Lisboa já entregou mais de 2000 casas municipais

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, entregou, esta segunda-feira, 2 de setembro, mais 28 chaves de habitações municipais, entre as quais a chave número 2000, um marco desde que iniciou o seu mandato, em outubro de 2021. Em três anos, já foram entregues dois milhares de chaves, disponibilizadas ao abrigo de diversos programas municipais de acesso à habitação em todo o concelho de Lisboa.

O atual executivo da Câmara Municipal de Lisboa (CML), liderado por Carlos Moedas, já entregou duas mil chaves de habitações municipais, desde que tomou posse, em outubro de 2021. A chave número 2000 foi entregue na tarde desta segunda-feira, 2 de setembro, numa cerimónia que decorreu nos Paços do Concelho. “A habitação tem sido e continuará a ser a minha principal prioridade e que tem merecido todo o esforço e empenho por parte da nossa CML. Estamos a fazer como nunca foi feito, porque mais do que fazer anúncios, é acima de tudo importante garantir a ação e concretização. Por isso é que é tão significativo e marcante alcançar a meta das duas mil chaves entregues neste mandato”, começou por afirmar o autarca.

Dar mais qualidade de vida

Igualmente, lembrou ainda que, “com a entrega destas chaves, estamos a conseguir mudar de forma decisiva as vidas de tantas famílias, do seu futuro, dos seus filhos, e a garantir que possam viver com condições. Mas para além das casas que construímos e reabilitámos, ajudamos também cerca de 1000 famílias a pagar a renda. Temos muito trabalho pela frente, mas o que queremos manter é este espírito de concretização que temos conseguido alcançar”, salientou Carlos Moedas, para quem a entrega destas chaves representa “um momento sempre muito especial e muito único”. “A habitação é a nossa dignidade, é a nossa vida e quando cada uma destas famílias recebe uma chave, recebe uma casa, isto muda as vossas vidas, muda a vossa saúde, muda o vosso bem-estar, muda a vossa maneira de olhar para a vida e muda a maneira como nos levantamos de manhã”, prosseguiu ainda o presidente.

Por isso, frisou, a habitação “tem sido um dos maiores investimentos feitos nesta Câmara, mas um dos maiores desafios que eu tive na minha vida”. A entrega da chave número 2000 vem assim revelar que, atualmente, “2000 famílias já puderam mudar a sua vida através desta ação da CML”, conforme disse Moedas, aproveitando para agradecer à vereadora com o pelouro da Habitação, Filipa Roseta, mas também às engenheira Marta Souto Maior e a toda a sua equipa”. “Quando chegámos à Câmara Municipal, tínhamos uma grande decisão a tomar, que era o que íamos investir no desafio da habitação. Por isso, na altura, decidimos que queríamos investir 560 milhões de euros e, portanto, fomos não só a maior Câmara Municipal em Portugal mas também a nível da Europa, a fazermos um investimento desta natureza na habitação”, adiantou o presidente da CML.

CML apostou na requalificação de bairros e casas abandonadas

Igualmente, e para além da construção de novas habitações, a autarquia também decidiu apostar na requalificação dos bairros municipais e das casas que estavam vazias. “Tínhamos identificado duas casas que estavam vazias e aqui a Gebalis teve um trabalho incrível, porque dessas duas mil casas vazias, recuperámos 1.300”, disse o autarca, que revelou ainda que “não há sítio melhor onde eu sou recebido do que nos bairros municipais desta cidade”. Carlos Moedas destacou também os programas de apoio à renda, que de momento já apoiam quase 1400 famílias. “Desde o princípio de tudo isto, já conseguimos ajudar mais de 3.500 famílias”, destacou o presidente, considerando que esta é a verdadeira missão do serviço público.

“É do coração que vos entregamos estas chaves neste dia tão especial, cuidem bem deste património, porque este património é da cidade, é vosso, é das vossas famílias e portanto, ao cuidarem bem da vossa casa, estão a cuidar bem de Lisboa”, concluíu Carlos Moedas. Aos jornalistas, o autarca reforçou que a entrega de mais de 2000 chaves a famílias carenciadas de Lisboa representa “uma promessa que cumprimos, porque nós, quando chegámos, queríamos sobretudo conseguir dar a volta à situação de que, em Lisboa, não havia casas para a maior parte da população”. “Hoje entregámos a chave número 2000, entregámos, aliás, 2012 chaves, o que faz com que há mais de 2000 famílias em Lisboa que, antes deste mandato, não tinham casa e que agora têm a dignidade da sua casa e da sua vida”.

