LISBOA CELEBRA CENTENÁRIO DO PARQUE MAYER EM JULHO

A Câmara Municipal de Lisboa, em conjunto com a Junta de Freguesia de Santo António e a EGEAC, está a dinamizar, até dia 30 de julho, uma programação cultural diversificada com espetáculos, exposições, sessões de cinema, tertúlias e outras atividades culturais, para comemorar o 100º aniversário do Parque Mayer.

 Esta programação especial começou com a inauguração de uma exposição, intitulada ‘Parque Mayer 100 anos – O esplendor da revista’, na Praça dos Restauradores, no passado dia 1 de julho. Nesta mostra, pretende-se evocar o objetivo inicial da abertura do Parque Mayer – a reabilitação das feiras de forma permanente – mas também os seus divertimentos e sobretudo os teatros, que o transformaram num dos mais importantes pólos culturais da cidade e elevaram a revista à categoria de género de eleição.

A Feira do Parque Mayer abriu a 15 de junho de 1922. 15 dias depois, a 1 de julho de 1922, surge o Teatro Maria Vitória, a que se juntaram, nos anos seguintes, três novos teatros: o Variedades (1926), o Capitólio (1931), e o ABC (1956), este último, entretanto já demolido.

Para além dos espetáculos de Teatro, Revista, Cinema, Concertos, Dança e Operetas populares, o Parque Mayer inclui ainda outras zonas de entretenimento e lazer, em pavilhões e ao ar livre, a que se juntam comércio, restauração, atividades lúdicas, desportivas e culturais, que têm como objetivo oferecer entretenimento e diversão para todos, sem exceção.

Este é considerado o maior centro de diversão e cultura de Lisboa do início do século XX, e foi, entre os anos 20 e os anos 80, o mais famoso ponto de encontro da população, mas também de artistas, intelectuais, políticos e empresários. Atualmente, o Parque Mayer está a ser reabilitado pela Câmara Municipal de Lisboa, com o intuito de recuperar os teatros que dele fazem parte e voltar a posicionar o Parque Mayer como um espaço de cultura de referência na cidade.

Até 30 de julho, a programação que celebra o centenário do Parque Mayer vai incluir os concertos de Sara Correia, The Black Mamba, Pedro Moutinho, Real Combo Lisbonense, entre outros. Para além da música, o programa inclui também tertúlias sobre a vida no Parque Mayer, exibições de cinema, bem como visitas culturais.

O Parque Mayer, localizado junto à Avenida da Liberdade, abriu ao público em 1922, nos jardins do Palácio Lima Mayer, da autoria de Nicolau Bigaglia, distinguido com o primeiro Prémio Valmor de Arquitetura, em 1902.


O espaço assumiu-se desde logo como palco privilegiado de glamour, exuberância, lazer, criação, inovação e de entretenimento, mas também como lugar de cultura e crítica política e social, atraindo, ao longo de décadas, milhares de pessoas, de todas as origens e faixas etárias.

O Parque Mayer surgiu numa altura em que Lisboa, como a maioria das capitais europeias, vivia um período de abertura e de afirmação social, após a I Guerra Mundial e a crise da Gripe Espanhola. O sentimento de otimismo e o desejo de liberdade e celebração da vida começavam a ganhar protagonismo em quase todas as grandes cidades do mundo, nos anos 20.

Assim, com o espírito festivo instalado e uma maior facilidade de circulação de informação e de pessoas, o contexto era propício à criação de eventos que juntavam entretenimento, diversão e espetáculos de variedades, e que agradassem às multidões.

Desde cedo, o Parque Mayer conquistou o estatuto de maior centro de recreios e de cultura da capital, onde surge uma comunidade artística que deu origem à Revista à Portuguesa, mas também que serviu de inspiração a outros géneros, exibições e profissões nas áreas das artes visuais, do teatro, cinema, arquitetura, música, dança, e até televisão, publicidade ou novas tecnologias.

Foi no Parque Mayer que se estrearam grandes êxitos musicais, que rapidamente se popularizaram pelas ruas e foram apropriados pelos lisboetas. Foi aqui que nasceram novas estrelas, cantaram-se fados que se eternizaram até aos dias de hoje, mas é também o sítio, onde, nos dias de hoje, se criam textos originais, se faz sátira política e social e se conhecem géneros menos populares, como o Jazz.

O local foi também palco de muitas inovações, nunca vistas pela maioria da população, como a abundante iluminação, vários néons, cartazes publicitários que são consideradas obras de arte, as primeiras escadas rolantes do país, uma pista de patinagem ou ainda a possibilidade de assistir cinema num rooftop.

Programa:  AQUI

 

 

 

 

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