LISBOA LANÇA CAMPANHA DE TESTAGEM MASSIVA E GRATUITA

No dia em que se soube que cerca de 8% dos utentes da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) receberam pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19, Fernando Medina apresentou o plano de testagem em massa e gratuito na cidade de Lisboa

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e o presidente da Associação Nacional de Farmácias, Paulo Duarte, apresentaram hoje os detalhes do plano de testagem universal e gratuito à Covid 19, na capital. Este anúncio ocorreu dois dias depois do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e coordenador, regional para o combate à pandemia, Duarte Cordeiro, ter revelado que na Região de Lisboa e Vale do Tejo já receberam pelo menos uma dose da vacina cerca de 288 mil pessoas, das quais quase 120 mil também tomaram a segunda dose, tendo sido administradas «um total de 407.878 doses de vacinas, 139.861 delas a pessoas com mais de 80 anos», acrescentou.

O plano de testagem, apresentado por Fernando Medina, é já considerado o maior programa de testagem lançado até agora no país e com maior número de centros de teste, espalhados por toda a cidade que são as farmácias de Lisboa.

É intenção da Câmara de Lisboa iniciar, em 31 de março, o plano de testagem em massa gratuito, destinado aos residentes das freguesias do concelho com mais de 120 casos de covid-19 por 100 mil habitantes, anunciou o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, adiantando que as dez freguesias inicialmente abrangidas pelo plano municipal de testagem são: Ajuda, Alvalade, Arroios, Estrela, Marvila, Olivais, São Vicente, Santa Clara, Santa Maria Maior e Santo António.

Desta forma, os residentes maiores de 16 anos nessas freguesias, que registam mais de 120 casos de infeção por 100 mil habitantes, poderão agendar telefonicamente um teste rápido antigénio numa das mais de 100 farmácias do concelho que já aderiu ao plano de testagem, informou o autarca.

Cada munícipe poderá fazer dois testes por mês, referiu o presidente da Câmara, acrescentando que o quadro das freguesias abrangidas será atualizado quinzenalmente, de acordo com a evolução do número de infetados com o novo coronavírus, e vai estar disponível nos sites e redes sociais do município e da Associação Nacional de Farmácias.

«Vamos arrancar com um conjunto de 100 farmácias. Este valor vai crescer até poder atingir as mais de 200 farmácias da cidade de Lisboa», sublinhou Fernando Medina, acrescentando que o objetivo é «monitorizar o desconfinamento gradual, montando um sistema de testagem em massa para acautelar a transmissão do vírus na comunidade e diminuição de contágios».


Apesar de ainda «não saber» o valor exato do investimento, por estar dependente do número de testes e da duração do programa, Fernando Medina avançou que a primeira estimativa ronda «cerca de 15 milhões de euros».

Este é um «novo pilar de testagem mais massificada», criada em parceria com a Associação Nacional de Farmácias e com as autoridades de saúde, que pretende complementar «aquilo que o país já tem, nomeadamente o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e as novas regras que serão aplicadas nas empresas, escolas e transportes públicos», considerou.

«Estamos aqui numa fase nova, numa fase exigente, que é a fase de tentarmos fazer todos os nossos esforços para que possamos rapidamente diagnosticar pessoas que possam estar infetadas, para que possam cumprir os seus isolamentos, para que possam entrar no seu período de tratamento e evitarmos o alastramento da doença», realçou o autarca.

Por isso, e ainda segundo Fernando Medina, a duração do plano não está definida, pois depende de quando o país conseguir alcançar «a chamada imunidade de grupo». «Nós temos hoje uma situação no país que é uma situação que está controlada, mas sabemos os riscos que um processo de desconfinamento, de mais pessoas em circulação, traz ao possível aumento dos números. E sabemos também que a região de Lisboa é uma região mais sensível relativamente à dimensão da pandemia», advertiu.

Fernando Medina explicou ainda que as farmácias aderentes estão ligadas ao sistema de informação do SNS, pelo que os resultados ficam automaticamente registados e acessíveis às equipas de saúde pública, que contactarão os cidadãos que tiverem um teste positivo.

8% dos utentes de Lisboa e Vale do Tejo

Entretanto, o coordenador regional nomeado pelo Governo para o combate à pandemia na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares Duarte Cordeiro, foi ouvido no parlamento pela comissão que acompanha a aplicação das medidas de resposta à pandemia, numa audição conjunta com os restantes quatro coordenadores regionais (do Norte, Centro, Alentejo e Algarve), considerou que o processo de vacinação em LVT iniciou-se, em 27 de dezembro de 2020, «com um critério de aleatoriedade», nomeadamente quanto à idade dos grupos prioritários incluídos no plano de vacinação em curso, mas assegurou que, «neste momento, os critérios de idade estão a ser cumpridos em todo o território».

«Neste momento, nós temos cerca de 8% da população de Lisboa e Vale do Tejo vacinada» pelo menos com a primeira dose, afirmou, sublinhando que quase metade destes utentes também já tomou a segunda dose.

Em termos absolutos, em Lisboa e Vale do Tejo já receberam pelo menos uma dose da vacina cerca de 288 mil pessoas, das quais quase 120 mil também tomaram a segunda dose, tendo sido administradas «um total de 407.878 doses de vacinas, 139.861 delas a pessoas com mais de 80 anos», acrescentou.

O secretário de Estado salientou que o maior número de casos diários na Região de Lisboa e Vale do Tejo foi atingido em 26 de janeiro, dia em que foram registados 8.230 novos infetados, tendo vindo a descer progressivamente desde então até aos «cerca de 200 novos casos por dia».

Atualmente, a região tem, em geral, «incidência de 102 casos por 100 mil habitantes», embora existam «12 concelhos, num total de 52, que têm uma incidência superior” a este rácio.

Tal como a generalidade do país, Lisboa e Vale do Tejo está na matriz de risco verde, apesar de «com uma incidência ligeiramente superior» à das restantes regiões, o que atribuiu ao facto da região ter «partido de um ponto mais alto» do que as restantes regiões, sublinhou.

O coordenador regional destacou que na última semana foram feitos cerca de 71 mil testes, uma tendência que deverá «aumentar com os rastreios” nas escolas e nos jardins de infância, tendo afirmado ainda que atualmente a região não tem inquéritos epidemiológicos em atraso e tem rastreadores em ‘standby’, disponíveis para a possibilidade de um novo aumento do número de casos.

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