeiras

Por fim, Moedas lembrou também que a CML quer chegar “às duas mil” bicicletas GIRA em toda a cidade, sendo que, neste momento, existem cerca de 1600 bicicletas GIRA em Lisboa. Já de acordo com Isaltino Morais, a Câmara Municipal de Oeiras continua a investir na mobilidade suave, sendo que, nos últimos dois anos, “fizemos inaugurações de ciclovias no valor de cinco milhões de euros, e estão em curso mais obras, no valor de três milhões.

“Eu diria que só em ciclovias e áreas destinadas aos peões, estamos a falar num investimento entre os 12 e os 15 milhões de euros. Mas o investimento que fazemos nessa área da mobilidade suave, passa também pela aquisição de carros e carregadores elétricos, mas também pela criação de condições para a utilização do automóvel quando é necessário. Temos várias políticas que pretendem criar condições para assegurar melhor e maior mobilidade aos cidadãos”.

Primeiro-ministro marcou presença e deu ‘o tiro’ de partida

Para além dos autarcas de Lisboa e Oeiras, também esteve presente, na Pedalar Portugal/Bike Tour Lisboa-Oeiras, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, que, juntamente com Carlos Moedas, foi o responsável por dar o sinal de partida dos ciclistas desta prova. Aos jornalistas presentes, Montenegro disse ainda que “O Governo apoia a realização destes eventos que promovem Portugal, o desporto, e que dá a oportunidade a muita gente de poder participar”. Igualmente, disse ainda que o Governo “está a pedalar com responsabilidade” e rejeitou que os apoios anunciados esta semana, durante a Festa do Pontal, no Algarve, visem “bonitos financeiros” ou resultados eleitorais.

“Nós estamos a pedalar em várias frentes, mas estamos a pedalar com responsabilidade para não irmos contra nenhuma parede, para não cairmos da bicicleta, para não termos nenhuma escorregadela e faremos sempre isso com base em critérios de responsabilidade, de equilíbrio orçamental”. Luís Montenegro referiu também que “não temos uma postura de, em primeiro, castigar o povo com impostos, com contribuições, com adiamento de investimentos públicos para depois apresentar bonitos financeiros”.

“O fim último da política é o bem-estar das pessoas. Nós queremos um país que seja um país desenvolvido, que cria muita riqueza, queremos um país onde o trabalho e a criação de riqueza não paguem tantos impostos, mas também queremos distribuir quando ela estiver na nossa esfera de disponibilidade, sem penalizar” o desenvolvimento do país, disse ainda o primeiro-ministro.

‘La Vuelta’ termina a 8 de setembro em Madrid

Para além da Pedala Portugal/Bike Tour, o primeiro dia da ‘La Vuelta’ ficou marcado com um contrarrelógio individual de 12 quilómetros, com início da Praça do Império, em Belém, e fim em Oeiras, junto à Praia da Torre. A ‘La Vuelta’ é a competição de ciclismo mais importante de Espanha e um dos maiores eventos desportivos mundiais. Para além da primeira etapa entre Lisboa e Oeiras, terá ainda mais três etapas em solo nacional, sendo a segunda entre Cascais e Ourém, e a terceira entre Lousã e Castelo Branco.

Esta é a segunda vez que a ‘La Vuelta’ tem início em Portugal, sendo que a primeira vez que tal aconteceu foi em 1997, para promover a Expo’98, que teve lugar em Lisboa. A competição irá terminar a 8 de setembro, em Madrid, e conta com a participação de 176 ciclistas de todo o mundo, dos quais três são portugueses: João Almeida, Nélson Oliveira e Rui Costa. O primeiro, de 26 anos, será o líder da UAE, e é o único português a ter terminado no top cinco das três grandes voltas (Itália, Espanha e França). Este ano ficou em quarto lugar na Volta à França, lugar que conquistou no Giro em 2020 e na La Vuelta em 2022.

Atletas portugueses já têm outros títulos conquistados no seu currículo

Já Nélson Oliveira, de 35 anos, está na Movistar, uma das principais equipas espanholas, há oito anos. Em 2015 teve o privilégio de ganhar uma etapa na La Vuelta, e este ano ficou em 51.º na Volta à França. Igualmente, esteve presente nas provas de Estrada dos Jogos Olímpicos de Paris, tendo trazido o sétimo lugar no contrarrelógio e o 33.º na prova de estrada.

Por fim, Rui Costa, de 37 anos, conquistou este ano, pela terceira vez, o Nacional de Estrada, tendo representado Portugal, tal como Nélson Oliveira, nos Jogos Olímpicos de Paris nas provas de Estrada e de Contrarrelógio. O antigo campeão do Mundo de Estrada (2013), tem no seu palmarés três vitórias na Volta à Suíça, e em 2024 terminou em 68.º na Volta à França.

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