Dar casas também aos sem-abrigo

“Conseguindo isto, conseguimos também ajudar muitas outras pessoas a pagar a renda de casa, foram quase mais de 1500, portanto estamos a falar em 3500 famílias que estão a ser ajudadas, umas com casa e outras a ajudar a pagar a renda da casa. E eu penso que isto é algo muito importante para a cidade, porque foi um dos maiores investimentos em que apostámos durante este mandato, quase 560 milhões de euros com a União Europeia e conseguimos aqui mostrar o resultado. A habitação continua a ser o nosso maior desafio”, prosseguiu o presidente da CML, que comentou ainda o impedimento da construção de um hotel social na freguesia de Santa Maria Maior.

“Ainda não falei com o presidente da junta [Miguel Coelho], mas é muito importante a solidariedade entre todos e aquilo que nós estamos aqui a falar é a solidariedade da cidade de Lisboa, não só em relação à habitação, mas também em relação à população em situação de sem-abrigo. Aquilo que nós lançámos foi também um plano para as pessoas em situação de sem-abrigo em Lisboa, é um plano de 70 milhões, em que, em 10 anos, vamos investir esse montante para conseguir mais vagas de acolhimento”. Desta forma, Carlos Moedas considera que é importante “ter, não só o acolhimento tradicional, mas também este acolhimento como é o caso de um hotel social, como é o caso de conseguir encontrar apartamentos para que as pessoas tenham uma casa, e tudo isso faz parte desse trabalho”.

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Juntas de freguesia devem ser parte da solução

“Para isso, é preciso haver a solidariedade entre todas as freguesias e portanto eu espero do presidente da junta de Santa Maria Maior essa solidariedade dele e também de outros. Não podemos é querer ter as soluções sempre noutras freguesias, hoje há freguesias que têm uma maior sobrecarga e outras não, e portanto nós temos que dividir pela cidade o esforço da cidade a ajudar as pessoas a terem casa, mas também a resolver estas situações de sem-abrigo”, respondeu o autarca, frisando que “nós trabalhamos sempre” em parceria com todas as juntas de freguesias, refutando as acusações de que a CML não teria ouvido a Junta de Santa Maria Maior nesta decisão”.

A minha experiência é que, quando as pessoas têm este tipo de projetos sociais ao lado da sua casa, tudo acaba por correr bem, porque no fundo a própria comunidade se envolve, portanto eu penso que aqui as conversas que posso ter com o presidente da junta serão nesse sentido, mas espero da parte dele também essa solidariedade em relação à cidade de Lisboa e em relação a um problema que é tão importante e ao mesmo tempo tão desafiante que é todo o problema das pessoas em situação de sem-abrigo”.

Autarquia deu mais casas em três anos do que entre 2010 e 2020

Novamente sobre as casas entregues na tarde desta segunda-feira, o presidente da CML lembrou ainda que “nos últimos 10 anos, entre 2010 a 2020, foram entregues muito poucas casas aos lisboetas, e portanto eu acho que conseguimos mudar aqui o paradigma através destas casas que estavam abandonadas e ao termos conseguido fazer isso e dar a volta à situação, conseguimos realmente resolver muitos problemas de muitas pessoas que estavam em dificuldade”. Ainda no âmbito da Habitação, Carlos Moedas foi ainda questionado sobre as soluções da autarquia para os jovens que entram este ano na universidade.

CML quer ter mais mil camas para estudantes

“Estamos a estudar [a existência de] quase mil camas em residências de estudantes, inaugurámos a residência Manuel da Maia, em frente ao Instituto Superior Técnico, e estamos a trabalhar em mais projetos para ter mais residências para estudantes, projetos inclusivé até com juntas de freguesia, como é o caso de Benfica, onde cedemos um terreno para poder também ter aí mais uma residência, que está quase a finalizar, são mais 100 camas”. “Os valores são sempre definidos em relação àquilo que é o rendimento da família, e portanto estamos a falar de valores que podem ir desde os 50 ou os 60 euros até 200 ou 300 euros, segundo o rendimento da família”.

“Penso que, com aquilo que nós temos estado a fazer, com o que estamos a investir, vejo que há dois mil casos que foram resolvidos em Lisboa, e isso é uma grande mudança em relação àquilo que se passava anteriormente”, disse ainda Carlos Moedas, adiantando que, para dar resposta ao constante aumento das habitações no mercado privado, a CML também acelerou a emissão de licenças urbanísticas.

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